quarta-feira, 5 de julho de 2023

13ª Semana do Tempo Comum - O tormento dos demônios.

 Comunidade Católica Corpus Crhisti » A presença de Jesus afasta todo mal

Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria (Sl 46,2).

Deus nunca abandona seus filhos e filhas; ao contrário, torna as inconsequências humanas em caminhos para tecer projetos de vida para todos. Celebremos, pois, aquele que nos liberta de todo mal, convencidos de que “aos que buscam o Senhor não falta nada”.

Primeira Leitura: Gênesis 21,5.8-20

Leitura do livro do Gênesis5Abraão tinha cem anos quando lhe nasceu o filho Isaac. 8Entretanto, o menino cresceu e foi desmamado; e, no dia em que o menino foi desmamado, Abraão deu um grande banquete. 9Sara, porém, viu o filho que a egípcia Agar dera a Abraão brincando com Isaac. 10E disse a Abraão: “Manda embora essa escrava e seu filho, pois o filho de uma escrava não pode ser herdeiro com o meu filho Isaac”. 11Abraão ficou muito desgostoso com isso, por se tratar de um filho seu. 12Mas Deus lhe disse: “Não te aflijas por causa do menino e da tua escrava. Atende a tudo o que Sara te pedir, pois é por Isaac que uma descendência levará o teu nome. 13Mas do filho da escrava farei também um grande povo, por ele ser da tua raça”. 14Abraão levantou-se de manhã, tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, colocando-os nos ombros dela; depois, entregou-lhe o menino e despediu-a. Ela foi-se embora e andou vagueando pelo deserto de Bersabeia. 15Tendo acabado a água do odre, largou o menino debaixo de um arbusto 16e foi sentar-se em frente dele, à distância de um tiro de arco. Pois dizia consigo: “Não quero ver o menino morrer”. Assim, ficou sentada defronte ao menino e pôs-se a gritar e a chorar. 17Deus ouviu o grito do menino e o anjo de Deus chamou do céu a Agar, dizendo: “Que tens, Agar? Não tenhas medo, pois Deus ouviu a voz do menino do lugar em que está. 18Levanta-te, toma o menino e segura-o bem pela mão, porque farei dele um grande povo”. 19Deus abriu-lhe os olhos e ela viu um poço de água. Foi então encher o odre e deu de beber ao menino. 20Deus estava com o menino, que cresceu e habitou no deserto, tornando-se um jovem arqueiro. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 33(34)

Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.

1. Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, / e o Senhor o libertou de toda angústia. / O anjo do Senhor vem acampar / ao redor dos que o temem e os salva. – R.

2. Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, / porque nada faltará aos que o temem. / Os ricos empobrecem, passam fome, / mas aos que buscam o Senhor não falta nada. – R.

3. Meus filhos, vinde agora e escutai-me: / vou ensinar-vos o temor do Senhor Deus. / Qual o homem que não ama sua vida, / procurando ser feliz todos os dias? – R.

Evangelho: Mateus 8,28-34

Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus nos gerou pela Palavra da verdade / como as primícias de suas criaturas (Tg 1,18). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 28quando Jesus chegou à outra margem do lago, na região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois homens possuídos pelo demônio, saindo dos túmulos. Eram tão violentos, que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Eles então gritaram: “O que tens a ver conosco, Filho de Deus? Tu vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” 30Ora, a certa distância deles estava pastando uma grande manada de porcos. 31Os demônios suplicavam-lhe: “Se nos expulsas, manda-nos para a manada de porcos”. 32Jesus disse: “Ide”. Os demônios saíram e foram para os porcos. E logo toda a manada atirou-se monte abaixo para dentro do mar, afogando-se nas águas. 33Os homens que guardavam os porcos fugiram e, indo até a cidade, contaram tudo, inclusive o caso dos possuídos pelo demônio. 34Então a cidade toda saiu ao encontro de Jesus. Quando o viram, pediram-lhe que se retirasse da região deles. – Palavra da salvação.

 Reflexão

O Evangelho da Missa de hoje nos recorda alguns pontos importantes de nossa fé, especialmente no que se refere à existência dos demônios e ao seu modo de atuação no mundo. Como diz o IV Concílio de Latrão, o Diabo e seus sequazes foram criados por Deus naturalmente bons, mas por culpa e iniciativa próprias tornaram-se irremediavelmente maus. O pecado de Lúcifer — o maior dentre todos os anjos, na opinião de Santo Tomás (cf. Sum. Th. I, q. 63, art. 7, c.) — foi um pecado de soberba, segundo as Escrituras: "Teu coração se inflou de orgulho", diz o Espírito mediante o profeta Ezequiel, "devido à tua beleza; arruinaste a tua sabedoria, por causa do teu esplendor" (Ez 28, 17). Ao rejeitar Deus e o seu Reino em definitivo, Satanás arrastou consigo outros espíritos rebeldes (cf. Mt 25, 41), que, confirmados para sempre no mal e no pecado, foram precipitados nos abismos tenebrosos do Inferno, onde o Senhor os reserva para o Dia do Juízo (cf. 2 Pd 2, 4). A opção dos demônios é, portanto, irrevogável, de modo que não há para eles nenhuma possibilidade de perdão (cf. CIC 393), assim como não existe para os homens arrependimento depois da morte (cf. São João Damasceno, De fide orth. II, 4).

Cheios de ódio, os anjos caídos são absolutamente incapazes de fazer o mal seja a Deus, Criador e Senhor de todas as coisas, seja aos anjos bons, confirmados imperecivelmente na bem-aventurança eterna. Podem, no entanto, por permissão divina, voltar-se contra nós, incitando-nos ao mal por meio de tentações (cf. Ef 6, 11; 1 Ts 3, 5; 1 Pd 5, 8s) ou, como ouvimos na leitura de hoje, tomando posse do nosso corpo (cf. Mt 4, 24; 10, 1; Lc 8, 2). Este poder, em todo caso, é sempre limitado e só pode ser exercido se e como Deus o quiser. O demônio não pode, de forma nenhuma, penetrar o santuário de nossa alma nem tampouco nos obrigar a pecar, mas apenas nos seduzir a fazê-lo. Embora permaneça um mistério, a permissão divina da ação demoníaca no mundo é uma das formas por que Deus sabe, em sua imensa sabedoria, tirar do mal bens muito maiores, porque Ele tudo faz concorrer para o bem daqueles que O amam (cf. Rm 8, 28). Nenhuma vontade diabólica, com efeito, poderá impedir a edificação do Reino de Deus nem frustrar os eternos desígnios dAquele que tem sob o seu cuidado todos quantos predestinou à glória do Céu (cf. Jo 10, 27ss; CIC 395).

Aproveitemos esta 2.ª-feira para, diante de Cristo sacramentado, renovarmos a nossa fé e lhe agradecermos de coração por nos haver libertado do jugo de Satanás e seus demônios. Recorramos com confiança à Virgem Maria, a nova Eva, que esmagou com seus pés imaculados a cabeça da antiga serpente. — Vem, Senhor Jesus (cf. Ap 22, 20), vem livrar-nos de uma vez para sempre das forças do Maligno!

 

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