Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).
O Senhor olha o íntimo das pessoas, suas boas intenções e atitudes, e vem em seu socorro na hora certa. Renovemos nosso firme propósito de evitar todo imobilismo na caminhada da fé e andar sempre “na presença de Deus”.
Leitura do livro do Gênesis – Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar”. 3Abraão levantou-se bem cedo, selou o jumento, tomou consigo dois dos seus servos e seu filho Isaac. Depois de ter rachado lenha para o holocausto, pôs-se a caminho, para o lugar que Deus lhe havia ordenado. 4No terceiro dia, Abraão, levantando os olhos, viu de longe o lugar. 5Disse, então, aos seus servos: “Esperai aqui com o jumento, enquanto eu e o menino vamos até lá. Depois de adorarmos a Deus, voltaremos a vós”. 6Abraão tomou a lenha para o holocausto e a pôs às costas do seu filho Isaac, enquanto ele levava o fogo e a faca. E os dois continuaram caminhando juntos. 7Isaac disse a Abraão: “Meu pai”. “Que queres, meu filho?”, respondeu ele. E o menino disse: “Temos o fogo e a lenha, mas onde está a vítima para o holocausto?” 8Abraão respondeu: “Deus providenciará a vítima para o holocausto, meu filho”. E os dois continuaram caminhando juntos. 9Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. 11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!” 12E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”. 13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. 14Abraão passou a chamar aquele lugar: “O Senhor providenciará”. Donde até hoje se diz: “O monte onde o Senhor providenciará”. 15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”. 19Abraão tornou para junto dos seus servos, e, juntos, puseram-se a caminho de Bersabeia, onde Abraão passou a morar. – Palavra do Senhor.
Andarei na presença de Deus, / junto a ele na terra dos vivos.
1. Eu amo o Senhor, porque ouve / o grito da minha oração. / Inclinou para mim seu ouvido / no dia em que eu o invoquei. – R.
2. Prendiam-me as cordas da morte, † apertavam-me os laços do abismo; / invadiam-me angústia e tristeza, / eu então invoquei o Senhor: / “Salvai, ó Senhor, minha vida!” – R.
3. O Senhor é justiça e bondade, / nosso Deus é amor-compaixão. / É o Senhor quem defende os humildes: / eu estava oprimido, e salvou-me. – R.
4. Libertou minha vida da morte, † enxugou de meus olhos o pranto / e livrou os meus pés do tropeço. / Andarei na presença de Deus, / junto a ele na terra dos vivos. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; / e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 1entrando em um barco, Jesus atravessou para a outra margem do lago e foi para a sua cidade. 2Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!” 3Então alguns mestres da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5O que é mais fácil, dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? 6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados” – disse, então, ao paralítico -, “levanta-te, pega a tua cama e vai para a tua casa”. 7O paralítico então se levantou e foi para a sua casa. 8Vendo isso, a multidão ficou com medo e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens. – Palavra da salvação.
O Evangelho de hoje apresenta-nos a cura de um paralítico. Como sabemos, os milagres operados por Cristo, além de serem fatos concretos registrados pelos Evangelistas, são também — e sobretudo — sinais messiânicos: por meio da cura de doenças e outras mazelas terrestres, Jesus não quer nem satisfazer a curiosidade dos homens nem tampouco abolir de uma vez para sempre os males físicos do mundo (cf. Lc 12, 13s; Jo 18, 36); Ele deseja, ao contrário, que contemplemos em suas obras uma ação mais profunda, que é a libertação "da mais grave das escravidões, a do pecado" (CIC 549). A erradicação definitiva das dores e dos sofrimentos que aqui nos afligem só terá lugar ao Final dos Tempos, quando os corpos dos eleitos enfim ressuscitarem para a glória do Céu (cf. Jo 5, 29; 1Cor 15, 22s); neste meio tempo, enquanto caminhamos na esperança, devemos renunciar a nós mesmos e, segundo a ordem do Senhor, tomar dia após dia a nossa cruz (cf. Mt 16, 24), "porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á" (Mt 16, 25).
Firmes e constantes na verdadeira fé, não nos deixemos agitar pelo sopro de doutrinas falsas (cf. Ef 4, 14) que querem fazer de Deus um "curandeiro" à disposição de nossos caprichos e lamúrias. "A vitória messiânica sobre a doença", é preciso reafirmar, "não se realiza apenas eliminando-a com curas prodigiosas, mas também com o sofrimento voluntário e inocente de Cristo na sua Paixão, e dando a cada homem a possibilidade de se associar à mesma" (Instrução sobre as Orações para Alcançar a Cura, I, n. 1). Acolhamos, pois, com humildade e alegria os sofrimentos que o Senhor quiser enviar-nos; Ele, embora fosse sem pecado, não recusou sofrer por amor a nós: redimindo-nos na Cruz por sua dolorosíssima Paixão, redimiu também a própria dor, elevando-a "ao nível de Redenção. Por isso, todos os homens, com o seu sofrimento, se podem tornar também participantes do sofrimento redentor de Cristo" (João Paulo II, Carta Apostólica "Salvifici Doloris", n. 19). Ao final de nossa meditação, imploremos o auxílio de Maria, Mater dolorosa, para que Ela nos ajude a trazer no coração as chagas de seu Filho, aos pés de cuja Cruz devemos, com fé e fidelidade, permanecer a todo momento.
https://padrepauloricardo.org
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