quarta-feira, 9 de agosto de 2023

18ª Semana do Tempo Comum - Jesus e a mulher cananeia.

 Paróquia de Santo Antônio de Volta Redonda-RJ - UMA FÉ PERSEVERANTE Mt  15,21-28 Depois de Jesus ter andado a espalhar pela Galiléia junto dos seus  a chegada do Reino dos Céus, ele

Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

Não raro as pessoas esquecem as maravilhas que Deus opera em seu benefício; então se rebelam contra ele ou dele se afastam. De nossa parte, busquemos com fé o socorro do Senhor em todo tempo e em qualquer circunstância.

Primeira Leitura: Números 13,1-2.25-14,1.26-30.34-35

Leitura do livro dos Números – Naqueles dias, 1o Senhor falou a Moisés no deserto de Farã, dizendo: 2“Envia alguns homens para explorar a terra de Canaã, que vou dar aos filhos de Israel. Enviarás um homem de cada tribo, e que todos sejam chefes”. 25Ao fim de quarenta dias, eles voltaram do reconhecimento do país 26e apresentaram-se a Moisés, a Aarão e a toda a comunidade dos filhos de Israel, em Cades, no deserto de Farã. E, falando a eles e a toda a comunidade, mostraram os frutos da terra 27e fizeram a sua narração, dizendo: “Entramos no país ao qual nos enviastes, que de fato é uma terra onde corre leite e mel, como se pode reconhecer por estes frutos. 28Porém, os habitantes são fortíssimos e as cidades, grandes e fortificadas. Vimos lá descendentes de Enac; 29os amalecitas vivem no deserto do Negueb; os hititas, jebuseus e amorreus, nas montanhas; mas os cananeus, na costa marítima e ao longo do Jordão”. 30Entretanto Caleb, para acalmar o povo revoltado, que se levantava contra Moisés, disse: “Subamos e conquistemos a terra, pois somos capazes de fazê-lo”. 31Mas os homens que tinham ido com ele disseram: “Não podemos enfrentar esse povo, porque é mais forte do que nós”. 32E, diante dos filhos de Israel, começaram a difamar a terra que haviam explorado, dizendo: “A terra que fomos explorar é uma terra que devora os seus habitantes: o povo que aí vimos é de estatura extraordinária. 33Lá vimos gigantes, filhos de Enac, da raça dos gigantes; comparados com eles, parecíamos gafanhotos”. 14,1Então, toda a comunidade começou a gritar e passou aquela noite chorando. 26O Senhor falou a Moisés e Aarão e disse: 27“Até quando vai murmurar contra mim esta comunidade perversa? Eu ouvi as queixas dos filhos de Israel. 28Dize-lhes, pois: ‘Por minha vida, diz o Senhor, juro que vos farei assim como vos ouvi dizer! 29Neste deserto ficarão estendidos os vossos cadáveres. Todos vós que fostes recenseados, da idade de vinte anos para cima, e que murmurastes contra mim 30não entrareis na terra na qual jurei, com mão levantada, fazer-vos habitar, exceto Caleb, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. 34Carregareis vossa culpa durante quarenta anos, que correspondem aos quarenta dias em que explorastes a terra, isto é, um ano para cada dia; e experimentareis a minha vingança. 35Eu, o Senhor, assim como disse, assim o farei com toda essa comunidade perversa, que se insurgiu contra mim: nesta solidão será consumida e morrerá'”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 105(106)

Lembrai-vos de nós, ó Senhor, / segundo o amor para com vosso povo!

1. Pecamos como outrora nossos pais, / praticamos a maldade e fomos ímpios; / no Egito nossos pais não se importaram / com os vossos admiráveis grandes feitos. – R.

2. Mas bem depressa esqueceram suas obras, / não confiaram nos projetos do Senhor. / No deserto deram largas à cobiça, / na solidão eles tentaram o Senhor. – R.

3. Esqueceram-se do Deus que os salvara, / que fizera maravilhas no Egito; / no país de Cam fez tantas obras admiráveis, / no mar Vermelho, tantas coisas assombrosas. – R.

4. Até pensava em acabar com sua raça, / não se tivesse Moisés, o seu eleito, / interposto, intercedendo junto a ele, / para impedir que sua ira os destruísse. – R.

Evangelho: Mateus 15,21-28

Aleluia, aleluia, aleluia.

Um grande profeta surgiu entre nós / e Deus visitou o seu povo, aleluia (Lc 7,16). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. 22Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” 23Mas Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”. 24Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. 25Mas a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” 26Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. 27A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” 28Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada. – Palavra da salvação.

Reflexão
 

Hoje, o Evangelho nos coloca diante daquele belo e ao mesmo tempo desconcertante episódio em que uma piedosa mãe cananeia recorre confiadamente Àquele que é, por natureza, fonte de toda a piedade: belo, por um lado, porque retrata uma mulher que, com zelo materno, não receia reconhecer a sua condição de filha do Senhor; desconcertante, por outro, porque nos mostra a piedade de Cristo "resistir" de início à piedade daquela boa mãe. Apesar dos seus muitos apelos, diz-nos o Evangelista, Jesus "não lhe respondeu palavra nenhuma". Ora, qual a razão deste silêncio inicial? Por que só depois de muito insistir pôde aquela pagã conseguir do Senhor o favor que tanto Lhe vinha pedindo? Justamente por muito haver insistido; à "negativa" de Jesus ela soube responder com as virtudes que Ele, de sua parte, lhe pedia sem dizer palavra: e humildade. Fé, em primeiro lugar, na verdade do que há pouco lhe revelara o Mestre: "Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel"; humildade, por fim, ao saber de sua indignidade: "Os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!" Rebaixando-se, pois, à condição de cachorrinho, ela manifesta a confiança e a fidelidade típicas de um filho de Deus.

Essa passagem de São Mateus também nos recorda que, para termos uma autêntica vida espiritual, é imprescindível que nos rebaixemos com humildade diante de Deus. Para orarmos, e orarmos com proveito, temos de nos despojar da nossa vaidade, do nosso orgulho, do nosso apego às aparências, aos nossos próprios critérios. Gravemos bem na memória aquelas nunca assaz repetidas palavras da Escritura: "Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no tempo oportuno" (1 Pd 5, 5s; Tg 4, 6.10; Pr 3, 34). A exemplo dessa mãe cananeia, confiemos ao Coração amabilíssimo dAquele que tem cuidado de nossas preocupações (cf. 1 Pd 5, 7); façamo-lo, porém, não com a soberba dos que se pensam "credores" do Senhor, mas como quem, com espírito simples e confiante, sabe não ser mais do que um cachorrinho, que não tem direito de exigir do seu dono nem sequer as migalhas que caem de sua mesa. Que a Virgem Santíssima, Virgo fidelis, nos ajude por sua intercessão a ter retas disposições — de e humildade — em nossa vida corrente e, de modo bastante especial, em nossa vida de oração.

 

https://padrepauloricardo.org

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