Para os retos de coração surgiu nas trevas uma luz: o Senhor cheio de compaixão, justo e misericordioso (Sl 111,4).
O autor sagrado nos apresenta três testemunhas a favor de Jesus: a água do batismo, o sangue da cruz e o Espírito Santo. O Filho de Deus é verdadeiramente a fonte de nossa salvação. Vamos celebrá-lo, pois, com fé e gratidão.
Leitura da primeira carta de São João – Caríssimos, 5quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. 7Assim, são três que dão testemunho: 8o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes. 9Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. 13Eu vos escrevo estas coisas, a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna. – Palavra do Senhor.
Glorifica o Senhor, Jerusalém!
1. Glorifica o Senhor, Jerusalém! / Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! / Pois reforçou com segurança as tuas portas / e os teus filhos em teu seio abençoou. – R.
2. A paz em teus limites garantiu / e te dá como alimento a flor do trigo. / Ele envia suas ordens para a terra, / e a palavra que ele diz corre veloz. – R.
3. Anuncia a Jacó sua palavra, / seus preceitos, suas leis a Israel. / Nenhum povo recebeu tanto carinho, / a nenhum outro revelou os seus preceitos. – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Abriram-se os céus, e fez-se ouvir a voz do Pai: / Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós! (Mc 9,7) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 7João pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. 9Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no rio Jordão. 10E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. – Palavra da salvação.
Evangelho opcional: Lucas 3,23-38 (ou 23.31-34.36.38 – mais breve).
Ao ser batizado por S. João na festa de hoje, o Senhor vê os céus se abrirem e de lá descer a voz do Pai, que lhe diz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. O Pai testemunha aqui a alegria que lhe causa o amor e a obediência de Jesus Cristo, seu Filho encarnado. Nele, com efeito, repousa toda a complacência de Deus, pois só em Jesus o coração humano chegou a amar o Pai com todo o amor de que Ele é digno. Sinal disto é a presença, em forma de pomba, do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho “por uma comum espiração de amor infinitamente santa” (Antonio R. Marín, Dios y su Obra. Madrid: BAC, 1963, p. 314, n. 295). No batismo do Senhor, portanto, contemplamos o mistério de que, no SS. Coração de Cristo, o Pai goza da mesma alegria, da mesma felicidade que, por assim dizer, lhe “proporciona” a geração eterna de seu Filho no céu. E assim também o nosso próprio batismo; por meio dele, revestimo-nos de Cristo e, assimilados ao seu Corpo, que é a Igreja, apresentamo-nos ao Pai sob o título de filhos que Ele mesmo quis conceder-nos. Ao ver, pois, a um de seus filhinhos, batizados e em estado de graça, é a Cristo que o Pai enxerga, e por isso o seu coração celeste, transbordante de alegria, pode dizer a cada um de nós: “Tu és o meu Filho amado”, porque é Ele quem age em nós, que ama em nós, que se sacrifica em nós. É a Ele, numa palavra, que o Pai deseja reconhecer em nós, porque é impossível, fora de Jesus, agradar verdadeiramente o Pai, cujo único amor, cuja única grande e santa “obsessão” é o seu Filho unigênito, de quem temos hoje a graça de ser membros vivos.
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