quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

6ª Semana do Tempo Comum - “Senhor, que eu veja!”

 Marcos 8, 22-26: El ciego quedó sanado y veía todo con claridad – Boosco.org

Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3s).

Salvo do dilúvio, o ser humano oferece ao Senhor um sacrifício de louvor. Tenhamos olhos para ver as benéficas e constantes intervenções de Deus no mundo e em nossa história pessoal.

Primeira Leitura: Gênesis 8,6-13.20-22

Leitura do livro do Gênesis 6Passados quarenta dias, Noé abriu a janela, que tinha feito na arca, e soltou um corvo, 7que ficou revoando até que secassem as águas sobre a terra. 8Soltou, também, uma pomba para ver se as águas tinham baixado sobre a face da terra. 9Mas a pomba, não achando onde pousar, voltou para junto dele na arca; porque as águas ainda cobriam a superfície de toda a terra. Noé estendeu a mão para fora, apanhou a pomba e recolheu-a na arca. 10Esperou, então, mais sete dias e soltou de novo a pomba. 11Pela tardinha ela voltou e eis que trazia no bico um ramo de oliveira com as folhas verdes. Assim, Noé compreendeu que as águas tinham cessado de cobrir a terra. 12Esperou ainda sete dias e soltou a pomba, que não voltou mais. 13Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas se retiraram da terra. Noé abriu o teto da arca, olhou e viu que toda a superfície da terra estava seca. 20Então Noé construiu um altar ao Senhor e, tomando animais e aves de todas as espécies puras, ofereceu holocaustos sobre o altar. 21O Senhor aspirou o agradável odor e disse consigo mesmo: “Nunca mais tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, pois as inclinações do seu coração são más desde a juventude. Não tornarei, também, a ferir todos os seres vivos, como fiz. 22Enquanto a terra durar, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais hão de acabar”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 115(116B)

Oferto ao Senhor um sacrifício de louvor.

1. Que poderei retribuir ao Senhor Deus / por tudo aquilo que ele fez em meu favor? / Elevo o cálice da minha salvação, / invocando o nome santo do Senhor. – R.

2. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor / na presença de seu povo reunido. / É sentida por demais pelo Senhor / a morte de seus santos, seus amigos. – R.

3. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor / na presença de seu povo reunido; / nos átrios da casa do Senhor, / em teu meio, ó cidade de Sião! – R.

Evangelho: Marcos 8,22-26

Aleluia, aleluia, aleluia.

Que o Pai do Senhor Jesus Cristo / vos dê do saber o Espírito, / para que conheçais a esperança, / reservada para vós como herança! (Ef 1,17s) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 22Jesus e seus discípulos chegaram a Betsaida. Algumas pessoas trouxeram-lhe um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. 23Jesus pegou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado, cuspiu nos olhos dele, colocou as mãos sobre ele e perguntou: “Estás vendo alguma coisa?” 24O homem levantou os olhos e disse: “Estou vendo os homens. Eles parecem árvores que andam”. 25Então Jesus colocou de novo as mãos sobre os olhos dele e ele passou a enxergar claramente. Ficou curado e enxergava todas as coisas com nitidez. 26Jesus mandou o homem ir para casa e lhe disse: “Não entres no povoado!” – Palavra da salvação.

Reflexão 

O Evangelho de hoje fala-nos da cegueira de incredulidade que o Senhor tanto deseja curar em nós. O evangelista S. Marcos vem-nos narrando há já alguns dias uma viagem de Jesus de ida e retorno à Terra Santa, antes da solene profissão de Pedro em Cesareia de Filipe. Fora dos domínios de Israel, o Senhor encontrara algumas almas bem dispostas; mas, ao voltar à sua gente, achou não só no povo, mas também entre os Apóstolos uma dureza de coração e falta de inteligência que não lhes permitia superar os interesses mesquinhos e carnais para reconhecer, à luz da fé, quem é Jesus de verdade. Hoje, após partirem outra vez de viagem, Cristo e seus discípulos desembarcam na cidade em que ocorreu a primeira multiplicação dos pães, Betsaida, a “casa da pesca” (hebr. בית צידה) onde Jesus nos quer pescar da nossa incredulidade, tal como fez ao cego que lá encontra. Ele o conduz para fora do povoado, indicando assim que a nossa conversão não é possível sem nos afastarmos do espírito do mundo para sermos somente de Cristo; em seguida, cospe-lhe nos olhos e o faz voltar a enxergar pouco a pouco, sinalizando com isto que a nossa fé, ainda que sincera, precisa sempre crescer mais, para que a sua luz se difunda a ponto de iluminar todas as realidades que estão à nossa volta. Para isso, precisamos manter-nos confiadamente aos pés de Cristo, até que Ele nos cure por completo e nos leve a enxergar todas as coisas com nitidez. Também S. Pedro, com efeito, teve de crescer na fé: dentro em breve, como veremos na Liturgia dos próximos dias, ele irá confessar que Cristo é, sim, o Filho de Deus vivo e, apesar de tudo, ainda não terá compreendido que, além de Deus e Messias, Ele é também o servo sofredor que terá de morrer na cruz, entregue às mãos dos gentios. Se até o príncipe dos Apóstolos teve de crescer na fé — fé sobre a qual Cristo edificará a sua Igreja —, também nós devemos pedir constantemente a Deus que acrescente e intensifique em nós essa luz sobrenatural que, por pura graça, já trazemos acesa em nossas almas. Recorramos, pois, à Virgem SS., bendita porque creu, e peçamos-lhe que nos ajude a crescer de fé em fé, para que possamos enxergar a fundo a mão providencial de Deus em nossas vidas: Senhor, que eu veja!

 

https://padrepauloricardo.org 

Nenhum comentário: