A Igreja ensina que quando morremos somos
julgados por Deus, podendo ir para o céu, o purgatório terminar a purificação,
ou mesmo para o inferno, se rejeitarmos a Deus. Veja o que diz o Catecismo da
Igreja:
1008 - A morte é consequência do pecado. Embora
o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer (Sab 2, 23).
A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo
como consequência do pecado. "A morte corporal, à qual o homem teria sido
subtraído se não tivesse pecado"(GS, 18), é, assim, o "último inimigo" do homem
a ser vencido (1Cor 15,26).
1009 - A morte é transformada por Cristo.
Jesus, o Filho de Deus, sofreu Ele também a morte, própria da condição humana.
Todavia, a pesar do seu pavor diante dela (Mc 14, 33-34), assumiu-a em um ato de
submissão total e livre à vontade de seu Pai. A obediência de Jesus transformou
a maldição da morte em bênção (Rom 5, 19-21).
1010 - O sentido da morte cristã - Graça a
Cristo a morte cristã tem um sentido positivo. "Para mim, a vida é Cristo, e
morrer é lucro" (Fl 1, 21). "Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele
viveremos" (2Tm 2, 11). A novidade essencial da morte cristã está nisto: pelo
Batismo, o cristão já está sacramentalmente "morto com Cristo" para viver uma
vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma esse
"morrer com Cristo" e completa, assim, nossa incorporação a ele em seu ato
redentor.
1011 - Na morte, Deus chama o homem a si. É por
isso que o cristão pode sentir, em relação à morte, um desejo semelhante ao de
S. Paulo: "O meu desejo é partir e estar com Cristo" (Fl 1, 23) e pode
transformar sua própria morte em um ato de obediência e de amor ao Pai, a
exemplo de Cristo. (Lc 23, 46)
1013 - A morte é o fim da peregrinação
terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece
para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu
destino último. Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre"
(LG, 48), não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer
uma só vez" (Hb 9,27). Não existe reencarnação depois da morte.
1014 - A Igreja nos encoraja à preparação da
hora da nossa morte ("Livra-nos Senhor, de uma morte súbita e imprevista":
antiga ladainha de todos os santos), a pedir à Mãe de Deus que interceda por nós
"na hora da nossa morte" (Ave-Maria) e a entregar-se a São José, padroeiro da
boa morte.
Mortos
1055 - Em virtude da "comunhão dos santos", a
Igreja recomenda os defuntos à misericórdia de Deus e oferece em favor deles
sufrágios, particularmente o santo sacrifício eucarístico.
Juízo Final
1059 - A santíssima Igreja romana crê e
confessa firmemente que no dia do Juízo todos os homens comparecerão com o seu
próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios
atos" (DS 859,1549)
1038 - A ressurreição de todos os mortos, "dos
justos e dos injustos" (At 24, 15), antecederá o Juízo Final. Este será "a hora
em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que
tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o
mal , para uma ressurreição de julgamento" (Jo 5, 28-29). Então Cristo "virá em
sua glória, e todos os seus anjos com Ele. (...) E serão reunidas em sua
presença todas as nações, e Ele há de separar os homens uns dos outros, como o
pastor separa as ovelhas dos cabritos...
1039 - É diante de Cristo - que é a Verdade -
que será definitivamente desvendada a verdade sobre a relação de cada homem com
Deus (Jo 12, 48). O Juízo Final há de revelar, até as últimas conseqüências o
que um tiver feito de bem ou deixado de fazer durante a sua vida
terrestre.
1040 - O Juízo Final acontecerá por ocasião da
volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo, só Ele
decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará
então sua palavra definitiva sobre a história. Conheceremos então o sentido
último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e
compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá
conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus
triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é
mais forte que a morte (Ct 8,6).
1041 - A mensagem do Juízo Final é apelo à
conversão enquanto Deus ainda dá aos homens "o tempo favorável, o tempo da
salvação" (2Cor 6,2). O Juízo Final inspira o santo temor de Deus. Compromete
com a justiça do Reino de Deus. Anuncia a "bem-aventurada esperança" (Tt 2,13)
da volta do Senhor, que "virá para ser glorificado na pessoa dos seus santos e
para ser admirado na pessoa de todos aqueles que creram (2Ts 1,10).
681 - No dia do juízo, por ocasião do fim do
mundo, Cristo virá na glória para realizar o triunfo definitivo do bem sobre o
mal, os quais, como o trigo e o joio, terão crescido juntos ao longo da
história.
682 - Ao vir no fim dos tempos para julgar os
vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos corações e
retribuirá a cada um conforme as suas obras e segundo tiver acolhido ou
rejeitado a sua graça.
Juízo Particular
1051 - Cada homem, em sua alma imortal, recebe
sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um Juízo Particular feito por
Cristo, juiz dos vivos e dos mortos.
1021- A morte põe fim à vida do homem como
tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo
(2Tm 1,9-10). O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do
encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma
também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada função das suas
obras e da sua fé. A parábola do pobre Lázaro (Lc 16,22) e a palavra de Cristo
na cruz ao bom ladrão (Lc 23,43), assim como outros textos do Novo Testamento
(2Cor 5,8; Fl 1,26; Hb 9,27; 12,23) falam de um destino último da alma, que pode
ser diferente para uns e outros.
1022 - Cada homem recebe em sua alma imortal a
retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca
sua vida em relação à vida de Cristo, seja através de uma purificação (Conc. de
Lião II, DS 856; Conc. de Florença, DS 1384; Conc. de Trento, DS 1820), seja
para entrar de imediato na felicidade do céu (Con. de Lião II, DS 857; João
XXII, DS 991; Bento XII, Benedictus Deus; Conc. de Florença, DS 1305), seja para
condenar-se de imediato para sempre (Conc. de Lião II, DS 858; Bento XII,
Benedictus Deus; Conc. de Florença, DS 1306).
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