(ZENIT.org) - Mais de um milhão de pessoas - dados das forças de segurança italianas - participaram hoje da beatificação mais lotada da história.
Um grande aplauso se estendeu da Praça de São Pedro, passando pela Via da Conciliação e ruas circundantes, até chegar ao Circus Maximus (onde milhares de pessoas acompanharam a cerimônia por meio de telões), quando Bento XVI leu a fórmula da beatificação.
"Concedemos que o Venerável Servo de Deus João Paulo II, Papa, de agora em diante seja chamado Beato e que se possa celebrar sua festividade nos lugares e segundo as regras estabelecidas pelo direito, todo ano a 22 de outubro", disse em latim.
O sorriso de Karol Wojtyla foi descoberto nesse momento, em uma grande imagem, imortalizada na cópia de foto de 1995, no centro da fachada da Basílica de São Pedro. As lágrimas dos peregrinos, muitos deles poloneses, não se contiveram.
A religiosa francesa Marie Simon-Pierre, cuja inexplicável cura de Parkinson permitiu concluir o processo de beatificação, acompanhada da freira polonesa que assistiu João Paulo II, a irmã Tobiana, apresentaram a relíquia, um frasco de sangue de Karol Wojtyla.
Em algumas áreas da Praça de São Pedro era possível ver cobertores no chão, com os quais o povo tinha se abrigado durante a noite fria. As forças de segurança decidiram abrir as entradas antes do esperado, às 2h, por razões de segurança.
Na mesma praça estavam os representantes dos grandes do mundo. Eram 62 delegações lideradas por chefes de Estado e de governo, além de famílias reais e outros países que foram oficialmente representados.
A Itália foi representada tanto pelo seu presidente, Giorgio Napolitano, e pelo primeiro-ministro, Silvio Berlusconi; a Polônia, pelo seu presidente, Bronislaw Komorowski; e a Comissão Europeia, por José Manuel Durão Barroso.
Na praça estava o ministro Yossi Peled, salvo do Holocausto por uma família católica na Bélgica, em representação do Estado de Israel.
Antes da celebração, ele afirmou que "o evento é particularmente significativo. Este homem, nascido em um período no qual se respirava um clima de antissemitismo aprovado publicamente, opôs-se e quis desafiar aqueles que serviam o espírito da raça humana".
O México foi representado pelo presidente Felipe Calderón; e Honduras, pelo seu chefe de Estado, Porfírio Lobo.
As cinco casas reais estavam presentes perto do Papa: Espanha (com o príncipe Felipe e a princesa Letizia), Bélgica, Luxemburgo, Liechtenstein e Reino Unido.
Os Estados Unidos foram representados por um enviado de Barack Obama junto ao Vaticano, o embaixador Miguel Diaz; e Cuba, por Caridad Diego Bello, chefe do Serviço de Atenção aos Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido. A França esteve presente com seu primeiro-ministro, François Fillon.
Os jornalistas que vieram cobrir o evento eram mais de 2.300, bem como 1.300 canais de televisão.
O cansaço e o sol provocaram desmaios entre os peregrinos, mas a organização manteve a ordem, o que permitiu garantir uma verdadeira festa de fé, apesar do número de peregrinos ter superado as expectativas.
"A organização resistiu e tudo correu bem. Esperamos agora que o retorno ocorra sem problemas", disse o delegado para a segurança de Roma Capital, Giorgio Ciardi.
(Por Jesús Colina)
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