sábado, 4 de fevereiro de 2023

4ª Semana do Tempo Comum - O Coração de Deus.

 Vangelo Mc 6, 30-34: «Venite in disparte, voi soli, in un luogo deserto, e  riposatevi un po'». - Io resto con Gesù

Primeira Leitura (Hb 13,15-17.20-21)

Leitura da Carta aos Hebreus.

Irmãos, 15por meio de Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor; isto é, o fruto dos lábios que celebram o seu nome. 16Não vos esqueçais das boas ações e da comunhão, pois estes são os sacrifícios que agradam a Deus.

17Obedecei aos vossos líderes e segui suas orientações, porque eles cuidam de vós como quem há de prestar contas. Que possam fazê-lo com alegria, e não com queixas, que não seriam coisa boa para vós.

20O Deus da paz, que fez subir dentre os mortos aquele que se tornou, pelo sangue de uma aliança eterna, o grande pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus, 21vos torne aptos a todo bem, para fazerdes a sua vontade; que ele realize em nós o que lhe é agradável, por Jesus Cristo, ao qual seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém!

- Palavra do Senhor.

Responsório Sl 22(23),1-3a.3b-4.5.6 (R. 1)

— O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

— O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

— O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.

— Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!

— Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.

— Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

Evangelho (Mc 6,30-34)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo 10,27)

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos. 

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Reflexão

O Evangelho deste sábado nos mostra a ternura e delicadeza humanas de Nosso Senhor. Ao ver os discípulos cansados e sem tempo sequer para se alimentarem, Cristo os chama sozinhos a um lugar afastado, para que ali, longe das turbas, possam repousar um pouco. Saem então os Doze para um bem merecido descanso, e o que encontram do outro lado senão as mesmas e numerosas multidões, "como ovelhas sem pastor"? Diante disso, o dulcíssimo Coração de Jesus se enche de compaixão, pois vê a sede que o povo, sempre à procura de justiça e verdade, tem por Ele, pão descido dos céus e fonte perene de água viva.

Vislumbramos neste episódio a singular beleza com que Deus expressa de forma humana todo o amor que, desde a eternidade, circula em seu divino coração de Pai. Fazendo-se homem como nós, o Filho eterno de Deus comunica à sua santa humanidade "seu próprio modo de existir pessoal na Trindade" (CIC, 470). Por isso, as pulsações do seu coração humano e de carne são a expressão visível e encarnada daquele mesmo "amor com o qual o divino Redentor", imagem do Deus invisível (cf. Col 1, 15), "ama continuamente o Pai Eterno e todos os homens" (Pio XII, Haurietis Aquas).

Este Evangelho também nos desperta para o carinho que Jesus manifesta a quantos se dedicam à evangelização. Com um olhar compassivo, o Senhor vê os cansaços, a fome, as doenças, as contrariedades e as vigílias dos que se entregam, de corpo e alma, a pregar e difundir a Boa-nova. Pois Cristo não é de modo nenhum um Deus "estoico", imóvel numa como que indiferente imperturbabilidade; é, ao contrário, um Deus que move as próprias vísceras ('σπλαγχνίζομαι'), que se deixa tocar por uma compaixão sincera e profundamente humana por sua ovelhas perdidas. Tocado, assim, desde dentro, Jesus deseja dar aos pastores da sua grei o merecido descanso; aos que tudo entregaram pelo rebanho, aos que, esquecidos de si, deram a própria vida para anunciar este amor que leva Deus a se sacrificar por nós, o Senhor tem reservados os mais doces repousos do seu sacratíssimo Coração.

 

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