Deus todo-poderoso, pelas preces de são José, a quem confiastes as primícias da Igreja, concedei que ela possa levar à plenitude os mistérios da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura do segundo livro de Samuel.
7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.
Palavra do Senhor.
Eis que a sua descendência durará eternamente.
Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,
de geração em geração eu cantarei vossa verdade!
Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!”
E a vossa lealdade é tão firme como os céus.
“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,
e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.
Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,
de geração em geração garantirei o teu reinado!”
Ele, então me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,
sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”
Guardarei eternamente para ele a minha graça
e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
4 13 Com efeito, não foi em virtude da lei que a promessa de herdar o mundo foi feita a Abraão ou à sua posteridade, mas em virtude da justiça da fé.
16 Logo, é pela fé que alguém se torna herdeiro. Portanto, gratuitamente; e a promessa é assegurada a toda a posteridade de Abraão, não somente aos que procedem da lei, mas também aos que possuem a fé de Abraão, que é pai de todos nós.
17 Em verdade, está escrito: “Eu te constituí pai de muitas nações”; (nosso pai, portanto) diante dos olhos daquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência as coisas que estão no nada.
18 Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito: “Assim será a tua descendência”.
22 Eis por que sua fé lhe foi contada como justiça.
Palavra do Senhor
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, palavra de Deus!
Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de vos louvar!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
1 16 Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.
18 Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo.
19 José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente.
20 Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.
21 Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
24 Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.
Palavra da Salvação.
Reflexão
É com enorme alegria que celebramos hoje a solenidade de S. José, esposo castíssimo da Virgem Maria e pai virginal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com pedagogia materna, a Igreja intercala entre os rigores da Quaresma esta doce festa, não somente para atenuar por breve tempo as nossas penitências, mas para que as retomemos amanhã de espírito renovado e com mais firme propósito. Porque, depois da SS. Mãe de Deus, nenhum outro santo viveu mais perfeitamente do que José o que Cristo ensinou a seus Apóstolos: “Quem quiser tornar-se entre vós o primeiro, faça-se vosso escravo” (Mt 20, 27). Com efeito, S. José mereceu ser chefe da Sagrada Família e ter sob sua guarda e autoridade, não só a Virgem bendita, mas o próprio Filho de Deus encarnado, justamente por ser e saber-se menor do que eles e o último da casa. Com que assombro não devia ele considerar que, apesar de sua pouca importância — não passava de um judeu pobre e desconhecido —, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus que falara ao seu povo pelos profetas e realizara os tantos milagres que ele lia frequentemente nas Escrituras, esse mesmo Deus o havia escolhido para chefiar com poderes paternos a Virgem Imaculada e o Verbo humanado? E quem de nós, se fora elevado a tal dignidade, não se encheria de orgulho? Mas José, cuja alma não podemos duvidar foi talhada por Deus com um cuidado só inferior ao de Maria SS., sabia ocupar o primeiro lugar por ser escravo dos seus dois grandes amores.
Esse mesmo exemplo de serviço e humildade deve inspirar-nos no que resta de Quaresma. Se temos em Cristo o modelo perfeitíssimo de serviço e entrega aos irmãos, em José temos um imitador inigualável dessas virtudes, além de um patrono seguro a que recorrer com a certeza de que, se lhe pedirmos com confiança a graça de vencermos a nossa arrogância, a nossa soberba, a nossa vaidade, a nossa ânsia doentia de poder e destaque, chegaremos à Páscoa profundamente conscientes de que, no mais íntimo do nosso ser, nascemos para ser os últimos de todos e os servos de todos, porque o nosso fim é reinar com Deus na glória celeste.
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