quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Liturgia Diária - O cântico de Nossa Senhora.

 4ª Semana do Advento – Terça-feira 22/12/2015 « Paróquia Porciúncula de  Sant'ana

Leitura (1 Samuel 1,24-28)

Leitura do primeiro livro de Samuel.
Naqueles dias, 1 24 após tê-lo desmamado, Ana tomou-o consigo, e levando também três touros, um efá de farinha e um odre de vinho, conduziu-o à casa do Senhor em Silo. O menino era ainda muito criança.
25 Imolaram o touro e conduziram o menino a Heli.
26 Ana disse-lhe: "Ouve, meu Senhor, por tua vida, eu sou aquela mulher que esteve aqui em tua presença orando ao Senhor.
27 Eis aqui o menino por quem orei; o Senhor ouviu o meu pedido.
28 Portanto, eu também o dou ao Senhor: ele será consagrado ao Senhor para todos os dias de sua vida". E prostraram-se naquele lugar diante do Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 1Sm 2

Meu coração exultou no meu Senhor salvador.

Exulta no Senhor meu coração,
e se eleva a minha fronte no meu Deus.
Minha boca desafia os meus rivais
porque me alegro com a vossa salvação.

O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado,
mas os pobres e os famintos se fartaram.
Muitas vezes deu à luz a que era estéril,
mas a mãe de muitos filhos definhou.

É o Senhor quem dá a morte e dá a vida,
faz descer à sepultura e faz voltar;
é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico,
é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.

O Senhor ergue do pó o homem fraco,
e do lixo ele retira o indigente,
para fazê-los assentar-se com os nobres
num lugar de muita honra e distinção.

Evangelho (Lucas 1,46-56)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó rei e Senhor das nações e pedra angular da Igreja, vinde salvar a mulher e o homem, que, um dia, formastes do barro.
 
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naqueles dias, 1 46 Maria disse: "Minha alma glorifica ao Senhor,
47 meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48 porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49 porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50 Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51 Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52 Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53 Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54 Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55 conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre".
56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Ouvimos hoje dos santos lábios de Nossa Mãe do Céu o belíssimo hino Magnificat, entoado com grande amor e discrição após as profecias de Santa Isabel sobre as quais meditamos na Liturgia de ontem. É curioso notar que, ao menos numa leitura superficial e apressada, este cântico de Maria pode parecer algo "soberbo": afinal, não estaria a Virgem Santíssima sendo um pouco orgulhosa ao dizer que todas as gerações haveriam de a proclamar bem-aventurada? Se bem considerado, todavia, este hino de louvor e agradecimento deixa transparecer a humildade e a simplicidade de um coração todo entregue a Deus. Já suas primeiras palavras, com efeito, demonstram como é Ele o verdadeiro engrandecido: "Minha alma glorifica o Senhor, e meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador." A Virgem o enaltece, porque Ele "olhou para sua pobre serva." Fazendo eco, pois, aos júbilos de Ana, mãe de Samuel, a alegria entoada por Maria proclama a todas as gerações que "ninguém é santo como o Senhor" (1Sm 2, 2).

Nossa Senhora nos mostra aqui um perfeito equilíbrio, típico das almas enamoradas de Deus, entre duas virtudes à primeira vista opostas: de um lado, a humildade, pela qual, conscientes de nossas misérias, reconhecemos diante do Senhor a nossa pobreza, a nossa pequenez; de outro, a magnanimidade, que nos leva a aceitar que, embora sejamos um nada, um poço de pecados e indigências, Deus quer realizar em nós a sua obra de salvação e santificação. Não porque mereçamos, mas porque é Ele mesmo, "aquele que é poderoso", quem decide fazer em nós maravilhas. Ele quer gerar em nós o seu Verbo eterno, quer fazer de nós, pobres criaturas, grandes santos, participantes de sua natureza. Ele quer destronar a soberba de nossos corações para fazer reinar ali o seu Filho, a fim de um dia podermos dizer com São Paulo: "Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim" (Gl 2, 20). Humilhemo-nos, pois, para seremos exaltados; que a Virgem Santíssima nos ensine a abraçar a humildade de servos, a fim de sermos elevados à glória de filhos adotivos!

 

 

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