segunda-feira, 21 de agosto de 2023

20ª Semana do Tempo Comum - Jesus não é uma “obrigação” a mais

 Evangelho do Dia: O jovem rico (Mt 19,16-22) – Oratório São Luiz – 120 Anos

O Senhor o escolheu para a plenitude do sacerdócio e, abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.

José Sarto nasceu na Itália em 1835 e lá faleceu em 1914. Nomeado cardeal e patriarca de Veneza, foi eleito papa em 1903, com o nome de Pio 10º. Empenhou-se por realizar inúmeras reformas nas áreas de catequese, liturgia, pastoral e missões. Celebrando sua memória, peçamos humildemente que nossa obra apostólica esteja alicerçada na íntima união pessoal com Cristo.

Primeira Leitura: Juízes 2,11-19

Leitura do livro dos Juízes – Naqueles dias, 11os filhos de Israel fizeram o que desagrada ao Senhor, servindo a deuses cananeus. 12Abandonaram o Senhor, o Deus de seus pais, que os havia tirado do Egito, e seguiram outros deuses dos povos que em torno deles habitavam, e os adoraram, provocando assim a ira do Senhor. 13Afastaram-se do Senhor para servir a Baal e a Astarte. 14Por isso, acendeu-se contra Israel a ira do Senhor, que os entregou nas mãos dos salteadores, que os saqueavam, e os vendeu aos inimigos que habitavam nas redondezas. E eles não puderam resistir aos seus adversários. 15Em tudo o que desejassem empreender, a mão do Senhor estava contra eles para sua desgraça, como lhes havia dito e jurado. A sua aflição era extrema. 16Então, o Senhor mandou-lhes juízes que os livrassem das mãos dos saqueadores. 17Eles, porém, nem aos seus juízes quiseram ouvir e continuavam a prostituir-se com outros deuses, adorando-os. Depressa se afastaram do caminho seguido por seus pais, que haviam obedecido aos mandamentos do Senhor; não procederam como eles. 18Sempre que o Senhor lhes mandava juízes, o Senhor estava com o juiz e os livrava das mãos dos inimigos enquanto o juiz vivia, porque o Senhor se deixava comover pelos gemidos dos aflitos. 19Mas, quando o juiz morria, voltavam a cair e portavam-se pior que seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e adorando-os. Não desistiram de suas obras perversas nem da sua conduta obstinada. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 105(106)

Lembrai-vos de nós, ó Senhor, / segundo o amor para com vosso povo!

1. Não quiseram suprimir aqueles povos / que o Senhor tinha mandado exterminar; / misturaram-se, então, com os pagãos / e aprenderam seus costumes depravados. – R.

2. Aos ídolos pagãos prestaram culto, / que se tornaram armadilha para eles; / pois imolaram até mesmo os próprios filhos, / sacrificaram suas filhas aos demônios. – R.

3. Contaminaram-se com suas próprias obras, / prostituíram-se em crimes incontáveis. / Acendeu-se a ira de Deus contra o seu povo, / e o Senhor abominou a sua herança. – R.

4. Quantas vezes o Senhor os libertou! / Eles, porém, por malvadez o provocavam. / Mas o Senhor tinha piedade do seu povo / quando ouvia o seu grito na aflição. – R.

Evangelho: Mateus 19,16-22

Aleluia, aleluia, aleluia.

Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos Céus (Mt 5,3). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, o que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que tu me perguntas sobre o que é bom? Um só é o bom. Se tu queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe e ama teu próximo como a ti mesmo”. 20O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. O que ainda me falta?” 21Jesus respondeu: “Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. – Palavra da salvação.

Reflexão
O Evangelho de hoje repisa um dos pontos centrais da pregação de Cristo: a diferença entre o mínimo necessário para ser salvo e o único necessário que devemos ter em vista se, além de salvar-nos, quisermos ser perfeitos. A personagem que aparece hoje no Evangelho, por exemplo, é um símbolo perfeito do que poderíamos chamar “cristão médio”, cumpridor de suas obrigações religiosas e de seus deveres de estado, mas que ainda não tomou a peito, com santa violência, o chamado universal à santidade, que não é mais do que a perfeição no amor. Trata-se do jovem rico, que desde a infância observou, com zelo irreprochável, os Mandamentos que nos permitem “entrar na vida”, isto é, ir para o céu: “Tenho observado todas essas coisas”. No entanto, ainda lhe faltava, para tornar-se o que Jesus espera de todos os fiéis, o que falta a muitos de nós: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Não significa isto que os fiéis leigos tenham de abandonar o mundo, mas que devem viver nele como se já não vivessem, tendo como fim último de todas as suas ações, de todos os seus compromissos e afazeres, um amor sempre maior a Jesus Cristo. Aos que vivem no século como casados e trabalhadores normais não é possível, com efeito, vender literalmente tudo o que têm; mas lhes é possível, tanto quanto a um padre ou consagrado, ordenar a própria vida, em seus menores detalhes, à glória de Deus, amando-o com toda a intensidade nas ocupações mais “irrelevantes”: numa fila de banco, numa ida ao cartório, no cuidado de um parente enfermo, no preparo de uma refeição etc. etc. Em tudo isso, se tivermos a Cristo como fim, como a razão por que fazemos o que quer que façamos, teremos de certo modo vendido tudo o que temos, porque já não viveremos para nós, mas para aquele que, por tanto nos ter amado, bem merece ser o único cuidado do nosso coração: “Se queres ser perfeito…”.
 
 
 
https://padrepauloricardo.org

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