Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6s).
Reunimo-nos para celebrar o Cristo crucificado e ressuscitado, fundamento da nossa fé e do nosso testemunho. A liturgia nos convida a renovar o compromisso de sermos sal e luz, discípulos e discípulas que dão sabor e sentido à vida do próximo. Louvemos ao Pai pelo seu amor, manifestado em toda ação que expulsa do mundo as trevas da opressão e da injustiça.
Leitura do livro do profeta Isaías – Assim diz o Senhor: 7“Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o e não desprezes a tua carne. 8Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. 9Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro e ele dirá: “Eis-me aqui”. Se destruíres teus instrumentos de opressão e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; 10se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia”. – Palavra do Senhor.
Uma luz brilha nas trevas para o justo, / permanece para sempre o bem que fez.
1. Ele é correto, generoso e compassivo, / como luz brilha nas trevas para os justos. / Feliz o homem caridoso e prestativo, / que resolve seus negócios com justiça. – R.
2. Porque jamais vacilará o homem reto, / sua lembrança permanece eternamente! / Ele não teme receber notícias más: / confiando em Deus, seu coração está seguro. – R.
3. Seu coração está tranquilo e nada teme. / Ele reparte com os pobres os seus bens, / permanece para sempre o bem que fez / e crescerão a sua glória e seu poder. – R.
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – 1Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. 2Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado. 3Aliás, eu estive junto de vós com fraqueza e receio, e muito tremor. 4Também a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, 5para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus, e não na sabedoria dos homens. – Palavra do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Pois eu sou a luz do mundo, quem nos diz é o Senhor; / e vai ter a luz da vida quem se faz meu seguidor (Jo 8,12). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 13“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde brilha para todos os que estão na casa. 16Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”. – Palavra da salvação.
Dirigindo-se a nós, cristãos, de modo todo particular, Jesus chama-nos hoje a ser "sal da terra" e "luz do mundo". Se o sal é, por sua própria natureza, aquilo que dá sabor aos alimentos, o cristão deve ser, de modo análogo, uma pessoa sábia, ou seja, que é capaz de saborear, à luz da fé e sob o influxo da caridade, todas as realidades dignas de serem amadas. Ora, além de conhecer o justo valor de cada coisa, o cristão é também aquele que, à semelhança do sal, dá sabor a tudo: ao trabalho e ao descanso, às rotinas humanas e aos empreendimentos apostólicos, à família e aos amigos. Um espírito revestido de Cristo sabe "temperar" a vida com o amor a Deus; nada lhe é insosso, nada lhe parece de pouca monta, porque tudo, se condimentado com a caridade sobrenatural, se lhe afigura ocasião e circunstância de amar a Deus e, por amor a Ele, amar também os irmãos.
O cristão, porém, não vive só para si; se deseja ser fiel à sua vocação de batizado, tem de ser também "luz do mundo", isto é, testemunho vivo da graça de Nosso Senhor. E deve ser testemunho não apenas com o exemplo, senão também por meio da palavra e da luz da verdadeira doutrina católica. Ser luz do mundo, para um cristão, implica sobretudo levar a luz da fé onde grassam as trevas da ignorância e do pecado, da estultice e da mundanidade. O fiel "sal da terra" é sábio e, portanto, chamado a portar a chama dessa sabedoria às almas obscurecidas pelo erro, porque "ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa." Vivamos, pois, a sabedoria do Evangelho e levemos a sua luz a todos quantos ainda se encontram afastados de Cristo, Sol de Justiça.
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