quarta-feira, 16 de agosto de 2023

19ª Semana do Tempo Comum - Corrigir o irmão para levá-lo ao Céu.

 Jesus fala com seus discípulos. | A melhor mensagem para começar todas as  semanas. #Jesus | By O EVANGELHO DE JESUS | Facebook

Considerai, Senhor, vossa Aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22s).

Ao longo da história da salvação, Deus envia profetas com o objetivo de orientar e manter para si um povo fiel. Benditas sejam as pessoas que, também quando nos advertem, são capazes de nos alimentar a fé e a perseverança nos caminhos do Senhor.

Primeira Leitura: Deuteronômio 34,1-12

Leitura do livro do Deuteronômio – Naqueles dias, 1Moisés subiu das estepes de Moab ao monte Nebo, ao cume do Fasga, que está defronte de Jericó. E o Senhor mostrou-lhe todo o país, desde Galaad até Dã, 2o território de Neftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até o mar ocidental, 3o Negueb e a região do vale de Jericó, cidade das palmeiras, até Segor. 4O Senhor lhe disse: “Eis aí a terra pela qual jurei a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: ‘Eu a darei à tua descendência’. Tu a viste com teus olhos, mas nela não entrarás”. 5E Moisés, servo do Senhor, morreu ali, na terra de Moab, conforme a vontade do Senhor. 6E ele o sepultou no vale, na terra de Moab, defronte de Bet-Fegor. E ninguém sabe até hoje onde fica a sua sepultura. 7Ao morrer, Moisés tinha cento e vinte anos. Sua vista não tinha enfraquecido, nem seu vigor se tinha esmorecido. 8Os filhos de Israel choraram Moisés nas estepes de Moab durante trinta dias, até que terminou o luto por Moisés. 9Josué, filho de Nun, estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés lhe tinha imposto as mãos. E os filhos de Israel lhe obedeceram e agiram como o Senhor tinha ordenado a Moisés. 10Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés, a quem o Senhor conhecesse face a face, 11nem quanto aos sinais e prodígios que o Senhor lhe mandou fazer, na terra do Egito, contra o faraó, os seus servidores e todo o seu país, 12nem quanto à mão poderosa e a tantos e tão terríveis prodígios que Moisés fez à vista de todo Israel. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 65(66)

Bendito seja o Senhor Deus, que me escutou, / é ele que dá vida à nossa vida.

1. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, / cantai salmos a seu nome glorioso, / dai a Deus a mais sublime louvação! / Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!” – R.

2. Vinde ver todas as obras do Senhor: / seus prodígios estupendos entre os homens! / Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: / vou contar-vos todo bem que ele me fez! / Quando a ele o meu grito se elevou, / já havia gratidão em minha boca! – R.

Evangelho: Mateus 18,15-20

Aleluia, aleluia, aleluia.

Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; / e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles”. – Palavra da salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina como corrigir os nossos irmãos. O contexto do Evangelho é aquele de um discurso de Jesus dirigido aos seus discípulos.

Jesus já viu que os Apóstolos compreenderam quem Ele é, sobretudo depois da profissão de fé de São Pedro, no capítulo 16 do evangelho de São Mateus. Agora, no capítulo 18, em que a Igreja vai ser edificada sobre aquela fé de Pedro, Jesus quer nos ensinar a sermos um só Corpo e a compreendermos que, enquanto Igreja, somos uma comunidade, no sentido bem profundo dessa palavra, uma unidade. Ou seja, devemos nos relacionar com o outro como uma parte de nós mesmos: somos membros de um só Corpo, o Corpo de Cristo, por isso, devemos cuidar daquilo que é a realidade mais importante para nós, a nossa salvação eterna.

Nesse sentido, é importante entendermos de que tipo de correção Jesus está realmente falando neste Evangelho. Nós precisamos corrigir o irmão? Sim, com certeza; mas buscando a salvação eterna dele, e isso é muito importante.

Não podemos perder essa razão de ser da Igreja, porque, infelizmente, existe uma tendência de esvaziar o Evangelho para realidades intramundanas, como se Jesus estivesse nos ensinando uma espécie de “norma comunitária” pura e simplesmente, no sentido raso da palavra “comunidade”, compreendida como uma pequena sociedade intramundana, com suas regras sociais.

Mas Jesus não está fazendo isso. Ele está nos pedindo muito mais: quer que sejamos um só Corpo com Ele, e isso é a Igreja. A Igreja é a continuidade do Ressuscitado ao longo da História; e nós, membros da Igreja, precisamos ter em foco essa realidade de que o fim último, a razão de ser da nossa vida, é a nossa comunhão com o Cristo, nossa unidade com Ele. Por isso, Jesus disse a Pedro: “O que ligares na terra, será ligado no Céu; o que desligares na terra, será desligado no Céu”. Isso quer dizer que a Igreja é uma unidade aqui na terra que remete a outra unidade lá no Céu, com Cristo.

O irmão pecou? É necessário, sim, corrigi-lo; mas corrigi-lo porque ele tem a alma em perigo. E, exatamente porque está com a alma em perigo, por viver em situação de pecado, ele também significa um perigo para os pequeninos ao redor, que podem se escandalizar e também buscar o pecado e a perdição. Por isso, o foco da correção não pode ser apenas reparar uma injustiça pessoal, deste mundo, que alguém cometeu contra nós, mas deve ser a salvação daquele que cometeu essa injustiça.

Tendo essa premissa em nossa mente e em nosso coração, podemos agir de forma diferente. Você vai corrigir o irmão por quê? Se for apenas para obter justiça de qualquer forma, então você primeiro corrige o irmão em separado; se não adiantar, depois chama duas testemunhas; e, se mesmo assim não mudar, excomunga-o. Basta seguir a cartilha como está no Evangelho.

Mas, se a finalidade for a salvação eterna do irmão — o que você precisa fazer para não desistir dele e salvá-lo —, você tem de corrigir sabendo: “Pobre do meu irmão, ele vai se perder”. Além disso, precisa fazer isso com o coração de Cristo, tentar salvá-lo, corrigi-lo e convertê-lo, enfim, tentar ganhá-lo para o Céu.

Resumindo: o Evangelho de hoje é um método de como devemos ganhar os nossos irmãos para o Céu, seguindo o que o próprio Senhor nos disse: “Buscai primeiro o reino de Deus e tudo o mais será acrescentado” (Mt 6,33).

 
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