sexta-feira, 4 de agosto de 2023

São João Maria Vianney - São João Maria Vianney é uma resposta do Céu!

 São João Maria Batista Vianney - Carisma - Franciscanos Carisma - Província  Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).

João Maria nasceu na França em 1786 e lá faleceu em 1859. Ordenado presbítero, foi enviado à aldeia de Ars, onde se tornou imagem viva do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Dedicou-se à pregação e à conversão não somente junto a seus conterrâneos, mas também em favor de outras regiões, cujos habitantes compareciam para ouvir suas orientações e dele receber o sacramento do perdão. Foi proclamado pela Igreja padroeiro dos sacerdotes. A celebração de sua memória nos anime a vivenciar os valores cristãos na família e na sociedade.

Primeira Leitura: Levítico 23,1.4-11.15-16.27.34-37

Leitura do livro do Levítico1O Senhor falou a Moisés, dizendo: 4“São estas as solenidades do Senhor em que convocareis santas assembleias no devido tempo: 5no dia catorze do primeiro mês, ao entardecer, é a Páscoa do Senhor. 6No dia quinze do mesmo mês é a festa dos Ázimos, em honra do Senhor. Durante sete dias comereis pães ázimos. 7No primeiro dia, tereis uma santa assembleia, não fareis nenhum trabalho servil; 8oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo durante sete dias. No sétimo dia haverá uma santa assembleia, e não fareis também nenhum trabalho servil”. 9O Senhor falou a Moisés, dizendo: 10“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: ‘Quando tiverdes entrado na terra que vos darei e tiverdes feito a colheita, levareis ao sacerdote um feixe de espigas como primeiros frutos da vossa colheita. 11O sacerdote elevará esse feixe de espigas diante do Senhor, para que ele vos seja favorável: e fará isso no dia seguinte ao sábado. 15A partir do dia seguinte ao sábado, desde o dia em que tiverdes trazido o feixe de espigas para ser apresentado, contareis sete semanas completas. 16Contareis cinquenta dias até o dia seguinte ao sétimo sábado e apresentareis ao Senhor uma nova oferta. 27O décimo dia do sétimo mês é o dia da Expiação. Nele tereis uma santa assembleia, jejuareis e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. 34No dia quinze desse sétimo mês, começa a festa das Tendas, que dura sete dias, em honra do Senhor. 35No primeiro dia haverá uma santa assembleia e não fareis nenhum trabalho servil. 36Durante sete dias oferecereis ao Senhor sacrifícios pelo fogo. No oitavo dia, tereis uma santa assembleia e oferecereis ao Senhor um sacrifício pelo fogo. É dia de reunião festiva: não fareis nenhum trabalho servil. 37Estas são as solenidades do Senhor, nas quais convocareis santas assembleias para oferecer ao Senhor sacrifícios pelo fogo, holocaustos e oblações, vítimas e libações, cada qual no dia prescrito'”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 80(81)

Exultai no Senhor, nossa força.

1. Cantai salmos, tocai tamborim, / harpa e lira suaves tocai! / Na lua nova soai a trombeta, / na lua cheia, na festa solene! – R.

2. Porque isso é costume em Jacó, / um preceito do Deus de Israel; / uma lei que foi dada a José / quando o povo saiu do Egito. – R.

3. Em teu meio não exista um deus estranho, / nem adores a um deus desconhecido! / Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, / que da terra do Egito te arranquei. – R.

Evangelho: Mateus 13,54-58

Aleluia, aleluia, aleluia.

A Palavra do Senhor permanece eternamente, / e esta é a Palavra que vos foi anunciada (1Pd 1,25). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 54dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: “De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?” 57E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!” 58E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé. – Palavra da salvação.

Reflexão

Celebramos hoje a Memória do extraordinário Cura d’Ars, São João Maria Vianney, o Padroeiro dos párocos. Por que a Igreja escolheu este homem para ser o Padroeiro dos párocos, quando existiram milhares de sacerdotes santos ao longo desses dois mil anos de Igreja? Porque São João Maria Vianney é um raio de luz no meio das trevas que inauguraram os tempos modernos.

Sim, o mundo como nós o conhecemos foi moldado pela Revolução Francesa, e São João Maria Vianney é uma resposta do Céu a esta revolução.

Em que sentido? O mundo da Revolução Francesa é um mundo que se tornou cada vez mais materialista, ou seja, a resposta para a felicidade do homem está aqui nesta terra; Deus é alienação, simplesmente uma fábula, uma ideologia, um “jogo linguístico” — diríamos nós hoje — para escravizar as pessoas. Assim, vemos que as pessoas começam a se comportar como animais.

Ars, à qual São João Maria Vianney chegou, uma cidade abandonada, sem cuidado pastoral nem padres, era verdadeiramente um lugar em que as pessoas estavam reduzidas à animalidade muito mais do que nós possamos suspeitar. Então, qual foi a resposta de São João Maria Vianney? Alguns de nós responderiam com manifestações de poder, através de propaganda, de palavras de ordem, de força, de “ideologia contra ideologia”.

Não foi isso o que São João Maria Vianney fez. Ele simplesmente viveu o Evangelho na sua radicalidade. O verdadeiro sacerdote católico compreende que, se quiser ser sacerdote, só pode sê-lo como Jesus o foi, a saber, sendo vítima. Sim, São João Maria Vianney se ofereceu a Deus em sacrifício e penitências, em obras de amor e caridade aos pobres, num engajamento de sua própria pessoa, oferecida em holocausto a Deus pela salvação das almas.

Nós, certamente, diante de outra Revolução Francesa, que tratasse a Igreja como uma instituição de poder, estimularíamos a luta pelo poder. A resposta de São João Maria Vianney, porém, é a resposta de Cristo: ao invés de se manifestar como um sacerdócio de poder, ele se manifesta como um sacerdote que é vítima.

O Concílio Vaticano II tentou responder a essas acusações de que a Igreja quer poder e de que o sacerdócio é um instrumento de poder; mas a resposta não é a que alguns miseravelmente dão, não por causa do Concílio, mas por sua própria conta: laicizar os padres, transformando-os em funcionários públicos, leigos iguais aos outros.

A resposta aos que acusam a Igreja de ser uma instituição de poder é mostrar que, sim, nós temos um poder, mas é o poder da Cruz; nós temos um poder, mas é o poder de quem ama até o desprezo de si mesmo, de quem ama a Deus e assim consegue edificar a única cidade que é objeto de missão da Igreja, a cidade do Céu.

Santo Agostinho dizia com toda a clareza que existem duas cidades: uma que vai do amor de si até o desprezo de Deus (que é justamente a que Revolução Francesa e o mundo moderno buscaram edificar); e outra, a cidade do Céu, edificada por São João Maria Vianney, que parte do desprezo de si, porque é nele que está fundado o amor de Deus: do amor de Deus até o desprezo de si mesmo.

Eis aí como ele, sacerdote e vítima, entregou-se com uma eficácia tremenda, a tal ponto que o governo francês obrigou-se a construir uma estrada de ferro para levar os milhares de peregrinos que iam até a desconhecida Ars. Para ver o quê? Um padre santo, que se oferecia como vítima a Deus.

 

https://padrepauloricardo.org 

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