sábado, 11 de fevereiro de 2023

5ª Semana do Tempo Comum - Como Cristo nos quer alimentar?

 Momento Catequético: Sexta-feira da 2ª Semana da Páscoa , Jo 6, 1-15 –  Diocese de São Carlos

Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6s).

Pelo pecado, o ser humano provoca uma ruptura com Deus, com a criação e com o semelhante. Celebremos o Cristo, por meio de quem o Deus compassivo e generoso providencia o resgate e a reabilitação do pecador.

Primeira Leitura: Gênesis 3,9-24

Leitura do livro do Gênesis9O Senhor Deus chamou Adão, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 16À mulher ele disse: “Multiplicarei os sofrimentos da tua gravidez: entre dores darás à luz os filhos; teus desejos te arrastarão para o teu marido, e ele te dominará”. 17E disse em seguida a Adão: “Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste da árvore de cujo fruto te proibi comer, amaldiçoado será o solo por tua causa! Com sofrimento tirarás dele o alimento todos os dias da tua vida. 18Ele produzirá para ti espinhos e cardos, e comerás as ervas da terra; 19comerás o pão com o suor do teu rosto até voltares à terra de que foste tirado, porque és pó e ao pó hás de voltar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes. 21Então o Senhor Deus fez para Adão e sua mulher túnicas de pele e os vestiu. 22Disse, depois, o Senhor Deus: “Eis que o homem se tornou como um de nós, capaz de conhecer o bem e o mal. Não aconteça, agora, que ele estenda a mão também à árvore da vida para comer dela e viver para sempre!” 23E o Senhor Deus o expulsou do jardim de Éden, para que ele cultivasse a terra donde fora tirado. 24Expulsou o homem e colocou a oriente do jardim de Éden os querubins e a espada lampejante de chamas, para guardar o caminho da árvore da vida. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 89(90)

Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.

1. Já bem antes que as montanhas fossem feitas † ou a terra e o mundo se formassem, / desde sempre e para sempre vós sois Deus. – R.

2. Vós fazeis voltar ao pó todo mortal / quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” / Pois mil anos para vós são como ontem, / qual vigília de uma noite que passou. – R.

3. Eles passam como o sono da manhã, / são iguais à erva verde pelos campos: / de manhã ela floresce vicejante, / mas à tarde é cortada e logo seca. – R.

4. Ensinai-nos a contar os nossos dias / e dai ao nosso coração sabedoria! / Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? / Tende piedade e compaixão de vossos servos! – R.

Evangelho: Marcos 8,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.

O homem não vive somente de pão, / mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos1Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não têm nada para comer. 3Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe”. 4Os discípulos disseram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?” 5Jesus perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete”. 6Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo. 7Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. 8Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 9Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus os despediu. 10Subindo logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta. – Palavra da salvação.

Reflexão
Jesus continua fora do território de Israel. Há dois dias, Ele se dirigira à região do Líbano, passando daí para a Decápole, perto da Síria e da Jordânia, onde Ele realiza hoje o milagre da segunda multiplicação dos pães. Mais do que uma repetição ociosa, essa narrativa traz consigo uma nova conotação, que não está presente no primeiro milagre: por estar fora dos limites da Terra Santa, Jesus indica que a sua mensagem e as suas obras se destinam também, ainda que não direta e primariamente, aos pagãos, ou seja, a quem não pertence ao povo eleito. O Senhor já o tinha indicado antes, como se vê no Evangelho de anteontem, ao conceder as “migalhas” do seu ministério àquela mulher siro-fenícia que, graças à sua fé e humildade, conseguiu dele a cura da filha endemoniada. Aqui, porém, Jesus dá muito mais do que migalhas; dá pão, e pão em abundância: “Eram”, estima o evangelista, “quatro mil, mais ou menos”, os que ficaram saciados. O Coração de Cristo nos mostra assim a sua generosidade invencível, que não faz acepção de pessoas e deseja muito ter um encontro íntimo com todos os que dele se aproximam com fé e humildade. Como a siro-fenícia, temos de acercar-nos dele com essas virtudes; como o surdo-mudo do Evangelho de ontem, temos de o buscar na solidão da oração e da ação de graças — às vezes, um deserto de dura travessia — para, ouvindo a sua Palavra e comungando o seu Corpo, sermos alimentados com aquela abundância de graças e consolos que apenas nele podemos achar. Assim nutridos, devemos revestir-nos do mesmo Espírito de Cristo, buscando-o não pelos benefícios e facilidades mundanas que dele se podem alcançar, mas por ser Ele quem é, fonte de todo bem e de todo consolo e força espiritual, digno de ser amado e servido ainda que nada recebêssemos em troca. Saibamos buscá-lo com perseverança, confiantes em que Ele nos dará tudo de que precisarmos, inclusive a graça de o buscarmos com coração reto e simples, fiel e humilde, não com o interesse das turbas que lhe vão ao encalço apenas pelo pão que sustenta o corpo (propter esum), mas com o santo interesse de quem precisa do pão eucarístico (propter Iesum) que nos alimenta nesta caminhada rumo à verdadeira terra prometida, ao Reino que Deus preparou para os seus eleitos.
 
 

https://padrepauloricardo.org

 

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