A
mulher foi o último ser criado por Deus; foi o ápice da criação: cheia
de beleza, meiguice, delicadeza, força espiritual; foi criada para ser
mãe e esposa, carinhosa e sensível. Foi o coroamento da natureza. Ela é a
imagem e semelhança mais sensível de Deus. A sua beleza e charme
encanta o coração do homem, porque foi criada para ele. Há uma música
que diz: “creio na mulher que se enfeita e se embeleza para ser a mais
bonita criação de nosso Pai”.
A Bíblia está repleta de passagens falando da mulher, exaltando a sua
grandeza, mas também chamando a atenção quando ela se desvirtua. O
livro dos Provérbios diz: “Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la?
Superior ao das pérolas é o seu valor” (Pr 31,10).
O livro do Eclesiástico tem um longo trecho que diz: “Feliz o homem
que tem uma boa mulher, pois, se duplicará o número de seus anos. A
mulher forte faz a alegria de seu marido, e derramará paz nos anos de
sua vida. É um bom quinhão uma mulher bondosa; no quinhão daqueles que
temem a Deus, ela será dada a um homem pelas suas boas ações. Rico ou
pobre, o seu marido tem o coração satisfeito, e seu rosto reflete
alegria em todo o tempo. É um dom de Deus uma mulher sensata e
silenciosa, e nada se compara a uma mulher bem-educada. A mulher santa e
honesta é uma graça inestimável; não há peso para pesar o valor de uma
alma casta. Assim como o sol que se levanta nas alturas de Deus, assim é
a beleza de uma mulher honrada, ornamento de sua casa. Como a lâmpada
que brilha no candelabro sagrado, assim é a beleza do rosto na idade
madura. Como fundamentos eternos sobre pedra firme, assim são os
preceitos divinos no coração de uma mulher santa” (Eclo 26,1-24). “Uma
mulher virtuosa é a coroa de seu marido, mas a insolente é como a cárie
nos seus ossos” (Pr 12,4).
Mas a Bíblia também fala da mulher sem virtudes: “É melhor viver com
um leão e um dragão, que morar com uma mulher maldosa” (Eclo 25,23).
“Uma mulher maldosa é como jugo de bois desajustado; quem a possui é
como aquele que pega um escorpião. A mulher que se dá à bebida é motivo
de grande cólera; sua ofensa e sua infâmia não ficarão ocultas. O mau
procedimento de uma mulher revela-se na imprudência de seu olhar e no
pestanejar das pálpebras” (Eclo 26,9-12).
Esta Palavra ajuda a mulher a compreender o que Deus deseja dela.
Quando Deus percebeu que o homem não era feliz no Paraíso, então, criou a
mulher e lhe deu como uma “ajuda e companheira adequada” (Gen 2,18).
Isto mostra que uma mulher pode ser uma grande alegria para seu esposo,
mas pode ser também a sua tristeza. Paulo VI disse que: “o homem tem o
primado da cabeça; a mulher tem o do coração”. Não se pode confundir
entre si o masculino e o feminino, pois cada qual tem seus valores. As
qualidades masculinas e as femininas precisam umas das outras.
A mulher não pode perder sua identidade feminina. Hoje há uma crise
de identidade na família: jamais um homem será uma “segunda mãe”, e
jamais uma mulher será um “segundo pai”. A opinião pública pressiona
psicologicamente a mulher para que ela realize “superando o homem”, de
forma a que busque o sexo mais que o amor, o trabalho e a ciência mais
que a geração e a educação dos filhos, o racionalismo mais que a fé, o
feminismo e o conflito mais que a ternura, a igualdade de pensamento e
de obrigações sociais mais que a complementaridade. Quanto mais ela for
mulher, mais será amada pelo homem e mais vai poder lhe fazer bem.
Na “Carta às Mulheres”, João Paulo II diz que a contribuição da
mulher é indispensável para “a elaboração de uma cultura capaz de
conciliar razão e sentimento”, bem como para “a edificação de estruturas
econômicas e políticas mais ricas em humanidade”.
Sua principal missão é ser mãe. Nada é mais digno é importante do que
gerar e educar um ser humano – imagem e semelhança de Deus; filho de
Deus. “São Paulo diz que a mulher se salva pela maternidade” (1 Timóteo
2,15). Não quer dizer que quem não for mãe não se salve. Quer dizer que a
maior dignidade da mulher e sua principal missão é ser mãe: gerar a
vida, defender a vida, educar a vida. Isto a santifica.
