sábado, 5 de agosto de 2023

17ª Semana do Tempo Comum - “É João Batista, que ressuscitou dos mortos!”

 PE. JOÃO CARLOS - BLOG DA MEDITAÇÃO DA PALAVRA: O MEDO NÃO PODE NOS  PARALISAR

Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6s.36).

Deus se preocupa com o bem-estar de seus filhos e filhas e os quer livres e libertos de todo sistema e poder promotores de morte. Podemos unir-nos ao salmista, que engrandece o Senhor, proclamando: “Os povos governais com retidão e guiais, em toda a terra, as nações”.

Primeira Leitura: Levítico 25,1.8-17

Leitura do livro do Levítico1O Senhor falou a Moisés no monte Sinai, dizendo: 8“Contarás sete semanas de anos, ou seja, sete vezes sete anos, o que dará quarenta e nove anos. 9Então farás soar a trombeta no décimo dia do sétimo mês. No dia da Expiação, fareis soar a trombeta por todo o país. 10Declarareis santo o quinquagésimo ano e proclamareis a libertação para todos os habitantes do país: será para vós um jubileu. Cada um de vós poderá retornar à sua propriedade e voltar para a sua família. 11O quinquagésimo ano será para vós um ano de jubileu: não semeareis, nem colhereis o que a terra produzir espontaneamente, nem colhereis as uvas da vinha não podada; 12pois é um ano de jubileu, sagrado para vós, mas podereis comer o que produziram os campos não cultivados. 13Nesse ano de jubileu, cada um poderá retornar à sua propriedade. 14Se venderes ao teu conterrâneo ou dele comprares alguma coisa, que ninguém explore o seu irmão; 15de acordo com o número de anos decorridos após o jubileu, o teu conterrâneo fixará para ti o preço de compra e, de acordo com os anos de colheita, ele fixará o preço de venda. 16Quanto maior o número de anos que restarem após o jubileu, tanto maior será o preço da terra; quanto menor o número de anos, tanto menor será o seu preço, pois ele te vende de acordo com o número de colheitas. 17Não vos leseis uns aos outros entre irmãos, mas temei o vosso Deus. Eu sou o Senhor, vosso Deus”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 66(67)

Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, / que todas as nações vos glorifiquem.

1. Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, / e sua face resplandeça sobre nós! / Que na terra se conheça o seu caminho / e a sua salvação por entre os povos. – R.

2. Exulte de alegria a terra inteira, / pois julgais o universo com justiça; / os povos governais com retidão / e guiais, em toda a terra, as nações. – R.

3. A terra produziu sua colheita: / o Senhor e nosso Deus nos abençoa. / Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, / e o respeitem os confins de toda a terra! – R.

Evangelho: Mateus 14,1-12

Aleluia, aleluia, aleluia.

Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, / porque o Reino dos Céus há de ser deles! (Mt 5,10) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”. 3De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos e agradou tanto a Herodes, 7que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista”. 9O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10E mandou cortar a cabeça de João no cárcere. 11Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e esta a levou para a sua mãe. 12Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
 No Evangelho de hoje, S. Mateus introduz, no meio de sua narrativa do ministério galilaico de Cristo, uma reminiscência sobre a ocasião em que foi assassinado o Precursor do Messias. Jesus estava pregando o Evangelho e realizando milagres em diversas cidades, e a sua fama, que se estendia a passos rápidos, começou a levar as pessoas a se perguntarem pela identidade do novo profeta. Também Herodes ouviu falar dos feitos de Jesus e, atormentado pelo remorso de haver mandado matar S. João Batista, começa a delirar pensando que este voltara dos mortos para se vingar. Mais por fraqueza do que por impiedade, Herodes assassinou o Precursor de Cristo, e é por isto que noutra ocasião o Senhor lhe chama raposa, indicando assim que o patético tetrarca possuía uma ira cruel, mas traiçoeira, porque lhe faltava coragem de enfrentar o inimigo. Como as raposas, Herodes age sorrateiramente, à socapa, e foi por ser traiçoeiro que ele mesmo acabou caindo numa armadilha, montada por Herodíades para que ele se visse no impasse de decidir entre desonrar-se diante da corte ou fazer o que lhe pedia a mulher. João Batista, com efeito, não foi morto porque Herodes quisesse livrar-se dele, mas porque Herodes amava mais a própria imagem do que a justiça e a vida dos outros. Herodes é fraco como as raposas, pois não tem força interior para encarar a verdade sobre si mesmo e decidir-se por ela; não consegue dar o passo doloroso de reconhecer o próprio pecado e dispor-se a mudar, por ter finalmente enxergado a miséria em que vive. São como ele, infelizmente, os que adiam sua conversão ou não chegam nunca a converter-se. Somos como ele quando urdimos pretextos para atenuar as nossas faltas, e não é de espantar que, com consciência assim tão agravada, passemos a ser assombrados pelos fantasmas dos nossos pecados, que nos lembram dia e noite que, se não nos convertermos enquanto temos tempo, morreremos com eles para toda a eternidade: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos!”
 
 
https://padrepauloricardo.org

Nenhum comentário: