Youcat é o catecismo para os jovens. É um verdadeiro presente de Papa Bento XVI para os jovens, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em Madri, 2011!
O
Papa nos esceveu uma carta explicando o que é o youcat, “Hoje, aconselho-vos a
leitura de um livro estraordinário”. A intenção é ”traduzir o Catecismo da
Igreja Católica na língua dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no seu
mundo”.
“O
Cristianismo como tal não está superado? Pode-se ainda hoje racionalmente ser
crente?” Precisamos de uma resposta coerente com a nossa fé para alcançarmos o
coração do homem do nosso tempo, você que é jovem católico, com certeza já se
deparou com questionamento, interiores e exteriores sobre a fé e é por isto que
a Deus nos dá esse grande presente. “Portanto, peço-vos: estudai o catecismo com
paixão e perseverança!”
“ESPERO QUE MUITOS SE DEIXEM CATIVAR POR ESTE LIVRO”
Confira
as Palavras do Santo Padre, Papa Bento XVI sobre o Youcat:
Queridos
jovens amigos! Hoje aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário.
É
extraordinário pelo seu conteúdo mas também pelo modo em que se formou, que
desejo explicar-vos brevemente, para que se possa compreender a sua
particularidade. Youcat teve origem, por assim dizer, de outra obra que remonta
aos anos 80. Era um período difícil para a Igreja e para a sociedade mundial,
durante o qual surgiu a necessidade de novas orientações para encontrar o
caminho rumo ao futuro. Após o Concílio Vaticano II (1962-1965) e no mudado
clima cultural, muitas pessoas já não sabiam correctamente no que os cristãos
deveriam acreditar exactamente, o que a Igreja ensinava, se ela podia ensinar
algo tout court e como tudo isto podia adaptar-se ao novo clima cultural.
O
Cristianismo como tal não está superado? Pode-se ainda hoje racionalmente ser
crente? Estas são as questões que muitos cristãos se formulam até nos nossos
dias. O Papa João Paulo II optou então por uma decisão audaz: deliberou que os
bispos do mundo inteiro escrevessem um livro com o qual responder a estas
perguntas.
Ele
confiou-me a tarefa de coordenar o trabalho dos bispos e de vigiar a fim de que
das suas contribuições nascesse um livro – quero dizer, um livro verdadeiro e
não uma simples justaposição de uma multiplicidade de textos. Este livro devia
ter o título tradicional de Catecismo da Igreja Católica e todavia ser algo
absolutamente estimulante e novo; devia mostrar no que a Igreja Católica crê
hoje e de que maneira se pode acreditar de modo racional. Assustei-me com esta
tarefa e devo confessar que duvidei que algo semelhante pudesse ter bom êxito.
Como podia acontecer que autores espalhados pelo mundo pudessem produzir um
livro legível?
Como
podiam homens que vivem em continentes diversos, e não só sob o ponto de vista
geográfico, mas inclusive intelectual e cultural, produzir um texto dotado de
uma unidade interna e compreensível em todos os continentes?
A
isto acrescentava-se o facto de que os bispos deviam escrever não simplesmente
como autores individuais, mas em representação dos seus irmãos e das suas
Igrejas locais.
Devo
confessar que até hoje me parece um milagre o facto de que este projecto no
final se realizou. Encontrámo-nos três ou quatro vezes por ano por uma semana e
debatemos apaixonadamente sobre cada parte do texto, na medida em que se
desenvolvia.
Como
primeira atitude definimos a estrutura do livro: devia ser simples, para que
cada grupo de autores pudesse receber uma tarefa clara e não forçar as suas
afirmações num sistema complicado. É a mesma estrutura deste livro; ela é tirada
simplesmente de uma experiência catequética de um século: o que cremos / de que
modo celebramos os mistérios cristãos / de que maneira temos a vida em Cristo /
de que forma devemos rezar. Não quero explicar aqui o modo como debatemos sobre
a grande quantidade de questões, até chegar a compor um livro verdadeiro. Numa
obra deste género são muitos os pontos discutíveis: tudo o que os homens fazem é
insuficiente e pode ser melhorado, e não obstante, trata-se de um grande livro,
um sinal de unidade na diversidade. A partir das muitas vozes pôde-se formar um
coro porque tínhamos a comum partitura da fé, que a Igreja nos transmitiu desde
os apostólos, através dos séculos até hoje.
Por
que tudo isto?
Desde
a redacção do CIC, tivemos que constatar que não só os continentes e as culturas
das suas populações são diferentes, mas também no âmbito de cada sociedade
existem diversos “continentes”: o trabalhador tem uma mentalidade diferente do
camponês; um físico de um filólogo; um empresário de um jornalista, um jovem de
um idoso. Por este motivo, na linguagem e no pensamento, tivemos que nos colocar
acima de todas estas diferenças e, por assim dizer, buscar um espaço comum entre
os diferentes universos mentais; com isto tornamo-nos cada vez mais conscientes
do modo como o texto exigia algumas “traduções” nos diversos mundos, para poder
alcançar as pessoas com as suas mentalidades diferentes e várias
problemáticas.
