Leitura do livro dos Números.
21 4Partiram do monte Hor na direção do mar Vermelho, para contornar a terra de Edom.
5Mas o povo perdeu a coragem no caminho, e começou a murmurar
contra Deus e contra Moisés: "Por que, diziam eles, nos tirastes do
Egito, para morrermos no deserto onde não há pão nem água? Estamos
enfastiados deste miserável alimento."
6Então o Senhor enviou contra o povo serpentes ardentes, que morderam e mataram muitos.
7O povo veio a Moisés e disse-lhe: "Pecamos, murmurando
contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas
serpentes." Moisés intercedeu pelo povo,
8e o Senhor disse a Moisés: "Faze para ti uma serpente
ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para
ela, será salvo."
9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um
poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente
de bronze, conservava a vida.
Palavra do Senhor.
Das obras do Senhor, ó meu povo, não te esqueças!
Escuta, ó meu povo, a minha lei,
ouve atento as palavras que eu te digo;
abrirei a minha boca em parábolas,
os mistérios do passado lembrarei.
Quando os feria, eles então o procuravam,
convertiam-se correndo para ele;
recordavam que o Senhor é sua rocha
e que Deus, seu redentor, é o Deus altíssimo.
Mas apenas o honravam com seus lábios
e mentiam ao Senhor com suas línguas;
seus corações enganadores eram falsos
e, infiéis, eles rompiam a aliança.
Mas o Senhor, sempre benigno e compassivo,
não os matava e perdoava seu pecado;
quantas vezes dominou a sua ira
e não deu largas à vazão de seu furor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos, porque pela cruz remistes o mundo!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
3 13"Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o Filho do Homem que está no céu.
14Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem,
15para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna.
16Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu
Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna.
17Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele".
Palavra da Salvação.
Reflexão
A festa da Exaltação da Santa Cruz, que a Igreja hoje celebra, só tem sentido para aqueles capazes de contemplar, no madeiro em que pendeu Jesus de Nazaré, o grande amor de Deus pela humanidade. É o que diz o Evangelho de hoje, condensando em um só versículo todo o núcleo da boa nova: “Deus amou tanto o mundo”, diz S. João Evangelista, “que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”. Ainda que a muitos chegue a parecer óbvia a associação entre o lenho da Cruz e o amor de Deus, muitos teólogos modernos, preferindo uma ênfase por vezes desproporcional na humanidade de Cristo, terminam enxergando no Crucificado muito mais “um homem abandonado por Deus” que propriamente “Deus abandonado pelo homem”. Embora uma abordagem desse gênero seja perfeitamente possível dentro dos limites da sã doutrina, a experiência que os primeiros cristãos tiveram com a Santa Cruz não é exatamente esta, senão a do amor divino, como testemunha o mesmo Apóstolo S. João (cf. 1Jo 4, 8).
Para receber o influxo dessa caridade, no entanto, é condição imprescindível a virtude da fé, pois ninguém pode ser amado sem antes acreditar no amor com que o outro se expressa nem pode amar de volta se não conhecer aquele a que ama. É por isso que só “para aquele que crê o Evangelho é uma força salvadora” (Rm 1, 16), que dá a vida eterna e verdadeiramente preserva da morte. Peçamos, pois, a Nosso Senhor Jesus Cristo que, iluminando-nos a inteligência, aumente em nós o dom da fé, para que passemos toda a nossa existência neste mundo a viver de amor, recebendo do costado aberto de Cristo todo o alimento de que precisamos para a nossa caminhada neste mundo.
https://padrepauloricardo.org
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