quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Liturgia Diária - É a graça que faz o Apóstolo.

 Domingo XI do Tempo Comum - ano A - 14 de junho e 2020 - Paroquia Nossa  Senhora da Conceição

Leitura (Esdras 9,5-9)

Leitura do livro de Esdras.
9 5 Na hora da oblação da tarde, levantei-me de minha aflição com minhas vestes e meu manto rasgados; então, caindo de joelhos, estendi as mãos para o Senhor, meu Deus,
6 e disse: "Meu Deus, estou coberto de vergonha e de confusão ao levantar minha face para vós, meu Deus; porque as nossas iniqüidades acumularam-se sobre nossas cabeças, e nosso pecado chegou até o céu.
7 Desde o tempo de nossos pais até o dia de hoje, temos sido gravemente culpados; e por causa de nossas iniqüidades, fomos escravizados, nós, nossos reis e nossos filhos; fomos entregues à mercê dos reis de outras terras, à espada, ao cativeiro, à pilhagem e à vergonha que nos cobre mesmo nos dias de hoje.
8 Entretanto, o Senhor, nosso Deus, testemunhou-nos por um momento a sua misericórdia, permitindo que subsistisse um resto dentre nós, e concedeu-nos um abrigo em seu lugar santo. Nosso Deus quis assim fazer brilhar a nossos olhos a sua luz, e nos dar um pouco de vida no meio de nossa servidão.
9 Sim somos escravos; mas nosso Deus não nos abandonou em nosso cativeiro. Ele concedeu-nos a benevolência dos reis da Pérsia, dando-nos vida bastante para reconstruir a morada de nosso Deus, reerguer as ruínas, e prometendo-nos um abrigo seguro em Judá e em Jerusalém".
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial Tb 13

Bendito seja Deus que vive eternamente!

Vós sois grande, Senhor, para sempre,
e vosso reino se estende nos séculos!
Porque vós castigais e salvais,
fazeis descer aos abismos da terra
e de lá nos trazeis novamente:
de vossas mãos nada pode escapar.

Vós que sois de Israel, dai-lhe graças
e por entre as nações celebrai-o!
O Senhor dispersou-vos na terra
para narrardes sua glória entre os povos
e faze-los saber, para sempre,
que não há outro Deus além dele.

Castigou-nos por nossos pecados,
seu amor haverá de salvar-nos.
Compreendei o que fez para nós,
dai-lhe graças com todo o respeito!

Bendizei o Senhor, seus eleitos,
fazei festa e alegres louvai-o!

Evangelho (Lucas 9,1-6)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o reino de Deus está chegando! (Mc 1,15)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 1 reunindo Jesus os doze apóstolos, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curar enfermidades.
2 Enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos.
3 Disse-lhes: “Não leveis coisa alguma para o caminho, nem bordão, nem mochila, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas.
4 Em qualquer casa em que entrardes, ficai ali até que deixeis aquela localidade.
5 Onde ninguém vos receber, deixai aquela cidade e em testemunho contra eles sacudi a poeira dos vossos pés”.
6 Partiram, pois, e percorriam as aldeias, pregando o Evangelho e fazendo curas por toda parte.
Palavra da Salvação.

Reflexão

No Evangelho de hoje, Jesus envia seus Apóstolos em missão, assim como o Pai o enviou a este mundo para anunciar a libertação aos cativos (cf. Lc 4, 19). É Ele, portanto, o primeiro apóstolo, o primeiro enviado e o primeiro legado que Deus enviou aos homens; e para que o Senhor, Verbo eterno, pudesse cumprir mediante a sua humanidade santíssima esta missão, o Espírito Santo estava constantemente sobre Ele (cf. Lc 4, 18), ungindo-o com a abundância de sua graça. Por isso, também os Apóstolos, para o serem de fato, precisam ser não apenas enviados, mas receber ainda a graça do Espírito Santo. É por este motivo que, ao escolhê-los após uma noite prolongada de oração (cf. Lc 6, 12), Jesus os quer bem perto de si: “Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia” (Mc 3, 14), porque é só junto de Cristo que eles podem encontrar graça, verdade e força. Uma vez na companhia do Senhor, os Apóstolos são hoje enviados em missão; mas este envio é somente uma antecipação do envio por excelência, que terá lugar em Pentecostes, quando, aí, sim, o Espírito de Deus for derramado abundantemente sobre o colégio apostólico, conferindo aos Doze a plenitude do apostolado cristão, neste duplo aspecto que aqui consideramos: de um lado, o envio por parte de Cristo; de outro, a recepção da graça divina, sem a qual de nada valem os empreendimentos humanos, por maiores e mais bem intencionados que sejam. 

Quanto a nós, embora não sejamos “apóstolos” no sentido estrito da palavra, somos contudo verdadeiros discípulos e membros do Corpo de Cristo; temos, consequentemente, o dever de anunciar o Evangelho às pessoas que Deus colocou à nossa volta e a necessidade, para tanto, do auxílio sobrenatural da graça. Não “desnaturemos” a evangelização, iludidos pela ideia, tão falsa quanto perniciosa, de que basta esforço e boa vontade, sem contar para nada com os “métodos” que o próprio Deus instituiu ao enviar seu Filho ao mundo — a docilidade à graça, a oração, o sacrifício, o abandono irrestrito à vontade do Pai.

 

https://padrepauloricardo.org

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