Leitura da profecia de Sofonias.
Assim fala ao Senhor: 3 1 "Ai da (cidade) rebelde e abjeta, da cidade tirânica!
2 Ela não ouviu a voz, nem aceitou o aviso; não confiou no Senhor, nem se aproximou do Senhor seu Deus.
9 Então darei aos povos lábios puros, para que invoquem todos o nome do Senhor, e o sirvam num mesmo espírito de zelo.
10 De além dos rios da Etiópia virão os meus adoradores, meus filhos dispersos, trazer-me a sua oferta.
11 Naquele dia, não serás mais confundida por
causa de todos os pecados que cometeste contra mim, porque então tirarei
do meio de ti teus fanfarrões arrogantes; não te orgulharás mais no meu
santo monte.
12 Deixarei subsistir no meio de ti um povo humilde e modesto, que porá sua confiança no nome do Senhor".
13 Os que restarem de Israel se absterão do mal, e
não proferirão a mentira; não se achará mais em sua boca língua
enganosa, porque serão apascentados e repousarão, sem haver quem os
inquiete.
Palavra do Senhor.
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,
Seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;
Que ouçam os humildes e se alegrem!
Contemplai a sua face e alegrai-vos,
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,
E o Senhor o libertou de toda angústia.
Mas ele volta a sua face contra os maus,
Para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta
E de todas as angústias os liberta.
Do coração atribulado ele está perto
E conforta os de espírito abatido.
Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,
E castigado não será quem nele espera.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde, ó Senhor, não tardeis mais; fazei o povo acabar com os seus crimes.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, disse Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 21 28 "Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: - 'Meu filho, vai trabalhar hoje na vinha'.
29 Respondeu ele: - 'Não quero'. Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi.
30 Dirigindo-se depois ao outro, disse-lhe a mesma coisa. O filho respondeu: - 'Sim, pai!' Mas não foi.
31 Qual dos dois fez a vontade do pai?" "O
primeiro", responderam-lhe. E Jesus disse-lhes: "Em verdade vos digo: os
publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus!
32 João veio a vós no caminho da justiça e não
crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele. E vós,
vendo isto, nem fostes tocados de arrependimento para crerdes nele".
Palavra da Salvação.
Reflexão
“Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus”, disse Jesus às autoridades judaicas que o escutavam no Templo. Podemos imaginar o escândalo que estas palavras causaram aos ouvidos dos “justos” de Israel! Ser precedido nos céus por uma prostituta ou um cobrador de impostos?! No tempo de Jesus, os cobradores de impostos eram totalmente desonestos. Não poderia se ouvir ofensa maior. Ser colocado para trás logo por quem? Por pessoas de má fama?I
Mas, por que Jesus reprova tanto estes sacerdotes e anciãos? Onde foi que eles erraram? Exatamente na incoerência entre o “falar” e o “fazer”. E Jesus mostra isso claramente com a parábola dos dois filhos. Nela, para ambos os filhos, o pai pede cordialmente que trabalhem na vinha. O primeiro se prontifica imediatamente: “Sim, Senhor!”, mas não move uma palha. O segundo está decidido: “Não quero!”, mas pensa melhor e aparece lá para trabalhar.
No primeiro filho, as palavras são boas e gentis, mas falta a sua realização. No segundo, as palavras até parecem brutas, mas a ação é boa. As palavras por si só não salvam, é preciso praticá-las. O próprio Jesus já havia alertado: “Não quem me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). Já o exemplo do segundo filho é autêntico: ele cumpre a vontade do pai não com palavras, mas com ações.
Os chefes judaicos até que estavam de acordo que a vontade do Pai só pudesse ser cumprida com ações, mas não estavam de acordo de jeito nenhum com a aplicação que Jesus fizera desta parábola. Assim, percebemos que tipo de distância abismal havia entre o dizer e o fazer na religiosidade farisaica e que é tão viva ainda hoje. A reprovação de Jesus é dirigida a quem dá mais valor às aparências do que à essência, mais às palavras que à prática, mas ao exterior que ao interior. Se formos fazer um exame de consciência bem feito, vamos perceber imediatamente como somos fariseus, como o primeiro filho pronto a dizer “sim” com os lábios, mas a não fazer quase nada quando o assunto é cumprir a vontade de Deus.
A exortação de Jesus se torna ainda mais provocante, como já dissemos acima, porque contrapõe aos seus interlocutores os publicanos e as prostitutas. Para os chefes dos judeus, o fato de serem mencionados juntamente com pessoas dessa classe era muito ofensivo. Eles desprezavam e excluíam totalmente estas pessoas. Jesus, pelo contrário, vê nelas o segundo filho. Num primeiro momento, deram um não, mas depois se arrependeram e fizeram a vontade do Pai. Jesus não aprova o modo de vida delas, mas reconhece a acolhida que elas deram à mensagem de conversão de João Batista e a julga como o cumprimento da vontade de Deus.
Jesus afirma que só aquele que reconhece o seu pecado pode se arrepender; aquele que se acha justo, um auto-suficiente, seguro de sua justiça, nunca vai reconhecer que erra. De fato, foi isto o que aconteceu pela pregação de João Batista: os fariseus o rejeitaram, enquanto os pecadores se arrependeram e se converteram. Aqueles, de fato, não se agradaram em ouvi-lo, estavam fechados ao Evangelho e só quem se deixa tocar pelo Evangelho, se afasta de si mesmo (já que, no fundo, a religiosidade farisaica é o agradar a si mesmo, pelo próprio comportamento, pelas próprias ações) e se abandona à vontade de Deus.
Até que os fariseus faziam boas e muitas ações, pois observavam a lei de Moisés, mas esqueciam a parte fundamental: reconhecer os sinais da presença de Deus, primeiramente em João Batista, depois em Jesus. Descobrimos assim que a manifestação concreta da vontade de Deus não coincide nunca com aquilo que nós desejamos e que já pré-estabelecemos como o nosso bem, mas tem sempre a ver com a fé, uma fé que envolve todo o nosso ser e se concretiza numa pequena, simples, mas dificílima ação. O importante não é, portanto, fazer alguma coisa, mas fazer aquilo que Deus quer que nós façamos pela obediência da fé.
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta ao teu apelo não seja pura formalidade.
Pe Bantu
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