domingo, 27 de março de 2022

4º DA QUARESMA - A alegria de Deus.

Esboços e sermões para pregadores do Presbítero Jânio Santos de Oliveira:  Os Sete passos do filho pródigo para a vitória

(roxo ou róseo, creio – 4ª semana do saltério)

Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações (Is 66,10s).

Com alegria nos reunimos para celebrar, na Eucaristia, o mistério pascal de Jesus. O Senhor nos acolhe de braços abertos e nos convida a provar a suavidade do seu amor. Reconciliados por Cristo com Deus, nosso Pai, participemos do banquete por ele oferecido, no qual partilhamos do seu perdão e da sua misericórdia.

Primeira Leitura: Josué 5,9-12

Leitura do livro de Josué – Naqueles dias, 9o Senhor disse a Josué: “Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito”. 10Os israelitas ficaram acampados em Guilgal e celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, na planície de Jericó. 11No dia seguinte à Páscoa, comeram dos produtos da terra, pães sem fermento e grãos tostados nesse mesmo dia. 12O maná cessou de cair no dia seguinte, quando comeram dos produtos da terra. Os israelitas não mais tiveram o maná. Naquele ano comeram dos frutos da terra de Canaã. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 33(34)

Provai e vede quão suave é o Senhor!

1. Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, / seu louvor estará sempre em minha boca. / Minha alma se gloria no Senhor; / que ouçam os humildes e se alegrem! – R.

2. Comigo engrandecei ao Senhor Deus, / exaltemos todos juntos o seu nome! / Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu / e de todos os temores me livrou. – R.

3. Contemplai a sua face e alegrai-vos, / e vosso rosto não se cubra de vergonha! / Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido, / e o Senhor o libertou de toda angústia. – R.

Segunda Leitura: 2 Coríntios 5,17-21

Leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 17se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. 18E tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação. 19Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação. 20Somos, pois, embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus. 21Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Lucas 15,1-3.11-32

Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

Vou levantar-me e vou a meu pai e lhe direi: / Meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15,18). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então, Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. 17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'”. 

Palavra da salvação.

Reflexão

A Liturgia de hoje nos oferece à reflexão uma das três grandes parábolas da misericórdia de Nosso Senhor: a parábola do filho pródigo, registrada em detalhes pelo Evangelista São Lucas. Notemos, antes de tudo, um aspecto comum a essas três narrativas. Nelas, é sempre a alegria que dá remate ao enredo: "Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida" (Lc 15, 6); "Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida" (Lc 15, 9); "[...] era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão [...] tinha-se perdido, e achou-se" (Lc 15, 32).

O pastorzinho rejubila ao encontrar, após tantas buscas, uma única ovelha tresmalhada; a pobre mulherzinha enche-se de satisfação ao achar uma insignificante dracma; o bom pai, sem conter-se de alegria, faz um grande banquete em comemoração pelo retorno daquele filho desviado e miserável. Assim também os Céus festejam, os anjos exultam, o coração do Pai se alarga de inefável gozo por um só pecador que, arrependido, deseja voltar à casa paterna (cf. Lc 15, 7.10).

Isso nos deve dar a certeza firme e confiante de que todos os esforços desta Quaresma, ao longo da qual buscamos, com coração sincero, mudar de vida, ser pessoas melhores etc., todos esses esforços de arrependimento e penitência são, sim, do agrado de Nosso Senhor. Que grande consolo saber que podemos, com gestos simples e diários de conversão e amor, dar tamanha alegria ao dulcíssimo Coração de Jesus! Que reconfortante saber que as nossas obras quaresmais, que as nossas mortificações e privações, que as nossas orações e esmolas — se feitas sem vaidade e alarde — dão imenso prazer ao nosso Pai celeste!

Busquemos sempre agradar a Deus, em todas as nossas ações, em todos os nossos atos. Em recompensa destes santos esforços, o Senhor nos prepara diariamente um banquete: o banquete da Santíssima Eucaristia. Aproximemo-nos, pois, do Corpo e do Sangue do Senhor tendo bem presente esta realidade: Jesus se dá ali mesmo em sacrifício por nós; cheio de alegria pela volta de seus filhos pródigos, Ele se oferece à nossa indigência como alimento e sustento espiritual. Sejamos gratos por este dom, pelo qual o próprio Deus dá vida aos que estávamos mortos, reconduz ao caminho da salvação aos que estávamos perdidos.

 

https://padrepauloricardo.org

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