Leitura do livro do profeta Jeremias.
11 18 Instruído pelo Senhor, eu o desvendei. Vós me fizestes conhecer seus intentos.
19 E eu, qual manso cordeiro conduzido à matança, ignorava as maquinações tramadas contra mim: “destruamos a árvore em seu vigor. Arranquemo-la da terra dos vivos, e que seu nome caia no esquecimento”.
20 Vós sois, porém, Senhor dos exércitos, justo juiz que sondais os rins e os corações. Serei testemunha da vingança que tomarei deles e a vós confio minha causa.
Palavra do Senhor.
Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.
Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio;
vinde salvar-me do inimigo, libertai-me!
Não aconteça que agarrem minha vida
como um leão que despedaça a sua presa,
sem que ninguém venha salvar-me e libertar-me!
Julgai-me, Senhor Deus, como eu mereço
e segundo a inocência que há em mim!
Ponde um fim à iniqüidade dos perversos
e confirmai o vosso justo, ó Deus-justiça,
vós que sondai os nossos rins e corações.
O Deus vivo é um escudo protetor
e salva aqueles que têm reto coração.
Deus é juiz e ele julga com justiça,
mas é um Deus que ameaça cada dia.
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
7 40 Ouvindo Jesus falar, alguns daquela multidão diziam: “Este é realmente o profeta”.
41 Outros diziam: “Este é o Cristo”. Mas outros protestavam: “É acaso da Galileia que há de vir o Cristo?
42 Não diz a Escritura: O Cristo há de vir da família de Davi, e da aldeia de Belém, onde vivia Davi?”
43 Houve por isso divisão entre o povo por causa dele.
44 Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe lançou as mãos.
45 Voltaram os guardas para junto dos príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?”
46 Os guardas responderam: “Jamais homem algum falou como este homem!”
47 Replicaram os fariseus: “Porventura também vós fostes seduzidos?
48 Há, acaso, alguém dentre as autoridades ou fariseus que acreditou nele?
49 Este poviléu que não conhece a lei é amaldiçoado!”
50 Replicou-lhes Nicodemos, um deles, o mesmo que de noite o fora procurar:
51 “Condena acaso a nossa lei algum homem, antes de o ouvir e conhecer o que ele faz?”
52 Responderam-lhe: “Porventura és também tu galileu? Informa-te bem e verás que da Galileia não saiu profeta”.
53 E voltaram, cada um para sua casa.
Palavra da Salvação.
Reflexão
Nem se deu entrada ao processo, e já têm os juízes expedida a sentença e condenado o réu. Nem se iniciaram os trâmites nem se ouviram as testemunhas, e já têm os acusadores embargada a decisão e muito bem postos os recorrentes. Os juízes e promotores são os fariseus, os defensores e apelantes são o povo e o exército. O despacho da sinagoga determina que Jesus não pode ser o Cristo: “Porventura o Messias virá da Galileia?” O agravo do povo e dos soldados demonstra que Ele não pode não sê-lo: “Ninguém jamais falou como este homem”. As razões em que se fundam uma e outra parte são, do lado dos que julgam, o que leram sem terem visto; do lado dos que defendem, o que viram sem precisarem ler. Os fariseus arguem a partir da Escritura que o Messias há de nascer em Belém, enquanto que Cristo vem da Galiléia: “Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém?” Os soldados arguem em nome do povo que nas palavras de Cristo há uma doçura tão firme e uma sabedoria tão divina que não encontram forças nem autoridade para lhe porem as mãos: “Ninguém jamais falou como este homem”. Com a diferença porém de que os primeiros, embora certos pelo que liam, se enganavam pelo que não tinham visto, porque Cristo nascera realmente na cidade de Davi, ao passo que os segundos sem terem lido a Escritura, não precisavam de mais prova do que o que viam e ouviam sem erro: “Ninguém jamais falou como este homem”. Vemos em germe neste processo, em que os juízes são também parte e o réu se há de condenar para absolver os defensores, o mesmo conflito que ainda hoje, contra Cristo e sua Igreja, movem os líderes do mundo.
Assim como os chefes da sinagoga, fechados em suas razões, não queriam outra evidência que sua própria autoridade: “Esta gente que não conhece a Lei é maldita”, os chefes do mundo, comprometidos com suas agendas, não admitem outro Cristo que o inventado pelas ideologias da moda nem outra Igreja que a fantasiada pela heresia do modernismo. Mas e a nós? Que papel nos cabe neste processo? O de unir-nos sempre, como soldados de Cristo, à apelação da coorte e ao testemunho do que via e ouvia aquela gente, “maldita” para os poderosos, bendita aos olhos de Deus: “Ninguém jamais falou como este homem”.
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