sábado, 6 de junho de 2020

Liturgia Diária – Falsidade e hipocrisia no trato das coisas de Deus.

  OFERECEU TUDO… (Mc 12,38-44) – Texto de Antônio Carlos Santini, da ...
1a Leitura - 2 Timóteo 4,1-8
4 1 Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino:
2 prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir. 3 Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. 4 Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. 5 Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério. 6 Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado e o instante da minha libertação se aproxima. 7 Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. 8 Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição.
Palavra do Senhor.

Salmo - 70/71

Minha boca anunciará vossa justiça.

Vosso louvor é transbordamento de meus lábios,
cantam eles vossa glória o dia inteiro.
Não me deixeis quando chegar minha velhice,
não me falteis quando faltarem minhas forças!

Eu, porém, sempre em vós confiarei,
sempre mais aumentarei vosso louvor!
Minha boca anunciará todos os dias
vossa justiça e vossas graças incontáveis.

Cantarei vossos portentos, ó Senhor,
lembrarei vossa justiça sem igual!
Vós me ensinastes desde a minha juventude,
e até hoje canto as vossas maravilhas.

Então, vos cantarei ao som da harpa,
celebrando vosso amor sempre fiel;
para louvar-vos, tocarei a minha cítara,
glorificando-vos, ó santo de Israel!

Evangelho - Marcos 12,38-44
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
12 38 Jesus lhes dizia em sua doutrina: “Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com roupas compridas, de ser cumprimentados nas praças públicas
39 e de sentar-se nas primeiras cadeiras nas sinagogas e nos primeiros lugares nos banquetes. 40 Eles devoram os bens das viúvas e dão aparência de longas orações. Estes terão um juízo mais rigoroso”. 41 Jesus sentou-se defronte do cofre de esmola e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias. 42 Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante. 43 E ele chamou os seus discípulos e disse-lhes: “Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre, 44 porque todos deitaram do que tinham em abundância; esta, porém, pôs, da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento”.
Palavra da Salvação.

Reflexão
 
Por mais que tentemos muitas vezes aparentar uma falsa humildade, Deus conhece o nosso coração e pode perceber que sentimentos se escondem debaixo das nossas ações. Neste Evangelho nós vimos Jesus abrir os olhos dos Seus discípulos para que se prevenissem contra “os doutores da lei” por causa da sua soberba e pretensão, assim como também da sua falsidade e hipocrisia no trato das coisas de Deus. Assim, Ele dizia: “Tomai cuidado  “eles receberão a pior condenação”. Do mesmo modo Ele os instruía a que, além de tomar cuidado com eles, também não os imitassem e não seguissem a mesma cartilha por onde eles se guiavam. Infelizmente, ao longo de todos os anos essa cartilha permanece servindo de lição para muitos “doutores da lei” dos tempos modernos que usam das mesmas práticas a fim de chamar atenção para sua “espiritualidade” e “devoção” de fachada. Por isso, ao mesmo tempo Jesus também fazia alusão àqueles que depositavam grandes quantias no cofre das esmolas e à viúva que “na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”.  São duas situações claras em que percebemos que as nossas atitudes exteriores muitas vezes não revelam o que se passa  no nosso interior. Jesus pôde avaliá-los, pois observava tudo com os olhos do Espírito e podia sondar os corações das pessoas. A observação de Jesus não nos dá o direito de fazer julgamentos precipitados sobre as ações das pessoas, mas nos serve de lição para que mergulhemos dentro de nós mesmos e avaliemos as nossas reais intenções quando agimos sabendo que estamos em evidência e que outras pessoas nos veem no trabalho do reino e nas ofertas que fazemos.    Precisamos ter muita consciência quando fizermos as nossas ofertas. O muito ou pouco que colocamos aos pés do altar do Senhor precisa ecoar de dentro do nosso coração, sinceramente. Não conseguimos enganar a Deus, por isso poderíamos ser mais sinceros confessando a nossa covardia, dizendo: “Senhor, eu sei que poderia dar mais, no entanto, sou apegado, (a) tenho medo de que me faça falta, finalmente, Senhor, eu não estou confiando em Ti, perdoa-me”! Se agíssemos assim, com sinceridade, talvez um dia nós nos envergonhássemos das desculpas esfarrapadas e, como a viúva, oferecêssemos a Deus tudo o que possuíssemos, fosse, muito ou pouco. Não importa a quantia que depositamos, mas a generosidade com que fazemos as nossas ofertas. Jesus não delimita as nossas esmolas, apenas nos propõe a experiência de sermos livres dos nossos apegos para que “não recebamos a pior condenação!” Que aprendamos com os conselhos do Mestre. – Com que intuito você faz as suas orações na assembleia diante de todos? – Você gosta dos primeiros lugares? – O que você pode dizer a Jesus, agora, em relação às suas esmolas ao tesouro do templo? – Qual é o entendimento que você tem sobre generosidade? – Como você pode dar tudo o que possui: você entende isto?  



Helena Serpa 

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