Festejamos Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria: Deus lhes concedeu a bênção prometida a todos os povos.
Joaquim e Ana são os pais de Maria e avós de Jesus. Santa Ana é cultuada no Oriente desde o século 6º e, no Ocidente, a partir do século 10º. São Joaquim, por sua vez, recebe a veneração dos fiéis desde o século 14. Celebrando essa memória, valorizemos, com total atenção e cuidado, todos os avós de nossa sociedade.
Leitura do livro do Eclesiástico – 1Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações. 10Estes são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. 11Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são a sua melhor herança. 12A descendência deles mantém-se fiel às alianças 13e, graças a eles, também os seus filhos. Sua descendência permanece para sempre, e sua glória jamais se apagará. 14Seus corpos serão sepultados na paz, e seu nome dura através das gerações. 15Os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia vai celebrar o seu louvor. – Palavra do Senhor.
O Senhor vai dar-lhe o trono / de seu pai, o rei Davi.
1. O Senhor fez a Davi um juramento, / uma promessa que jamais renegará: / “Um herdeiro que é fruto do teu ventre / colocarei sobre o trono em teu lugar!” – R.
2. Pois o Senhor quis para si Jerusalém / e a desejou para que fosse sua morada: / “Eis o lugar do meu repouso para sempre, / eu fico aqui: este é o lugar que preferi!” – R.
3. “De Davi farei brotar um forte herdeiro, / acenderei ao meu ungido uma lâmpada. / Cobrirei de confusão seus inimigos, / mas sobre ele brilhará minha coroa!” – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Esperavam estes pais a redenção de Israel, / e o Espírito do Senhor estava sobre eles (Lc 2,25). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, desejaram ouvir o que ouvis e não ouviram”. – Palavra da salvação.
Se estivesse em nosso poder escolher ou fazer nossa própria mãe, acaso não a formaríamos de tal modo que ela fosse, a um tempo, alheia ao defeito que mais nos aborrece e enriquecida com as qualidades que mais nos enlevam? Pois à honra do filho, diz a Escritura, pertence a honra da mãe (cf. Pr 17, 6), nem há no mundo outra coisa que um homem estime mais do que sua mãe. Ora, Jesus Cristo, que escolheu para si uma Mãe desde a eternidade e no tempo a modelou com as próprias mãos, decerto a fez de tal índole que ela fosse completamente estranha ao pecado, que Ele detesta acima de tudo, e adornadíssima de todo gênero de virtudes, nas quais está o seu único contentamento. Ela foi, portanto, concebida sem pecado original, a única dentre os mortais a ser enriquecida com tamanho privilégio. Com efeito, não convinha que a Mãe do Deus puríssimo, a qual esmagaria a cabeça da serpente, fôra alguma vez escrava do diabo, inimiga de Deus e ré da Geena; mas que, assim como o primeiro Adão saíra de uma terra virgem e pura, ainda não sujeita a maldição alguma, também Cristo, segundo Adão, assumisse a carne da Virgem Mãe, livre de absolutamente toda mancha de pecado.
Ora, acaso não era grande a nobreza da Arca da aliança (cf. Ex 36), feita de paus de acácia incorruptíveis e revestida de ouro puríssimo por dentro e por fora, a fim de guardar as tábuas do Decálogo, a vara de Aarão que desabrochara e um ephi de maná? Com quanto esmero, por conseguinte, não quis o Senhor embelezar aquela Virgem de cujo puríssimo sangue o Deus de toda majestade formaria para si um corpo, em cujo útero moraria por nove meses, de cujos seios se alimentaria e com a qual viveria por trinta anos seguidos? Admiremos pois esta Virgem, fruto abençoado de S. Joaquim e Sant’Ana, a veneremos e amemos intensamente, esforçando-nos por dar a conhecer ao mundo as suas glórias; e a invoquemos com confiança, para que, por sua Imaculada Conceição, ela nos alcance de seu Filho caríssimo a purificação de todos os nossos pecados e nos conserve doravante imunes da menor mancha de pecado [1].
Referências
- O texto desta homilia é uma tradução levemente adaptada de uma meditação do Pe. Frans de Costere, S.J. (c. 1532-1619), in: A. J. Haehnlein (ed.), Mariologia. Wirceburgi, sumptibus Stahelianis, 1859, pp. 7-8.
Nenhum comentário:
Postar um comentário