A Igreja ensina que Nossa Senhora foi escolhida por Deus “desde toda a eternidade” (Cat. § 488), para ser a Mãe do Seu Filho. Por causa de sua Maternidade Divina, ela foi sempre ‘Cheia de Graça” (gratia plena), concebida sem o pecado original, permanecendo Sempre Virgem (cf. Cat. §499), e Assunta ao Céu de corpo e alma. Pela altíssima dignidade de escolhida para ser a Mãe do divino Redentor, Maria nunca experimentou o pecado, nem o Original e nem o pessoal. S. Luiz de Montfort, fazendo coro com os Santos Padres, dizia que: “assim como o mar é a reunião de todas as águas, Maria é a reunião de todas as graças. Mas entre todas as virtudes de Nossa Senhora, podemos destacar a humildade e a pobreza. Ela é a Mulher humilde, pobre de espírito – exatamente o oposto de Eva soberba. Santo Irineu de Lião, doutor da Igreja (†202), disse que “a obediência de Maria desatou o nó da desobediência de Eva” (Ad. Haer.).
A humanidade foi lançada nas trevas do pecado e da morte, porque nossos primeiros pais foram soberbos e desobedientes a Deus. Pela humildade Jesus se tornou o “novo Adão” e salvou o mundo (Rom 5,12s). “Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2,6-8). Maria, a mãe do Senhor, tornou-se a “nova Eva”. Os santos ensinam que foi a perfeita humildade de Nossa Senhora que fez com que Deus a escolhesse para a mãe do seu Filho, eleita entre todas as mulheres. Ela mesma canta no Magnificat: “Ele olhou para sua humilde serva” (Lc1,48).
A soberba é o pior pecado. É o que levou também os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência mortal para toda a humanidade. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que “só morre meia hora depois do dono”.
Ser humilde é ser santo, é descer do pedestal, é não se auto-adorar, é preferir fazer a vontade dos outros do que a própria, é ser silencioso, discreto, escondido, é fugir das pompas e dos aplausos, como Maria. Sendo Mãe de Deus nunca se orgulhou; mas permaneceu pobre e humilde. São João Batista nos ensina a humildade de Maria: “Importa que Ele cresça e que eu diminua!” (Jo 3,30). Jesus exaltou os “pobres de espírito” (Mt 5, 1) como a Virgem Maria que precisou de muito pouco das coisas materiais para servir o Seu Filho e Senhor, e ser aquela que, como disse João Paulo II, “foi a que mais cooperou para a obra da Redenção da humanidade”. Olhemos e imitemos a Estrela pobre e humilde, que é nossa Mãe.
Prof. Felipe Aquino
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