Ergamos os nossos olhos para aquele que tem o céu como trono; a multidão dos anjos o adora, cantando a uma só voz: Eis aquele cujo poder é eterno.
Pelo batismo, tornamo-nos “companheiros de Cristo” e filhas e filhos adotivos do Pai celeste. Por isso, somos convidados a manter “firme, até o fim, nossa confiança inicial” no Senhor, que é cheio de compaixão por nós.
Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos, 7escutai o que declara o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8não endureçais os vossos corações, como aconteceu na provocação, no dia da tentação, no deserto, 9onde vossos pais me tentaram, colocando-me à prova, 10embora vissem as minhas obras, durante quarenta anos. Por isso me irritei com essa geração e afirmei: sempre se enganam no coração e desconhecem os meus caminhos. 11Assim jurei em minha ira: não entrarão no meu repouso”. 12Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade, levando-o a afastar-se do Deus vivo. 13Antes, animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser “hoje”, para que nenhum de vós se endureça pela sedução do pecado, 14pois tornamo-nos companheiros de Cristo, contanto que mantenhamos firme, até o fim, a nossa confiança inicial. – Palavra do Senhor.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / Não fecheis os vossos corações.
1. Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, / e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! / Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, / as ovelhas que conduz com sua mão. – R.
2. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: † “Não fecheis os corações como em Meriba, / como em Massa, no deserto, aquele dia, / em que outrora vossos pais me provocaram, / apesar de terem visto as minhas obras. – R.
3. Quarenta anos desgostou-me aquela raça, † e eu disse: Eis um povo transviado, / seu coração não conheceu os meus caminhos! / E por isso lhes jurei na minha ira: / não entrarão no meu repouso prometido!” – R.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus pregava a Boa-nova, o Reino anunciando, / e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo,40um leproso chegou perto de Jesus e, de joelhos, pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”. 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero: fica curado!” 42No mesmo instante, a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: “Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!” 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo. – Palavra da salvação.
Reflexão
No Evangelho de hoje, vemos Jesus curar um leproso que dele se aproximara de coração humilde: “Se queres, tens o poder de curar-me”. Este episódio se insere numa série de curas e milagres que, dentro da narrativa do evangelista S. Marcos, estabelece certo paralelismo entre os diversos atos do ministério público de Nosso Senhor, de um lado, e a progressiva redenção do pecado original, de outro. Primeiro, na sinagoga de Cafarnaum, Cristo expulsa um demônio; em seguida, livra uma mulher, a sogra de Pedro, de uma febre terrível; hoje, por fim, limpa a carne leprosa de um homem. Estão aqui figurados os três protagonistas do pecado original: no endemoniado da sinagoga vemos a serpente; na sogra de Pedro está representada a primeira mulher, Eva; no leproso, o primeiro homem, Adão. Esses três primeiros prodígios, com efeito, expressam o núcleo da nossa redenção: Ele veio para libertar e transformar a humanidade caída, que, subjugada por Satanás, arde com a febre do pecado (como a sogra de Pedro) e se encontra chagada e impura aos olhos do Pai (como aquele pobre leproso). Mas para que o Senhor nos limpe e cure, temos o grave dever de ir ao seu encontro. E isso só se faz por meio da fé, indo aos lugares desertos — à oração, sobretudo — em que Ele faz o seu refúgio. Não há outro caminho. Se queremos mesmo chegar perto de Jesus e, prostrados a seus pés, falar-lhe ao Coração, temos de tomar, hoje e agora, o propósito de crescer na fé através da vida de oração. Sem isso, seremos cristãos só de nome, indignos de receber aquele olhar compassivo que repousou sobre o leproso fiel que lhe dizia: “Se queres, tens o poder de curar-me”.
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