domingo, 26 de abril de 2020

3º Domingo de Páscoa - "Fica conosco, já é tarde...!

  Terceiro Domingo da Páscoa – Os Discípulos de Emaús – São Lucas 24 ...
1a Leitura - Atos 2,14.22-23
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

2 14 Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: “Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras.
22 Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, 23 depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. 24 Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder. 25 Pois dele diz Davi: ‘Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois ele está à minha direita, para que eu não seja abalado. 26 Alegrou-se por isso o meu coração e a minha língua exultou. Sim, também a minha carne repousará na esperança, 27 pois não deixarás a minha alma na região dos mortos, nem permitirás que o teu santo conheça a corrupção. 28 Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face’. 29 Irmãos, seja permitido dizer-vos com franqueza: do patriarca Davi dizemos que morreu e foi sepultado, e o seu sepulcro está entre nós até o dia de hoje. 30 Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes seria colocado no seu trono. 31 É, portanto, a ressurreição de Cristo que ele previu e anunciou por estas palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção’. 32 A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. 33 Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis".
Palavra do Senhor.

Salmo - 15/16

Vós me ensinais vosso caminho para a vida;
junto de vós felicidade sem limites!

Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor:
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,
meu destino está seguro em vossas mãos!

Eu bendigo o Senhor, que aconselha
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,
pois, se o tenho a meu lado, não vacilo.

Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;
pois não haveis de me deixar entregue à morte
nem vosso amigo conhecer a corrupção.

Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!

2a Leitura - 1 Pedro 1,17-21
Leitura da primeira carta de são Pedro
.
 1 17 Carríssimos, se invocais como Pai aquele que, sem distinção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor durante o tempo da vossa peregrinação. 18 Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, 19 o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo 20 e que nos últimos tempos foi manifestado por amor de vós. 21 Por ele tendes fé em Deus, que o ressuscitou dos mortos e glorificou, a fim de que vossa fé e vossa esperança se fixem em Deus. Palavra do Senhor.

Evangelho - Lucas 24,13-35
Aleluia, aleluia, aleluia.
Senhor Jesus, revelai-nos o sentido da Escritura, fazei o nosso coração arder quando nos falardes (Lc 24,32).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 24 13 o primeiro da semana, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios.
14 Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15 Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16 Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17 Perguntou-lhes, então: "De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes?" 18 Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: "És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?" 19 Perguntou-lhes ele: "Que foi?" Disseram: "A respeito de Jesus de Nazaré. Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20 Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21 Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22 É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23 e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram". 25 Jesus lhes disse: "Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26 Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória?" 27 E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28 Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29 Mas eles forçaram-no a parar: "Fica conosco, já é tarde e já declina o dia". Entrou então com eles. 30 Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. 31 Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram. Mas ele desapareceu. 32 Diziam então um para o outro: "Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?" 33 Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34 Todos diziam: "O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão". 35 Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Palavra da Salvação.

Reflexão
 
Quantas vezes, iniciamos o dia desanimados sem nenhuma motivação e no declinar deste dia, sentimos cansados, abatidos, sem nenhuma perspectiva de dias melhores, o que sentimos com mais frequência nos dias de hoje...
Quando os nossos dias, começam a perder a cor, ficar quando nossos passos já não nos levam pra lugar nenhum, é sinal de que não estamos reconhecendo a presença de Jesus na nossa vida, que está nos faltando algo imprescindível para dar sentido ao nosso existir e este algo é a fé! É a fé que dá colorido aos nossos dias, que nos dá força nos momentos difíceis, que mantém viva a nossa esperança em dias melhoras! É a fé que movimenta a nossa vida, que nos ampara nos momentos de desolações como estes que estamos vivendo agora.
A fé nos mantém de pé nos vendavais da vida!
A palavra de Deus, que nos é apresentada no evangelho deste domingo, nos convida a refletir sobre a importância de confiarmos nas promessas de Jesus, em tudo o que Ele disse! Foi esta confiança, que faltou aos dois discípulos intitulados como discípulos de Emaús, que não vendo mais razões para permanecerem em Jerusalém após a morte de Jesus, voltam para Emaús, um povoado um pouco distante de Jerusalém. Tristes e porque não dizer, decepcionados com tudo que acontecera com Jesus, a quem eles haviam depositado o destino de suas vidas, esses dois discípulos, deram como encerrada, a bela história de amor entre eles e Jesus.
Enquanto voltavam para Emaús, os dois discípulos, comentavam entre si, o que havia acontecido com Jesus, momento em que o próprio Jesus aparece no caminho e entra na conversa deles. Mesmo depois de conversarem bastante, eles não o reconhecem, estavam como que cegos, ainda carregando dentro deles, um Jesus morto que eles haviam visto pregado na cruz.
Como vemos, o nome destes dois discípulos, não foram citados no texto, o que significa, que eles representam todos aqueles que perdem a esperança facilmente, que se dão como vencidos diante à supostos fracassos, aqueles que demoram para reconhecer a presença de Jesus junto deles, que não confiam plenamente nas suas promessas. “O filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará.” Mt 17,22-23.
Foi a falta de fé, que ofuscou os olhos destes discípulos, diante o Jesus vivo que caminhava com eles, levando-os a confundi-lo com um forasteiro. Jesus só foi reconhecido por eles, no momento em que Ele partiu o pão. Foi a partir deste instante, que os olhos dos discípulos se abriram e eles puderam vivenciar a alegria de estarem diante o Cristo Ressuscitado.
Movidos pela a alegria do reencontro com o Ressuscitado, os discípulos de Emaús, tomam o caminho de volta à Jerusalém, indo levar aos outros discípulos aquela boa notícia, isto é: falar-lhes da experiência que tiveram com Jesus Ressuscitado.
Que a lentidão dos “discípulos de Emaús” não se repita conosco, que nós não sejamos cegos, lentos, para reconhecer a presença de Jesus em nossa vida!
A narrativa nos desperta ainda, sobre a importância de buscarmos sempre um jeito atencioso de viver a fé, chama a nossa atenção para algo que quase não praticamos nas nossas relações humanas: ouvir o outro, caminhar com ele, conhecer a sua história, seus sonhos! Foi isto que Jesus fez ao caminhar com os discípulos de Emaús, Ele falou, ouviu, inteirou-se...
Não sejamos indiferentes ao outro, principalmente aos excluídos, pois nele está a presença do Cristo Ressuscitado.
A nossa missão nasce a partir do nosso encontro pessoal com o Cristo Ressuscitado e cresce à medida do nosso envolvimento com Ele na pessoa do nosso semelhante...

Olívia Coutinho

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