segunda-feira, 4 de setembro de 2023

22ª SEMANA DO TEMPO COMUM - “O Espírito do Senhor está sobre mim”

 Jesus Cristo é a Palavra de Deus! - Blog Cristão do PCamaral

Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam (Sl 85,3.5).

Para o cristão, a morte não é separação de Deus. Nós ressuscitaremos. Essa esperança nasce da ressurreição de Cristo: concluída nossa vida terrena, “estaremos sempre com o Senhor”. A liturgia nos convida a viver, desde agora, unidos a Cristo e a seu projeto de libertação.

Primeira Leitura: 1 Tessalonicenses 4,13-18

Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses13Irmãos, não queremos deixar-vos na incerteza a respeito dos mortos, para que não fiqueis tristes como os outros, que não têm esperança. 14Se Jesus morreu e ressuscitou – e esta é nossa fé -, de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo, os que através dele entraram no sono da morte. 15Isto vos declaramos, segundo a palavra do Senhor: nós que formos deixados com vida para a vinda do Senhor não levaremos vantagem em relação aos que morreram. 16Pois o Senhor mesmo, quando for dada a ordem, à voz do arcanjo e ao som da trombeta, descerá do céu, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17Em seguida, nós que formos deixados com vida seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos sempre com o Senhor. 18Exortai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 95(96)

O Senhor vem julgar nossa terra.

1. Cantai ao Senhor Deus um canto novo, † manifestai a sua glória entre as nações / e, entre os povos do universo, seus prodígios! – R.

2. Pois Deus é grande e muito digno de louvor, / é mais terrível e maior que os outros deuses; / porque um nada são os deuses dos pagãos. / Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus. – R.

3. O céu se rejubile e exulte a terra, / aplauda o mar com o que vive em suas águas; / os campos com seus frutos rejubilem / e exultem as florestas e as matas. – R.

4. Na presença do Senhor, pois ele vem, / porque vem para julgar a terra inteira. / Governará o mundo todo com justiça / e os povos julgará com lealdade. – R.

Evangelho: Lucas 4,16-30

Aleluia, aleluia, aleluia.

O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”. 20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?” 23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo, no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27E no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. – Palavra da salvação.

Reflexão

São duas as verdades fundamentais de que nos fala o Evangelho desta segunda-feira, extraído não mais do texto de S. Mateus, mas do de S. Lucas. Hoje, encontrando-se na sinagoga de Nazaré, sua própria terra, o Senhor lê do profeta Isaías o seguinte vaticínio: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres”, que nele se cumpre plenamente:

a) “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção”. Neste pequeno versículo, de riquezas inesgotáveis, afirma-se a presença especial do Espírito Santo em Cristo. Nele, com efeito, o amor de Deus está presente não como em qualquer outro justo, mas por ser Cristo o próprio Verbo encarnado. A natureza humana de Nosso Senhor está, pois, unida substancialmente à pessoa do Filho de Deus por uma graça chamada de união, que é como uma unção que comunica a toda a humanidade santíssima de Jesus, em corpo e alma, a santidade incriada e infinita do próprio Verbo divino. Jesus é o Cristo, isto é, o Ungido pelo Espírito Santo, porque Deus nele está presente, não por uma consagração cerimonial, mas por ser Ele mesmo o próprio Deus, em cuja humanidade assunta o Espírito Santo está como que em sua morada própria. Eis por que o Pai, ao vê-lo batizado no Jordão, pode dizer: “Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição” (Mt 3, 17).

b) “Para anunciar a Boa Nova aos pobres”. Este versículo, por seu turno, afirma não só a missão pública que Cristo foi encarregado de realizar, mas uma realidade ainda mais profunda, intimamente vinculada ao mistério da união hipostática: Cristo, sendo Homem-Deus, possui também uma graça chamada capital, que faz dele Cabeça do Corpo místico, que é a Igreja, de maneira que é dele, e somente dele, que recebemos por participação a unção do Espírito Santo: “Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça” (Jo 1, 16). Com efeito, toda a humanidade de Nosso Senhor, em sua alma e em seu corpo, assumidos em unidade de pessoa pelo Verbo de Deus, influi beneficamente em todos os homens do mundo, que dele recebem todas as riquezas da graça, “toda dádiva boa e todo dom perfeito” (Tg 1, 17), “como um óleo suave derramado sobre a fronte, e que desce para a barba, a barba de Aarão, para correr em seguida até a orla de seu manto” (Sl 132, 2).

 

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