quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Liturgia Diária - O olhar da fé.

  Evangelho do dia: A Profetisa Ana e O Menino Jesus em Nazaré (Lc 2,36-40) –  Oratório São Luiz
Leitura (1 João 2,12-17)

Leitura da primeira carta de são João.
1 12 Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo seu nome.
13 Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno.
14 Crianças, eu vos escrevo, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princípio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes e a palavra de Deus permanece em vós, e vencestes o Maligno.
15 Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai.
16 Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo.
17 O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece eternamente.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 95/96

O céu se rejubile e exulte a terra!

Ó família das nações, daí ao Senhor,

Ó nações, daí ao Senhor poder e glória,

Dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!

Oferecei um sacrifício nos seus átrios,

Adorai-o no esplendor da santidade,

Terra inteira, estremecei diante dele!

Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”

Ele firmou o universo inabalável,

E os povos ele julga com justiça.


Evangelho (Lucas 2,36-40)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Um dia sagrado brilhou para nós: nações, vinde todas adorar o Senhor: pois hoje desceu grande luz sobre a terra.

 Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 2 36 havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada.
37 Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.
38 Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação.
39 Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré.
40 O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.
Palavra da Salvação.

Reflexão

O Evangelho dá continuidade à leitura de ontem, em que começamos a assistir à apresentação do menino Jesus no Templo de Jerusalém. Hoje, aprece-nos mais uma personagem: a profetisa Ana, que, assim como Simeão, reconhece naquele menino agarrado aos braços de Maria a presença misteriosa de Deus, a consolação de Israel (cf. Lc 2, 25). É a respeito deste encontro, aliás, que Bento XVI, em sua homilia de 2 de fevereiro de 2011, fez uma observação curiosa. Embora o próprio Deus feito carne se tenha feito presente ali mesmo, em meio a uma multidão de homens ocupados com seus afazeres, nenhum dos que estavam no Templo à procura do Senhor — sacerdotes, levitas, peregrinos etc. — oi capaz de aperceber-se da presença de Cristo. Apenas dois anciãos — disse o Papa —, guiados pelo Espírito Santo, conseguem descobrir a grande novidade, a Boa Nova que se esconde na humildade de um menino que acabara de nascer.

Com efeito, ainda que Deus se lhe faça presente, o coração humano não o pode enxergar se não for antes transformado desde dentro, capacitado a, sob a luz da fé, ver os sinais muitas vezes simples e ordinários por que Deus nos dá a conhecer a sua presença, a sua visita à nossa vida. Ora, do mesmo modo como, na Plenitude dos Tempos, Ele se escondera na fragilidade de um recém-nascido, assim também hoje, nestes nossos dias, Deus continua a esconder-se e apresentar-se a nós, sempre dispersos no vaivém de inúmeras preocupações. Que Jesus nos ajude a, recolhidos, metidos no nosso coração, reconhecer a sua presença dentro de nós. Que a ação de sua divina humanidade, agora assunta aos Céus e escondida sob o véu da Eucaristia, faça crescer em nós a fé nesta sua presença divina e o amor à sua infinita bondade. Sigamos, pois, o exemplo de Ana: que os nossos jejuns e orações nos levem a buscar, dia e noite, a Deus, a perceber a sua misteriosa presença, a abraçar todas as cruzes e alegrias que Ele se digna enviar-nos.

 

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