DESDE ENTÃO, NAS JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE (ROMA, TORONTO, COLÓNIA, SYDNEY) REUNIRAM-SE JOVENS DE TODO O MUNDO QUE QUEREM ACREDITAR, QUE ESTÃO EM BUSCA DE DEUS, QUE AMAM CRISTO E DESEJAM CAMINHOS COMUNS. NESTE CONTEXTO PERGUNTÁMO-NOS SE NÃO DEVERÍAMOS TRADUZIR O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA NA LÍNGUA DOS JOVENS E FAZER PENETRAR AS SUAS PALAVRAS NO SEU MUNDO. NATURALMENTE, TAMBÉM ENTRE OS JOVENS DE HOJE EXISTEM MUITAS DIFERENÇAS; ASSIM, SOB A COMPROVADA GUIA DO ARCEBISPO DE VIENA, CHRISTOPH SCHÖNBORN, FORMOU-SE UM YOUCAT PARA OS JOVENS.
ESPERO QUE MUITOS SE DEIXEM CATIVAR POR ESTE LIVRO.
ALGUMAS PESSOAS DIZEM-ME QUE O CATECISMO NÃO INTERESSA À JUVENTUDE MODERNA; MAS NÃO ACREDITO NESTA AFIRMAÇÃO E ESTOU CERTO DE QUE TENHO RAZÃO. A JUVENTUDE NÃO É TÃO SUPERFICIAL COMO É ACUSADA DE O SER; OS JOVENS QUEREM SABER DEVERAS NO QUE CONSISTE A VIDA. UM ROMANCE POLICIAL É EMPOLGANTE PORQUE NOS ENVOLVE NO DESTINO DE OUTRAS PESSOAS, MAS QUE PODERIA SER TAMBÉM O NOSSO; ESTE LIVRO É CATIVANTE PORQUE NOS FALA DO NOSSO PRÓPRIO DESTINO E PORTANTO REFERE-SE DE PERTO A CADA UM DE NÓS.
POR ISSO, EXORTO-VOS: ESTUDAI O CATECISMO! ESTES SÃO OS MEUS VOTOS DE CORAÇÃO.ESTE SUBSÍDIO AO CATECISMO NÃO VOS ADULA; NÃO OFERECE FÁCEIS SOLUÇÕES; EXIGE UMA NOVA VIDA DA VOSSA PARTE; APRESENTA-VOS A MENSAGEM DO EVANGELHO COMO A “PÉROLA DE GRANDE VALOR” (MT 13, 45) PELA QUAL É PRECISO DAR TUDO.
PORTANTO, PEÇO-VOS: ESTUDAI O CATECISMO COM PAIXÃO E PERSEVERANÇA! SACRIFICAI O VOSSO TEMPO POR ELE! ESTUDAI-O NO SILÊNCIO DO VOSSO QUARTO, LEDE-O EM DOIS, SE SOIS AMIGOS, FORMAI GRUPOS E REDES DE ESTUDO, TROCAI IDEIAS NA INTERNET. PERMANECEI DE QUALQUER MODO EM DIÁLOGO SOBRE A VOSSA FÉ! DEVEIS CONHECER AQUILO EM QUE CREDES; DEVEIS CONHECER A VOSSA FÉ COM A MESMA EXACTIDÃO COM A QUAL UM PERITO DE INFORMÁTICA CONHECE O SISTEMA OPERATIVO DE UM COMPUTADOR; DEVEIS CONHECÊ-LA COMO UM MÚSICO CONHECE A SUA PEÇA; SIM, DEVEIS SER MUITO MAIS PROFUNDAMENTE RADICADOS NA FÉ DO QUE A GERAÇÃO DOS VOSSOS PAIS, PARA PODER RESISTIR COM FORÇA E DECISÃO AOS DESAFIOS E ÀS TENTAÇÕES DESTE TEMPO. TENDES NECESSIDADE DA AJUDA DIVINA, SE A VOSSA FÉ NÃO QUISER ESGOTAR-SE COMO UMA GOTA DE ORVALHO AO SOL, SE NÃO QUISERDES CEDER ÀS TENTAÇÕES DO CONSUMISMO, SE NÃO QUISERDES QUE O VOSSO AMOR AFOGUE NA PORNOGRAFIA, SE NÃO QUISERDES TRAIR OS DÉBEIS E AS VÍTIMAS DE ABUSOS E VIOLÊNCIA.
Se
vos dedicardes com paixão ao estudo do catecismo, gostaria de vos dar ainda um
último conselho: sabei todos de que modo a comunidade dos fiéis recentemente foi
ferida por ataques do mal, pela penetração do pecado no seu interior, aliás, no
coração da Igreja. Não tomeis isto como pretexto para fugir da presença de Deus;
vós próprios sois o corpo de Cristo, a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso
amor a esta Igreja todas as vezes que os homens obscurecerem o seu rosto. “Sede
diligentes, sem fraqueza, fervorosos de espírito, dedicados ao serviço do
Senhor” (Rm 12, 11).
Quando
Israel se encontrava no ponto mais obscuro da sua história, Deus chamou em seu
socorro não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias;
ele sentiu-se chamado a uma missão demasiado grande: “Ah! Senhor Javé, não sou
um orador, porque sou ainda muito novo!” (Jr 1, 6). Mas Deus replicou: “Não
digas: sou ainda muito novo – porquanto irás aonde Eu te enviar, e dirás o que
Eu te mandar” (Jr 1, 7).
Abençoo-vos
e rezo cada dia por todos vós.
BENTO PP. XVI
BENTO PP. XVI
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