O povo diz que atrás de um grande homem existe uma grande mulher. De
fato, atrás de S. Agostinho, vemos S. Mônica; atrás de São João Bosco, a
sua mãe Margarida, atrás do imperador Constantino, vemos sua mãe Santa
Helena; atrás do rei bárbaro Clovis, convertido ao cristianismo, vemos a
santa esposa Clotilde. A história está repleta de mulheres que levaram
seus maridos para Deus, com sua fé, lágrimas e joelhos no chão.
Muitas mulheres foram importantes na vida da Igreja. Jesus foi o
primeiro a valorizar as mulheres e a dignificá-las: lembremos da mulher
adúltera a ser apedrejada; de Madalena convertida a quem foi a primeira a
aparecer após a Ressurreição; Marta e Maria que eram suas amigas; a
hemorroisa que curou de um fluxo de sangue de doze anos; a samaritana
que Ele converteu no poço de Jacó… Jesus amou as mulheres quando o mundo
as desprezava.
Muitas mulheres edificaram a Igreja: Santa Joana D’Arc, a mulher
forte que libertou a França da Inglaterra. Santa Brígida da Suécia;
Santa Teresa de Ávila que renovou o Carmelo; Santa Teresinha do Menino
Jesus, a jovem doutora da Igreja; Santa Catarina de Sena, doutora, que
escrevia aos papas e reis… A Igreja amou as mulheres. Uma Mulher foi
escolhida por Deus para trazer o Salvador a este mundo. Mas ela teve de
oferecer a sua vida toda a Deus; da frieza da manjedoura de Belém à cruz
do Calvário. Ela foi a mais humilde das mulheres e por isso a eleita de
Deus. Com a sua obediência e humildade, ela “desatou o nó da
desobediência de Eva” (S. Irineu de Lião). Não há modelo melhor para
todas as mulheres!
Por ser mais fraca fisicamente, ela sempre foi, e ainda é, muitas
vezes maltratada pelo homem. Muitas vezes é usada e abusada; fazem dela
um instrumento apenas de prazer, de comércio carnal, um meio de vender
produtos. Isto tem gerado uma nova e moderna escravidão da mulher, que
muitas vezes, infelizmente, ela aceita, por dinheiro ou por algum tipo
de promoção. A mulher tem de ser o agente de sua própria libertação, não
se vendendo e não se corrompendo.
Hoje há uma enorme exploração feminina que vai dos prostíbulos ao
comércio clandestino de mulheres de um país para outro. Alguns dizem que
sua gravidez é incompatível com o seu contrato de trabalho; e outros
querem até profissionalizar a prostituição, esquecendo-se de que não
pode haver maior aviltamento da mulher e ofensa à sua dignidade humana.
A mulher sempre foi uma reserva moral do Ocidente. A ela competia o
ensino daquelas coisas que, se não se aprende nos primeiros anos de
vida, não se aprendem mais. Cabia a ela ensinar os filhos a rezar e a
distinguir o bem do mal; ensinar o valor da família e das tradições. A
grandeza da mulher está precisamente em cultivar o que lhe é próprio: a
afetividade e a capacidade de amar.
É
a mulher cristã, não-contaminada pela mentalidade dominante, com a sua
intuição, sua preferência pelo amor profundo e estável, pela
fraternidade e pela fé religiosa, que deve exercer uma tarefa muito
elevada, indispensável para ajudar o homem a alcançar os valores
superiores.
São Paulo manda que a mulheres “estejam sujeitas a seus maridos” (Ef
5,22); mas diz também: “submetei-vos uns aos outros no temor de Cristo”
(5,21). Ser submissa significa auxiliar o marido na sua missão
(sub-missa), apoiar a missão. São Pedro diz: “Vós, também, ó mulheres,
sede submissas aos vossos maridos. Se alguns não obedecem à palavra,
serão conquistados, mesmo sem a palavra da pregação, pelo simples
procedimento de suas mulheres, ao observarem vossa vida casta e
reservada. Não seja o vosso adorno o que aparece externamente… mas tende
aquele ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de
um espírito suave e pacífico, o que é tão precioso aos olhos de Deus” (1
Pe 3,1-4).
Assim, a mulher cumpre o seu papel no mundo, dá glória a Deus e edifica a Igreja.
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