Hoje, a Igreja celebra a Solenidade de São Pedro e São Paulo,
entretanto, há algumas dúvidas sobre as verdadeiras razões do motivo de a
festa de ambos os apóstolos ser celebrada no mesmo dia.
A seguir, 7 chaves que permitem entender isso:
1. Santo Agostinho de Hipona expressou que eram “um só”
Em um sermão do ano 395, o Doutor da Igreja, Santo Agostinho de
Hipona, expressou que São Pedro e São Paulo, “na realidade, eram como um
só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo
testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo
consagrado para nós pelo sangue dos apóstolos. Amemos a fé, a vida, os
trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois
apóstolos”.
2. Ambos padeceram em Roma
Foram detidos na prisão Mamertina, também chamada Tullianum,
localizada no foro romano na Roma Antiga. Além disso, foram martirizados
nessa mesma cidade, possivelmente por ordem do imperador Nero.
São Pedro passou seus últimos anos em Roma liderando a Igreja durante
a perseguição e até o seu martírio no ano 64. Foi crucificado de cabeça
para baixo, a pedido próprio, por não se considerar digno de morrer
como seu Senhor. Foi enterrado na colina do Vaticano e a Basílica de São
Pedro está construída sobre seu túmulo.
São Paulo foi preso e levado a Roma, onde foi decapitado no ano 67. Está enterrado em Roma, na Basílica de São Paulo Extramuros.
3. São fundadores da Igreja de Roma
Na homilia de 2012 na Solenidade de São Pedro e São Paulo, o Papa
Bento XVI assegurou que “a sua ligação como irmãos na fé adquiriu um
significado particular em Roma. De fato, a comunidade cristã desta
Cidade viu neles uma espécie de antítese dos mitológicos Rómulo e Remo, o
par de irmãos a quem se atribui a fundação de Roma”.
4. São padroeiros de Roma e representantes do Evangelho
Na mesma homilia, o Santo Padre chamou esses dois apóstolos de “padroeiros principais da Igreja de Roma”.
“Desde sempre a tradição cristã tem considerado São Pedro e São Paulo
inseparáveis: na verdade, juntos, representam todo o Evangelho de
Cristo”, detalhou.
5. São a versão contrária de Caim e Abel
O Santo Padre também apresentou um paralelismo oposto com a irmandade apresentada no Antigo Testamento entre Caim e Abel.
“Enquanto nestes vemos o efeito do pecado pelo qual Caim mata Abel,
Pedro e Paulo, apesar de ser humanamente bastante diferentes e não
obstante os conflitos que não faltaram no seu mútuo relacionamento,
realizaram um modo novo e autenticamente evangélico de ser irmãos,
tornado possível precisamente pela graça do Evangelho de Cristo que
neles operava”, relatou o Santo Padre Bento XVI.
6. Porque Pedro é a “rocha”
Esta celebração recorda que São Pedro foi escolhido por Cristo – “tu
és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” – e humildemente
aceitou a missão de ser “a rocha” da Igreja e apascentar o rebanho de
Deus, apesar de suas fragilidades humanas.
Os Atos dos Apóstolos ilustram seu papel como líder da Igreja depois
da Ressurreição e Ascenção de Cristo. Pedro dirigiu os apóstolos como o
primeiro Papa e assegurou que os discípulos mantivessem a verdadeira fé.
Como explicou em sua homilia o Sumo Pontífice Bento XVI, “na passagem
do Evangelho de São Mateus (…), Pedro faz a sua confissão de fé em
Jesus, reconhecendo-O como Messias e Filho de Deus; fá-lo também em nome
dos outros apóstolos. Em resposta, o Senhor revela-lhe a missão que
pretende confiar-lhe, ou seja, a de ser a ‘pedra’, a ‘rocha’, o
fundamento visível sobre o qual está construído todo o edifício
espiritual da Igreja”.
7. São Paulo também é coluna do edifício espiritual da Igreja
São Paulo foi o apóstolo dos gentios. Antes de sua conversão, era
chamado Saulo, mas depois de seu encontro com Cristo e conversão,
continuou seguindo para Damasco, onde foi batizado e recuperou a visão.
Adotou o nome de Paulo e passou o resto de sua vida pregando o Evangelho
sem descanso às nações do mundo mediterrâneo.
“A iconografia tradicional apresenta São Paulo com a espada, e
sabemos que esta representa o instrumento do seu martírio. Mas,
repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem
da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador. Por exemplo,
quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: ‘Combati o bom
combate’ (2Tm 4,7); aqui não se trata seguramente do combate de um
comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e
à sua Igreja, por quem se consumou totalmente. Por isso mesmo, o Senhor
lhe deu a coroa de glória e colocou-o, juntamente com Pedro, como
coluna no edifício espiritual da Igreja”, expressou Bento XVI em sua
homilia.
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