segunda-feira, 17 de julho de 2023

15º Domingo do Tempo Comum - A dignidade divina de Nosso Senhor.

 A dignidade divina de Nosso Senhor

Ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e nos abismos; e toda língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor! (Fl 2,10s)

Inácio nasceu em Portugal em 1526. Foi ordenado sacerdote na Companhia de Jesus e designado como superior das missões no Brasil. Mais tarde, retornou ao seu país a fim de recrutar outros jesuítas para sua obra evangelizadora. Em 1570, na viagem de regresso à nova terra, aproximando-se das Ilhas Canárias, ele e seus companheiros foram surpreendidos por corsários, que, por ódio à religião católica, massacraram todos os missionários. À semelhança desses mártires, sintamos a eficaz presença de Jesus em meio aos desafios da nossa missão.

Primeira Leitura: Êxodo 1,8-14.22

Leitura do livro do Êxodo – Naqueles dias, 8surgiu um novo rei no Egito, que não tinha conhecido José, 9e disse ao seu povo: “Olhai como o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. 10Vamos agir com prudência em relação a ele, para impedir que continue crescendo e, em caso de guerra, se una aos nossos inimigos, combata contra nós e acabe por sair do país”. 11Estabeleceram inspetores de obras, para que o oprimissem com trabalhos penosos; e foi assim que ele construiu para o faraó as cidades-entrepostos Pitom e Ramsés. 12Mas, quanto mais o oprimiam, tanto mais se multiplicava e crescia. 13Obcecados pelo medo dos filhos de Israel, os egípcios impuseram-lhes uma dura escravidão. 14E tornaram-lhes a vida amarga pelo pesado trabalho da preparação do barro e dos tijolos, com toda espécie de trabalhos dos campos e outros serviços que os levavam a fazer à força. 22O faraó deu esta ordem a todo o seu povo: “Lançai ao rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos, mas poupai a vida das meninas”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 123(124)

Nosso auxílio está no nome do Senhor.

1. Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, / que o diga Israel neste momento; / se o Senhor não estivesse ao nosso lado / quando os homens investiram contra nós, / com certeza nos teriam devorado / no furor de sua ira contra nós. – R.

2. Então as águas nos teriam submergido, / a correnteza nos teria arrastado / e, então, por sobre nós teriam passado / essas águas sempre mais impetuosas. / Bendito seja o Senhor, que não deixou / cairmos como presa de seus dentes! – R.

3. Nossa alma como um pássaro escapou / do laço que lhe armara o caçador; / o laço arrebentou-se de repente, / e assim nós conseguimos libertar-nos. / O nosso auxílio está no nome do Senhor, / do Senhor que fez o céu e fez a terra! – R.

Evangelho: Mateus 10,34-11,1

Aleluia, aleluia, aleluia.

Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, / porque o Reino dos Céus há de ser deles! (Mt 5,10) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 34“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. 35De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. 36E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. 39Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim vai encontrá-la. 40Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. 42Quem der ainda que seja apenas um copo de água fresca a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo, não perderá a sua recompensa”. 11,1Quando Jesus acabou de dar essas instruções aos doze discípulos, partiu daí a fim de ensinar e pregar nas cidades deles. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Com três frases curtas, lidas às vezes tão às pressas, afirma Jesus sua condição divina e, portanto, seu direito soberano de que a Ele nos consagremos, para que com Ele vivamos e a nada demos preferências senão a Ele: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”. Não é digno, comenta o Pe. Cornélio a Lápide, de ter a Cristo por Senhor e Mestre, não é digno do seu Nome, da sua amizade, da sua graça, do seu Reino e de suas promessas. Quem não dá a Cristo o melhor amor que tem, não pode ser seu discípulo (cf. Lc 14, 26). E a razão disto, como já dissemos, é que Cristo, sendo Deus, nosso Senhor e Redentor, há de ser preferido até aos parentes e filhos. Por isso, quem a estes a tal ponto se apega, que por eles apostate da fé ou descumpra algum dos mandamentos da Lei evangélica, esse trata a Cristo indignamente e lhe lança em rosto uma verdadeira e gravíssima injúria. Quem assim age, torna-se indigno de ser contado entre os discípulos e amigos do Senhor: “Não é digno de mim”. Se queremos, pois, saber o que significa ser digno de Cristo, lembremos como exemplo a história de S. Saturus. Ameaçado pelo rei Hunerico a fazer-se ariano, sob pena de ver a esposa entregue em casamento ao camarista da corte, e como a mulher, horrorizada com a punição, suplicasse instantemente a aquiescer aos desejos do rei, Saturus respondeu-lhe, como se fôra outro Jó: “Falas como uma destas insensatas. Temeria eu, mulher, se houvesse apenas a doce amargura desta vida: tu me tentas, minha esposa, por obra do diabo. Se amasses ao teu marido, jamais me empurrarias para o abismo da segunda morte. Mandem pois meus filhos para o degredo, separem-me de minha esposa, tomem todos os meus bens: eu porém, seguro das promessas, serei fiel à palavra de meu Senhor: ‘Se alguém vem a mim e se não me ama mais que seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo’” [1].


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