Leitura da carta aos Hebreus.
5 7 Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas,
entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi
atendido pela sua piedade.
8 Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve.
9 E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem,
Palavra do Senhor.
Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!
Senhor, eu ponho em vós minha esperança;
que eu não fique envergonhado eternamente!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me,
apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me!
Sede uma rocha protetora para mim,
um abrigo bem seguro que me salve!
Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza;
por vossa honra, orientai-me e conduzi-me!
Retirai-me desta rede traiçoeira,
porque sois o meu refúgio protetor!
Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio
e afirmo que só vós sois o meu Deus!
Eu entrego em vossas mãos o meu destino;
libertai-me do inimigo e do opressor!
Como é grande, ó Senhor, vossa bondade,
que reservastes para aqueles que vos temem!
Para aqueles que em vós se refugiam,
mostrando, assim, o vosso amor perante os homens.
SEQÜÊNCIA (FACULTATIVA) Ó santa mãe, por favor, faze que as chagas do amor em mim se venham gravar. O que Jesus padeceu venha a sofrer também eu, causa de tanto penar. Ó dá-me, enquanto viver, com Jesus Cristo sofrer, contigo sempre chorar! Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar. Virgem mãe tão santa e pura, vendo eu a tua amargura, possa contigo chorar. Que do Cristo eu traga a morte, sua paixão me conforte, sua cruz possa abraçar! Em sangue as chagas me lavem e no meu peito se gravem, para não mais se apagar. No julgamento consegue que às chamas não seja entregue quem soube em ti se abrigar. Que a santa cruz me proteja, que eu vença a dura peleja, possa do mal triunfar! Vindo, ó Jesus, minha hora, por essas dores de agora, no céu mereça um lugar.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz a virgem Maria, que, sem passar pela morte, do martírio ganha a palma, ao pé da cruz do Senhor!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 19 25 junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
26 Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”.
27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.
Palavra da Salvação.
Reflexão
Um dos maiores dons que recebemos da exaltação da cruz de Cristo, cuja memória litúrgica celebramos ontem, foi a Virgem SS., a quem comemoramos hoje sob o título de Nossa Senhora das Dores. O evangelista S. João, o discípulo amado que nos deixou por escrito tudo o que seus olhos viram e suas mãos apalparam acerca do Filho de Deus encarnado, nos retrata hoje a Virgem Maria aos pés da cruz. O seu Coração Imaculado, ao ver padecer o próprio Filho, saturado de opróbrios, não poderia senão compadecer-se e encher-se de dor e amargura, não apenas por contemplar o crime que, de um ponto de vista humano e meramente jurídico, é o Calvário, mas também por amar mais do que todos Aquele a quem tantos desprezam, Aquele a quem nada desagrada mais do que o pecado, a indiferença e a ingratidão dos homens. Maria SS. ama Jesus — como a seu Filho biológico e, sobretudo, a seu Deus e Senhor —, e por isso sofre com Ele, vendo-O ridicularizado e escarnecido por aqueles que Ele mesmo veio salvar. Na hora suprema, Jesus quis deixar-nos como Mãe esta mesma Virgem dolorosíssima, para que aprendamos dela a amar um pouco como ela ama; aos pés da cruz, foi-nos dado o Coração de Maria, para que possamos associar-nos aos seus compadecimentos, nós, que somos tão insensíveis à Paixão de Cristo, tão acostumados ao pecado — causa de sua Morte —, tão ingratos e rudes a ponto de renovarmos dia após dia os motivos que O levaram a entregar-se à pior das torturas, alquebrado sob o peso de nossas culpas (cf. Is 53, 3), com o fim de nos salvar por suas chagas gloriosas. — Que a Virgem bendita, que, sem morrer, mereceu por suas angústias corredentoras a palma do martírio ao pé da Cruz, interceda por nós do seu trono celeste e nos alcance, por seus méritos e rogos maternos, a graça de nos unirmos às dores que traspassaram outrora sua alma sem mancha, a fim de amarmos mais e mais Aquele que só ela sabe amar como convém.
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