segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

O que fazer com a inveja?

Todo homem possui dentro de si um apetite sensível que o faz desejar coisas agradáveis que não possui. Este apetite em sim mesmo não é prejudicial nem pode ser considerado pecado. 

O problema surge quando o desejo saudável passa a ser “avidez”, pois ela remete ao pecado da inveja. O décimo mandamento: “não cobiçar as coisas alheias”, trata justamente dessa desordem do querer.
A inveja é a tristeza de ver o outro feliz, de ver o outro agradecido. E a tristeza também é um pecado, pois, onde existe tristeza existe um Deus morto. Diz o Catecismo da Igreja Católica, em seu número 2539 que:

A inveja é um vício capital. Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo imoderado de sua apropriação, mesmo indevida. Quando deseja um grave mal ao próximo, é um pecado mortal: “Santo Agostinho via na inveja o pecado diabólico por excelência. Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade” (São Gregório Magno).
Com a inveja, evidencia-se ainda um outro pecado: o da idolatria, pois quem é movido pela inveja coloca-se no lugar de deus e quer que o verdadeiro Deus esteja sujeito às suas veleidades. É por isso que enxergar em tudo a mão divina, em tudo o sustento da mão poderosa do Senhor e agradecer por isso é a melhor maneira de curar-se desse mal.

O homem moderno acredita que a justiça de Deus se caracteriza por um mundo onde todos sejam ser iguais, o que não é verdade. Deus distribui seus dons de modo que uns precisem dos outros sempre. Para a luta contra a tristeza, contra a inveja e contra a idolatria a melhor arma é a ação de graças. Agradecer a Deus sempre e por todas as coisas é sair do estado de esquecimento produzido pela inveja. É ter em mente que não é merecido, que Deus não é devedor de absolutamente nada, mas que cada um é agraciado por Ele, que é o Sumo Bem e a Suma Bondade.
Quereríeis ver Deus glorificando por vós? Pois bem, alegrai-vos com os progressos de vosso irmão e imediatamente Deus será glorificado por vós. Deus será louvado, dirão, porque seu servo soube vencer a inveja, colocando sua alegria no mérito dos outros (São João Crisóstomo) (Cf., CIC, §2540).

Retirado do livro: “A Resposta Católica”. Padre Paulo Ricardo. Ed. Cléofas e Ecclesiae.

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