De origem oriental, a “festa das Luzes” estendeu-se, no século 4º, ao Ocidente, com o nome de “Encontro”. Caracterizando-se pela solene bênção das velas e procissão, tornou-se conhecida também como “festa da Candelária”. Neste dia mundial da vida consagrada, celebremos em sintonia com os religiosos, religiosas e consagrados seculares, pessoas que dia a dia se põem inteiramente a serviço do Senhor.
Exortação
Irmãos e irmãs, há quarenta dias celebrávamos com alegria o Natal do Senhor. E hoje chegou o dia em que Jesus foi apresentado ao templo por Maria e José. Conformava-se assim à Lei do Antigo Testamento, mas na realidade vinha ao encontro do seu povo fiel. Impulsionados pelo Espírito Santo, o velho Simeão e a profetisa Ana foram também ao templo. Iluminados pelo mesmo Espírito, reconheceram o seu Senhor naquela criança e o anunciaram com júbilo. Também nós, reunidos pelo Espírito Santo, vamos nos dirigir à casa de Deus, ao encontro de Cristo. Nós o encontraremos e reconheceremos na fração do pão, enquanto esperamos a sua vinda na glória.
Recebemos, ó Deus, a vossa misericórdia no meio de vosso templo. Vosso louvor se estende, como o vosso nome, até os confins da terra; toda a justiça se encontra em vossas mãos (Sl 47,10s).
Leitura da profecia de Malaquias – Assim diz o Senhor: 1Eis que envio meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu templo o Dominador, que tentais encontrar, e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos; 2e quem poderá fazer-lhe frente no dia de sua chegada? E quem poderá resistir-lhe quando ele aparecer? Ele é como o fogo da forja e como a barrela dos lavadeiros; 3e estará a postos, como para fazer derreter e purificar a prata: assim ele purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata, e eles poderão assim fazer oferendas justas ao Senhor. 4Será então aceitável ao Senhor a oblação de Judá e de Jerusalém, como nos primeiros tempos e nos anos antigos. – Palavra do Senhor.
OU
Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 14visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, 15e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. 16Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. 17Por isso, devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. 18Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação. – Palavra do Senhor.
O rei da glória é o Senhor onipotente!
1. “Ó portas, levantai vossos frontões! † Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, / a fim de que o rei da glória possa entrar!” – R.
2. Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?” † “É o Senhor, o valoroso, o onipotente, / o Senhor, o poderoso nas batalhas!” – R.
3. “Ó portas, levantai vossos frontões! † Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, / a fim de que o rei da glória possa entrar!” – R.
4. Dizei-nos: “Quem é este rei da glória?” † “O rei da glória é o Senhor onipotente, / o rei da glória é o Senhor Deus do universo.” – R.
[A forma breve está entre colchetes.]
Aleluia, aleluia, aleluia.
Sois a luz que brilhará para os gentios / e para a glória de Israel, o vosso povo (Lc 2,32). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – [22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor, 23conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício – um par de rolas ou dois pombinhos -, como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel”.] 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele. – Palavra da salvação.
Reflexão
Hoje, quarenta dias depois do Natal, festejamos a Apresentação de Nosso Senhor no Templo de Jerusalém. Ao celebrarmos essa festa, fazemos memória daquele momento em que a Virgem SS. e o bem-aventurado José, cumprido o prazo estabelecido pela Lei de Moisés, levaram o Menino Jesus à Cidade Santa para lá o consagrarem a Deus. À imitação da Sagrada Família, também nós, de velas nas mãos, nos dirigimos hoje ao templo de Deus, que são as nossas igrejas, para lá, em união com o sacerdote, oferecermos ao Pai o Cristo que se nos ofereceu a nós. Mas, se na vigília da Páscoa as velas simbolizam o Cristo ressuscitado, aqui elas representam a inocência luminosa do Menino Deus: a cera é o seu corpo virginal e puro, formada pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe; o pavio é a sua alma santíssima e guarnecida de todos os tesouros da graça; e a chama é a sua divindade, eterna e onipotente. Eis o dom preciosíssimo que no dia de hoje Maria SS. e S. José levam ao Templo como primícia única de seu castíssima e virginal união. Por outro lado, a profecia do justo Simeão nos ajuda a recordar que essa festa aponta ao mesmo tempo para duas noites e duas outras celebrações: de um lado, a noite santa do Natal, porque Jesus é “luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”; de outro, a noite santa de Páscoa, porque Cristo “será um sinal de contradição”, imolado na cruz — blasfêmia para os judeus, loucura para os gentios — e, por sua dolorosíssima Paixão, causa de muitas angústias para o Coração de sua Mãe: “Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. Também nós, nesta festa que complementa os mistérios da divina infância de Cristo e anuncia, de alguma forma, o mistério do Calvário, nos apresentemos a Deus, oferecendo-nos e sacrificando-nos a Ele em desagravo dos nossos pecados, sempre por meio de seu Filho encarnado e pelas mãos de Maria SS. reparadora.
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