Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 1Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote de Deus altíssimo, saiu ao encontro de Abraão, quando este regressava do combate contra os reis, e o abençoou. 2Foi a ele que Abraão entregou o dízimo de tudo. E o seu nome significa, em primeiro lugar, “rei de justiça”; e, depois, “rei de Salém”, o que quer dizer ”rei da paz”. 3Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem início de dias nem fim de vida! É assim que ele se assemelha ao Filho de Deus e permanece sacerdote para sempre. 15Isso se torna ainda mais evidente quando surge um outro sacerdote, semelhante a Melquisedeque, 16não em virtude de uma prescrição de ordem carnal, mas segundo a força de uma vida imperecível. 17Pois diz o testemunho: “Tu és sacerdote para sempre na ordem de Melquisedeque”. – Palavra do Senhor.
Tu és sacerdote eternamente / segundo a ordem do rei Melquisedeque!
1. Palavra do Senhor ao meu Senhor: / “Assenta-te ao lado meu direito / até que eu ponha os inimigos teus / como escabelo por debaixo de teus pés!” – R.
2. O Senhor estenderá desde Sião † vosso cetro de poder, pois ele diz: / “Domina com vigor teus inimigos. – R.
3. Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; † na glória e esplendor da santidade, / como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!” – R.
4. Jurou o Senhor e manterá sua palavra: † “Tu és sacerdote eternamente, / segundo a ordem do rei Melquisedeque!” – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a Boa-nova, o Reino anunciando, / e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” 4E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. 5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração, e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu, e a mão ficou curada. 6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo. – Palavra da salvação.
Reflexão
No Evangelho de hoje, Jesus cura um homem de mão seca em dia de sábado. Mais uma vez estamos numa controvérsia a respeito do sábado, mas agora com um significado simbólico especial. Jesus está dando àquele homem incapaz de realizar obras com a mão seca a capacidade de realizá-las novamente, isto é, de amar outra vez. Eis a maravilha das maravilhas, o milagre dos milagres! Quando, no Antigo Testamento, se narra a criação do mundo, diz-se que Deus o criou em seis dias e, no sétimo, descansou. Por isso o sétimo dia seria uma “homenagem” a Deus, uma celebração para que o homem dedicasse tempo para louvá-lo pela obra maravilhosa da criação. Ora, amar é um ato, uma ação, obra que nós realizamos; mas se nós, manchados pelo pecado original, cheios de miséria e egoísmo, não estamos dispostos a realizar essa obra, então acontece o que todos já sabem: o que não se usa... atrofia. Essa é a “mão seca” do homem, que indica simbolicamente como nós, por preguiça de amar, não estamos realizando as obras que Deus espera. Jesus vem romper essa dinâmica e nos dar outra vez a capacidade de operar o amor. O Senhor diz ao homem: “Levanta-te, fica aqui no meio”. Com esse gesto Jesus nos quer ensinar algo a todos. Por que Jesus não curou o homem às ocultas? Ele pergunta abertamente: “É permitido fazer o bem ou o mal em dia de sábado?”, e aqueles corações “secos” de amor, muito mais secos do que a mão do doente, não ousam responder. Entristecido, Jesus olha para eles e vê a dureza de seus corações. Em seguida, pede ao homem que estenda a mão, e a mão fica curada. Jesus realiza este ato para que os corações duros se quebrem, porque a secura daquela mão indica, na verdade, a secura daqueles corações. Infelizmente, mesmo após contemplarem aquele gesto de amor, os adversários de Cristo se retiram dali com ânimo de o matar. Nós, porém, podemos colher os frutos desse milagre. Hoje, celebramos a memória de S. Sebastião, um soldado romano que soube colher a graça da mão seca que se transforma em mão sadia, do coração endurecido por falta de amor que passa a amar de forma heróica. Sabemos que S. Sebastião sofreu um duplo martírio. Primeiro, foi condenado a morrer a flechadas, embora as flechas, como vemos na conhecida imagem do santo, não o tenham matado por um milagre; Sebastião recuperou-se e, ao invés de ficar quieto e escapar vivo, quis amar e realizar as obras próprias de uma alma apaixonada por Jesus, e o testemunho deste amor por Cristo o levou a ser martirizado outra vez. — Coloquemo-nos diante desse amor que opera milagres, que realiza obras de caridade. Amemos Jesus como São Sebastião, curemos nossos corações, nossa mão seca, para que a graça faça com que sejamos verdadeiros filhos do nosso Pai celeste, que ama a bons e maus e espera que nós também o amemos.
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