terça-feira, 11 de julho de 2023

São Bento, abade - Memória - Pastores compassivos.

 Pastores segundo o Coração de Cristo

ABADE E PAI DOS MONGES

(branco, pref. comum, ou dos santos – ofício da memória)

Senhor, porção de minha herança e minha taça, tendes em mãos o meu destino; coube-me por sorte a boa parte; sim, é bela a herança que me cabe! (Sl 15,5s)

Bento nasceu na Itália em 480 e lá faleceu em 547. Fez-se eremita e, mais tarde, fixou morada em Montecassino, onde passou a viver em comunidade. Aí escreveu sua famosa regra, na qual conseguiu conciliar oração e trabalho, simplicidade e prudência, obediência e liberdade. Fundou a Ordem dos Beneditinos, os quais se espalharam pela Europa e em outros continentes. Celebrando sua memória, peçamos ao Senhor ousadia para anunciar, por toda parte, a verdade, a justiça e a paz.

Primeira Leitura: Gênesis 32,23-33

Leitura do livro do Gênesis – Naqueles dias, 23Jacó levantou-se ainda de noite, tomou suas duas mulheres, as duas escravas e os onze filhos e passou o vau do Jaboc. 24Depois de tê-los ajudado a passar a torrente, e atravessar tudo o que lhe pertencia, 25Jacó ficou só. E eis que um homem se pôs a lutar com ele até o raiar da aurora. 26Vendo que não podia vencê-lo, este tocou-lhe o nervo da coxa e logo o tendão da coxa de Jacó se deslocou, enquanto lutava com ele. 27O homem disse a Jacó: “Larga-me, pois já surge a aurora”. Mas Jacó respondeu: “Não te largarei se não me abençoares”. 28O homem perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” Respondeu: “Jacó”. 29Ele lhe disse: “De modo algum te chamarás Jacó, mas Israel; porque lutaste com Deus e com os homens e venceste”. 30Perguntou-lhe Jacó: “Dize-me, por favor, o teu nome”. Ele respondeu: “Por que perguntas o meu nome?” E ali mesmo o abençoou. 31Jacó deu a esse lugar o nome de Fanuel, dizendo: “Vi Deus face a face e foi poupada a minha vida”. 32Surgiu o sol quando ele atravessava Fanuel; e ia mancando por causa da coxa. 33Por isso os filhos de Israel não comem até hoje o nervo da articulação da coxa, pois Jacó foi ferido nesse nervo. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 16(17)

Verei, justificado, vossa face, ó Senhor!

1. Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, / escutai-me e atendei o meu clamor! / Inclinai o vosso ouvido à minha prece, / pois não existe falsidade nos meus lábios! – R.

2. De vossa face é que me venha o julgamento, / pois vossos olhos sabem ver o que é justo. / Provai meu coração durante a noite, † visitai-o, examinai-o pelo fogo, / mas em mim não achareis iniquidade. – R.

3. Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, / inclinai o vosso ouvido e escutai-me! / Mostrai-me vosso amor maravilhoso, † vós que salvais e libertais do inimigo / quem procura a proteção junto de vós. – R.

4. Protegei-me qual dos olhos a pupila / e guardai-me à proteção de vossas asas. / Mas eu verei, justificado, a vossa face / e, ao despertar, me saciará vossa presença. – R.

Evangelho: Mateus 9,32-38

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou o bom pastor, conheço minhas ovelhas / e elas me conhecem, assim fala o Senhor (Jo 10,14). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 32apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio. 33Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam: “Nunca se viu coisa igual em Israel”. 34Os fariseus, porém, diziam: “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. 35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: 37“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” – Palavra da salvação.

Reflexão
 
No Evangelho de hoje, Nosso Senhor expressa todo seu amor para com o povo de Israel, providenciando-lhe bons pastores. Tal realidade está expressa de forma sucinta no último versículo da passagem paralela de S. Marcos: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6, 34). Essa frase apresenta-se como um eco de fatos ocorridos com o povo de Deus no Antigo Testamento. No livro dos Números, quando Moisés estava prestes a morrer, Josué é escolhido como seu sucessor, a fim de que o povo de Israel não fosse “como um rebanho sem pastor” (Nm 27, 17). Posteriormente, quando Israel estava sob o reinado de Acab, o profeta Miquéias afirmou que todo o povo estava disperso “como um rebanho sem pastor” (1Rs 22, 17). Assim, desde o Antigo Testamento, o povo de Deus andava errante, sem alguém que o conduzisse por caminhos seguros. E é justamente nos Apóstolos, escolhidos por Cristo depois de toda uma noite de oração (cf. Lc 6, 12-16), que ele encontra os pastores de que precisava, mas debalde buscara nos escribas e fariseus, que viam os fiéis serem roídos pelos demônios: “Apresentaram a Jesus um homem mudo, que estava possuído pelo demônio”, sem terem outra reação além de recriminar Jesus por se dispor a libertá-los:  “É pelo chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. Oremos, pois, para que o coração dos nossos pastores, sucessores que são dos Apóstolos, seja configurado ao Sagrado Coração de Jesus, a fim de que, como Ele, que é o Bom Pastor, também eles derramem seu sangue pela salvação do rebanho que lhes foi confiado, e não sigam o exemplo dos fariseus e mestres da Lei, que olham mais para os próprios interesses do que para as necessidades espirituais das almas: “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita”.
 
 
https://padrepauloricardo.org

Nenhum comentário: