Thomas Wolf
A misteriosa história da ponte de Santo Ângelo em Roma
Fica em Roma uma das pontes mais bonitas do mundo: a ponte Élio, mais conhecida como Santo Ângelo ou ponte dos anjos.
Ela foi construída pelo imperador Adriano, no ano 133, para ligar a
parte esquerda do rio Tibre com o que seria seu mausoléu – uma ponte
para o futuro “funeral imperial”.
Com o tempo, o mausoléu foi transformado em um castelo, que, em
diferentes épocas da história, serviu de refúgio ou prisão para alguns
papas. Também ficou famoso pelo “Passeto di Borgo”, um caminho “secreto”
ligado diretamente ao Vaticano e que, muitas vezes, foi rota de fuga
para os papas que se sentiam em perigo.
Durante muito tempo, a ponte foi utilizada pelos peregrinos para
chegar até a Basílica de São Pedro. Por isso, a ponte ficou conhecida
como ponte de São Pedro. Anos depois, o papa Gregório Magno deu seu
atual sobrenome: Santo Ângelo.
No ano 590 dC, Roma foi devastada pela peste e o papa chamou todo o
povo para uma procissão, a fim de rezar pelo fim da terrível praga.
Naquele momento, diz-se, o arcanjo Miguel apareceu na parte mais alta do
castelo com todo o seu esplendor. Sob o olhar de todos os arcanjos, ele
sacou sua espada. O gesto foi interprestado pelo papa como o anúncio do
fim da peste.
Imediatamente
depois da aparição do arcanjo, a peste deixou de assolar Roma e, para
comemorar, o papa mandou colocar uma estátua do anjo em madeira no alto
do castelo. A imagem foi sendo substituída ao longo dos anos, até a
atual feita de bronze por Peter Anton von Verschaffelt.
A lenda conta ainda que o anjo deixou suas pegadas no mármore do
castelo, onde “aterrissou”. O pedaço de pedra ainda existe e pode ser
visto nos Museus Capitolinos.
Em 1.699, o Papa Clemente IX pediu a Bernini que desse uma nova cara à
ponte – e esta seria a última grande obra de Bernini. Ele programou a
construção de 10 anjos que sustentavam os instrumentos da Paixão. Daria
forma, então, a uma majestosa via crucis sobre a ponte, que servirira de
preparação para o sacramento da reconciliação até chegar à Basílica de
São Pedro.
É possível ver os rostos dos anjos serenos pela esperança da
Ressurreição. Mas as imagens originais foram retiradas da ponte, para
evitar os estragos provocados pelo tempo. No lugar, foram colocadas
réplicas e as originais se encontram na igreja de Sant´Andrea delle
Fratte, também em Roma.
Maria Paola Daud
via Aleteia
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