quarta-feira, 27 de setembro de 2023

São Vicente de Paulo, presbítero - Memória - Por que os sacerdotes têm autoridade?

 


Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a Boa-nova aos pobres e curar os corações contritos (Lc 4,18).

Vicente nasceu na França em 1581 e lá faleceu em 1660. Ordenado presbítero, exerceu trabalho pastoral junto às populações rurais, vivendo em contato com misérias materiais e morais. Fundou a Congregação da Missão – os Lazaristas – e, juntamente com Santa Luísa de Marillac, as Filhas da Caridade, com o objetivo de servir os abandonados. Mirando seu exemplo, peçamos ao Senhor forças para nos empenharmos em favor dos excluídos da sociedade.

Primeira Leitura: Esdras 9,5-9

Leitura do livro de Esdras – 5Na hora da oblação da tarde, eu, Esdras, levantei-me da minha prostração. E, com as vestes e o manto rasgados, caí de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus. 6E disse: “Meu Deus, estou coberto de vergonha e confusão ao levantar a minha face para ti, porque nossas iniquidades multiplicaram-se acima de nossas cabeças e nossas faltas se acumularam até o céu. 7Desde os tempos de nossos pais até este dia, uma grande culpa pesa sobre nós: por causa de nossas iniquidades, nós, nossos reis e nossos sacerdotes, fomos entregues às mãos dos reis estrangeiros, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à vergonha, como acontece ainda hoje. 8Mas agora, por um breve instante, o Senhor nosso Deus concedeu-nos a graça de preservar dentre nós um resto e de permitir que nos fixemos em seu lugar santo. Assim o nosso Deus deu brilho aos nossos olhos e concedeu-nos um pouco de vida no meio de nossa servidão. 9Pois éramos escravos, mas em nossa servidão o nosso Deus não nos abandonou. Antes, conseguiu para nós o favor dos reis da Pérsia, deu-nos bastante vida para podermos reconstruir o templo do nosso Deus e restaurar suas ruínas e concedeu-nos um abrigo seguro em Judá e em Jerusalém”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Tb 13

Bendito seja Deus, que vive eternamente!

1. Vós sois grande, Senhor, para sempre, / e vosso reino se estende nos séculos! / Porque vós castigais e salvais, / fazeis descer aos abismos da terra / e de lá nos trazeis novamente: / de vossa mão nada pode escapar. – R.

2. Vós que sois de Israel, dai-lhe graças / e por entre as nações celebrai-o! / O Senhor dispersou-vos na terra / para narrardes sua glória entre os povos / e fazê-los saber, para sempre, / que não há outro Deus além dele. – R.

3. Castigou-nos por nossos pecados, / seu amor haverá de salvar-nos. / Compreendei o que fez para nós, / dai-lhe graças com todo o respeito! – R.

4. Bendizei o Senhor, seus eleitos, / fazei festa e alegres louvai-o! – R.

Evangelho: Lucas 9,1-6

Aleluia, aleluia, aleluia.

Convertei-vos e crede no Evangelho, / pois o Reino de Deus está chegando! (Mc 1,15) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças 2e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. 3E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem mesmo duas túnicas. 4Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. 5Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés como protesto contra eles”. 6Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa-nova e fazendo curas em todos os lugares. – Palavra da salvação.

Reflexão:
Hoje, vemos enviados ao povo do antigo Israel os doze Apóstolos, com a missão de o reunir no novo, ou seja, na Igreja de Cristo. Notemos, porém, o que diz o evangelista S. Lucas ao abrir este capítulo. “Naquele tempo”, escreve ele, “Jesus convocou os doze” e só depois os “enviou a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos”. Os Apóstolos, como indica o próprio nome, são enviados de Cristo, mas porque foram antes por Ele convocados. E o que significa ser convocado? Significa receber de Cristo, pela especial vocação ao sacerdócio, poder e autoridade: poder para expulsar demônios e curar doenças e autoridade para pregar o Evangelho a toda a criatura, poder para santificar e autoridade para falar das coisas santas. Por isso reza a Igreja, ao impôr as mãos sobre a cabeça dos ordenandos, que Deus renove neles o espírito de santidade, porque é esta que constitui a essência e o fim das Ordens sagradas, isto é, o ser santo, com uma vida que para todos seja exemplo, para fazer igualmente santos aos outros. Sinal disto o encontramos na expressão “autoridade”, que em grego se diz ἐξουσία, a qual denota não um poder despótico, mas a manifestação (ἐξ) daquilo que o sacerdote é chamado a ser (ουσία), isto é, santo e, por isso mesmo, outro Cristo — alter Christus —, capaz de libertar o endemoniados e sanar os enfermos, de pregar o Evangelho e fazê-lo convencer os corações. Que, fiéis à essência da sua vocação, possam os nossos padres ter uma vida santa, como corresponde a quem, convocado por Cristo, deve tê-lo sempre como modelo e, por Ele enviado, deve sempre ser para todos exemplo de todas as virtudes. Que, pela intercessão de Maria SS., se unam eles cada vez mais a Cristo, Sumo Sacerdote, que por nós se ofereceu ao Pai como vítima santa, e com Ele se consagrem a Deus para a salvação dos homens.

https://padrepauloricardo.org

Um comentário:

Kyrie Eleison disse...

Salve Maria Imaculada! Excelente reflexão!