Filhos
de Deus! Ficamos admirados ante este mistério inefável: «O Filho de Deus se fez
filho do homem para fazer aos homens filhos de Deus» (São João Crisóstomo).
Qual
é a lógica com que abordamos o mundo: a lógica de Deus, ou a lógica dos homens?
Somos envolvidos pela correria do
comércio. Os presentes, as viagens e tantas outras realidades próprias do fim
de ano fazem-nos viver um tempo diferente.
Mas
será que estamos mesmo celebrando o Natal?
Ou
seja, será que estamos celebrando o nascimento de Jesus, o Deus que se fez
Menino, nascido da Virgem Maria, que veio habitar em meio a nós?
Penso
que, celebrar o Natal sem nos deixar envolver pela ternura do amor de Deus,
expresso no nascimento de Cristo, é como participar de uma festa sem conhecer
os anfitriões e nem o motivo da comemoração. Você está presente, come, bebe,
admira a decoração, observa os convidados, mas não tem porque se alegrar vive
tudo de maneira superficial, indiferente.
E
tenho certeza que não é isso que Deus espera de nós, justo na festa do Seu
nascimento.
Precisamos
recordar, com urgência, o motivo da celebração do Natal e nos prepararmos com
dignidade para esta festa, sem nos deixarmos levar pelo clima externo do
consumismo.
Mesmo
que isso seja um grande desafio em nossos dias, é preciso fazermos nossa parte
como cristãos! Aquela Luz que brilhou na Terra, há mais de dois mil anos, é
Jesus, a mesma Luz que deseja, hoje, iluminar nossa vida, dissipando toda
espécie de trevas que o pecado nos incutiu.
Lembremo-nos
de que, nosso coração é o lugar que Deus escolheu para nascer, pois somos
únicos diante d’Ele.
No
entanto, como Pai amoroso que é, o Senhor continua a respeitar nossa liberdade
e espera darmos o primeiro passo na direção certa, para que Sua luz entre em
nossa vida.
Não
basta dar Feliz Natal aos outros e trocar presentes, quando não vivemos de fato
o deixar-se ser presença presente do Verbo de Deus, da Palavra feito carne,
para que a carne se faça Palavra de Deus.
Celebrar
o Natal é renovar nosso amor no Senhor. Aquele que veio um dia nos trazer a
salvação continua vindo ao nosso encontro todos os dias do ano, nas mais
diversas pessoas e situações.
Muitos
assumem, no tempo natalino, a “síndrome do Papai Noel”. Do dia para a noite,
fazem um processo de conversão relâmpago. Abraçam a todos e distribuem
presentes. Mas, terminado o Natal, voltam a praticar os mesmos atos de maldade.
Tais pessoas não se converteram de fato; têm apenas um impulso emocional para
desencargo de consciência.
Jesus
Cristo nos ensinou que não existe dia específico para a prática do bem e do
amor. Todo dia é dia de amar. O irmão necessitado não sente fome somente no
tempo do Natal, mas também todos os outros meses do ano.
Não
adianta você dar o melhor presente para seus pais, se você passa os outros onze
meses do ano ausente da vida deles.
O
melhor presente a ser ofertado é a mudança de suas atitudes e a conversão
permanente do seu coração.
Gestos
de amor brilham na Eternidade.
Santo
Natal sendo linguagem do Verbo AMOR!
Padre
Emílio Carlos Mancini.
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