Leitura do livro do profeta Isaías.
1 10 Ouvi a palavra do Senhor, príncipes de Sodoma; escuta a lição de nosso Deus, povo de Gomorra:
16 lavai-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante de meus olhos.
17 Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito,
protegei o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendei a viúva.
18 Pois bem, justifiquemo-nos, diz o Senhor. Se vossos pecados forem
escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a
púrpura, ficarão brancos como a lã!
19 Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra;
20 se recusardes e vos revoltardes, provareis a espada. É a boca do Senhor que o declara.
Palavra do Senhor.
A todos que procedem retamente
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
“Eu não venho censurar teus sacrifícios,
pois sempre estão perante mim teus holocaustos;
não preciso dos novilhos de tua casa
nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos.
Como ousas repetir os meus preceitos
e trazer minha aliança em tua boca?
Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos
e deste as costas às palavras dos meus lábios!
Diante disso que fizeste, eu calarei?
Acaso pensar que eu sou igual a ti?
É disso que te acuso e repreendo,
e manifesto essas coisas aos teus olhos.
Quem me oferece um sacrifício de louvor,
este, sim, é que me honra de verdade.
A todo homem que procede retamente
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.”
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Lançai para bem longe toda a vossa iniqüidade! Criai em vós um novo espírito e um novo coração! (Ez 18,31).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 23 1 dirigindo-se, então, Jesus à multidão e aos seus discípulos, disse:
2 “Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés.
3 Observai e fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não fazem.
4 Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo.
5 Fazem todas as suas ações para serem vistos pelos homens, por isso trazem largas faixas e longas franjas nos seus mantos.
6 Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas.
7 Gostam de ser saudados nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens.
8 Mas vós não vos façais chamar rabi, porque um só é o vosso preceptor, e vós sois todos irmãos.
9 E a ninguém chameis de pai sobre a terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus.
10 Nem vos façais chamar de mestres, porque só tendes um Mestre, o Cristo.
11 O maior dentre vós será vosso servo.
12 Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”.
Palavra da Salvação.
Reflexão
O Evangelho de hoje chama-nos à humildade, ou seja, àquele sensato realismo de quem sabe não valer nada ante a grandeza infinita de Deus. O contexto em que esta leitura se insere é mais uma das controvérsias entre Nosso Senhor e os fariseus, repreendidos hoje por se envaidecerem de sua vida aparentemente justa e regrada, mas, no fundo, hipócrita e estéril, já que sem a graça divina nada podemos fazer que tenha valor sobrenatural: “Porque sem mim”, diz Jesus no Evangelho segundo S. João, “nada podeis fazer” (Jo 15, 5). De fato, mesmo aquele piedoso afeto para com Deus que experimentam às vezes alguns pagãos, de todo alheios à fé cristã, já é fruto da graça atual, que assim os convida e dispõe a encontrar a verdade.
Tamanha é a nossa impotência que inclusive o movimento inicial (initium fidei) que conduz o pecador a abraçar a fé católica já é obra da graça, de modo que homem nenhum seria capaz de o produzir apenas com suas próprias forças naturais. Abandonados ao que somos, não podemos merecer a graça, nem impetrá-la nem dispor-nos a ela — positiva ou negativamente — nem perseverar nela, se não formos antes movidos e sustentados pela mesma graça. Mas como se abrir a essa ação sobrenatural? É o Senhor quem responde: pela humildade, também produto da graça, pois “quem se humilhar”, reconhecendo que nada pode por si mesmo, “será exaltado”; quem tiver sempre diante dos olhos a própria indigência, sabendo que sem a graça não passa de misérias, este crescerá em santidade e justiça. Humilhemo-nos, pois, aos pés de Cristo. Depositemos em seu Sagrado Coração o nada que somos e fazemos, para que Ele, compadecido da nossa miséria, se digne abrir-nos o tesouro de suas graças e auxílios, que confiamos receber sempre pelas mãos da SS. Virgem Maria.
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