Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza (Ml 3,1; 1Cr 19,12).
A exemplo dos magos, viemos acolher e adorar o Salvador da humanidade. A solenidade da Epifania nos faz conhecer a glória de Cristo, a qual se manifesta como luz na vida de homens e mulheres que se abrem aos planos divinos e se põem em busca de unidade, justiça e paz. Celebremos o mistério de Deus, que se revela na pessoa de Jesus.
Leitura do livro do profeta Isaías – 1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz, e os reis, ao clarão de tua aurora. 4Levanta os olhos ao redor e vê, todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor. – Palavra do Senhor.
As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
1. Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, / vossa justiça ao descendente da realeza! / Com justiça ele governe o vosso povo, / com equidade ele julgue os vossos pobres. – R.
2. Nos seus dias, a justiça florirá / e grande paz, até que a lua perca o brilho! / De mar a mar estenderá o seu domínio, / e desde o rio até os confins de toda a terra! – R.
3. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir / e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; / e também os reis de Seba e de Sabá / hão de trazer-lhe oferendas e tributos. / Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, / e todas as nações hão de servi-lo. – R.
4. Libertará o indigente que suplica / e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. / Terá pena do indigente e do infeliz, / e a vida dos humildes salvará. – R.
Leitura da carta de São Paulo aos Efésios – 2Irmãos, se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito 3e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5Esse mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho. – Palavra do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vimos sua estrela no Oriente / e viemos adorar o Senhor (Mt 2,2). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6‘E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo'”. 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho. – Palavra da salvação.
Meditação. — 1. A solenidade da Epifania do Senhor, que é a celebração da manifestação de Deus aos homens, é uma das últimas festas do tempo do Natal. O nascimento de Cristo envolve, por sua vez, três realidades distintas. Em primeiro lugar, trata-se obviamente da Encarnação de Cristo na história, esse momento decisivo para a salvação da humanidade, em que Deus assumiu uma forma humana para redimir o mundo de seus pecados. A segunda realidade diz respeito ao povo da promessa de Deus. Malgrado as promessas messiânicas dizerem respeito a todo o povo de Israel, apenas um pequeno resto aguardava o Salvador — Simeão e Ana, por exemplo —, ao passo que Herodes e a grande Jerusalém ficaram perturbados quando souberam da notícia de sua chegada.
Finalmente, a terceira realidade é a da manifestação de Deus aos pecadores, aos pagãos, aos idólatras, às ovelhas fora da casa de Israel. Para o pequeno resto dos judeus, Jesus vem como resposta às suas esperanças. Para os demais, no entanto, Jesus vem como uma “boa nova”, uma notícia feliz de libertação para um povo escravo de falsos deuses e outros vícios. Afinal de contas, os reis magos eram justamente feiticeiros, homens dedicados ao ocultismo. Mas Deus também tinha um plano para eles, indicando-lhes o caminho de Belém por meio de uma estrela.
2. A solenidade da Epifania parte desse mistério da vinda de Jesus e recorda o imenso trabalho apostólico que ainda precisa ser feito, no sentido de apresentar o Salvador àqueles que não O conhecem. Nós temos o dever de ser a estrela que orientou os reis magos até o caminho de Belém. Trata-se de cumprir a missão de Jesus aos Apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Portanto, um cristão que não se dedica ao apostolado em nome de uma suposta agenda ecumênica não está cumprindo a vontade de Deus, mas a política dos tempos modernos.
Na Liturgia das Horas para a Solenidade da Epifania, o hino das II Vésperas recorda outros dois momentos da manifestação de Deus aos homens: Nas águas é lavado/o celestial cordeiro;/o que não tem pecado/nos lava em si primeiro/as águas, ó prodígio/já ficam cor d’aurora/não deixam mais vestígio/pois jorram vinho agora”. Tanto no Batismo como no milagre das bodas de Caná, duas figuras aparecem para fazer as vezes da estrela de Belém e apontar o caminho do Salvador: João Batista e a Virgem Maria. Ambos levam os homens até Cristo por meio de um apostolado discreto e eficaz. Nada guardam para si para tudo consagrarem a Jesus, um comportamento que deve nortear toda a nossa missão cristã.
3. Os pagãos também estão admitidos à herança do Senhor, pois Deus quer que todos os homens sejam salvos. É uma vontade absoluta. Por isso Jesus veio viver a nossa vida e morrer por cada um de nós. Na Epifania, portanto, Ele quer revelar o seu amor, que não é uma graça barata, mas algo que custou o seu próprio sangue na cruz. Neste sentido, não podemos nos acomodar diante de um mundo que faz troça da cruz e aceita todas as religiões como iguais.
Os missionários católicos foram levados para todos os cantos do mundo, e muitos deram a vida para tornarem o nome de Jesus conhecido. Honremos, pois, a memória desses grandes homens e anunciemos como os anjos a verdadeira alegria da vinda do Salvador.
Oração. — Ajudai-me, Senhor Jesus, a ser como a estrela de Belém e indicar o caminho da vossa manjedoura aos meus familiares e amigos. Revelai-me constantemente a vossa face para que, fortificado por vosso olhar misericordioso, eu leve o amor para todos aqueles que estão afastados do vosso rebanho. Assim seja!
https://padrepauloricardo.org
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