Com base em pesquisas de universidades americanas, arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, denuncia os riscos do sexo casual
A Igreja Católica é frequentemente acusada de ser machista e
castradora devido à sua posição firme em assuntos sexuais. Para os
detratores da fé, a realidade do mundo moderno não comporta mais o
radicalismo cristão, por isso, a pregação sobre a castidade não seria
somente antiquada, mas inoportuna. Percebe-se, assim, um aumento
progressivo no estímulo à sexualidade precoce, que já não poupa nem
adolescentes, nem crianças.
Sucede que as consequências desse tipo de mentalidade têm sido
catastróficas. Não obstante o lobby da mídia e de empresas de marketing
em cima de imagens pornográficas, os frutos do erotismo hodierno falam
por si. Conforme denunciou o arcebispo de La Plata, Argentina, Dom
Héctor Aguer, o sexo casual é uma fonte de estresse, sentimento de
culpa, arrependimento e tristeza. As declarações foram feitas durante
seu programa televisivo semanal, "Chaves para um mundo melhor", e têm
por base vários estudos de universidades americanas.
Uma pesquisa da Universidade do Estado da Califórnia, por exemplo,
indica que jovens adultos adeptos do sexo casual estão mais propensos a
sofrer de depressão e/ou ansiedade. O estudo "Negócio perigoso: há
alguma associação entre sexo casual e saúde mental para jovens
adultos?", publicado nas revistas "British Medical Journal" e "Journal
of Sex Research", ainda aponta que as consequências de tal comportamento
são mais prejudiciais às mulheres. De acordo com a co-autora da
pesquisa, Melina Bersamin, pessoas deprimidas e com baixa autoestima
tendem a se envolver mais em relacionamentos frívolos e pouco
duradouros.
"Desgraçadamente - lamentou Dom Aguer - parece que esta conduta é
frequente entre os jovens em todo mundo". E isso se verifica na
qualidade das músicas, filmes e programas televisivos que são
regularmente oferecidos a esse público. "Então, aqui - ratificou
o arcebispo de La Plata - a conclusão é que temos que voltar a
considerar as virtudes humanas e cristãs e, entre elas, no lugar que
corresponde, também a virtude da castidade que faz com que as forças que
Deus pôs no homem e na mulher estejam orientadas àquilo para o qual o
pensou o Criador: o casal estável, consagrado no matrimônio, que é um
bem social e o âmbito adequado para a comunicação da vida humana".
O homem está naturalmente ordenado para a comunhão, seja na vocação
ao matrimônio, seja no celibato. Com efeito, o casal de namorados que se
prontifica a ter relacionamentos abertos e fora do casamento tem apenas
uma única certeza: que tanto um quanto o outro tem uma facilidade
imensa para relacionar-se fora do matrimônio. É a dolorosa certeza da
traição, não do amor. Por conseguinte, quando a única certeza é a da
traição, não é difícil de imaginar o porquê da promiscuidade estar
associada a doenças mentais como a depressão.
A mídia que exalta a sexualidade liberal e a incentiva de maneira
leviana é a principal promotora do sofrimento desses jovens. Neste
sentido, vale a pena recordar as sábias palavras de Bento XVI, na sua
homilia da Missa de canonização de Frei Galvão: "É preciso dizer
não àqueles meios de comunicação social que ridicularizam a santidade
do matrimônio e a virgindade antes do casamento". No atual
contexto em que se vive, "o mundo precisa de vidas limpas, de almas
claras, de inteligências simples que rejeitem ser consideradas criaturas
objeto de prazer". Desse modo, as fortes palavras que aparecem na
Cédula de consagração de Frei Galvão - tirai-me antes a vida que ofender
o vosso bendito Filho, meu Senhor - "deveriam fazer parte da vida
normal de cada cristão, seja ele consagrado ou não, e que despertam
desejos de fidelidade a Deus dentro ou fora do matrimônio".
Ora, a vocação do ser humano ultrapassa as fronteiras da sexualidade
barata e oportunista que o modernismo oferece. Assim, recordando o belo
sermão de São Leão Magno, "reconheça, cristão, a tua dignidade
e, tornando-se partícipe da natureza divina, não pretendas voltar a cair
na condição desprezível de outrora com um comportamento indigno.
Recorde-te de quem é a tua Cabeça e de qual Corpo és membro. Recorde-te
de que, arrancado ao poder das trevas, foste transferido para a luz e
para o Reino de Deus" (Sermão I sobre o Natal, 3, 2: CCL 138, 88).
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
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