“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?” Rm 8,35
Nossa reflexão começa na carta de São Paulo a São Timóteo: “Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria.”
O dom infuso do Espírito Santo, a Fortaleza, que recebemos no Batismo, é a força divina para vencermos as tribulações que o pecado gerou no mundo e que atinge a todos nós. São Paulo então, recomenda que não sejamos “tímidos” diante das tribulações, mas que as encaremos com “amor e sabedoria”, que Deus nos dá. Ele diz que “em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou”. (Rom 8, 37).
“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43,23). Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Rom 8,35-39)
Não foi Deus quem gerou o sofrimento e a morte; foi o pecado, por obra do demônio. O livro da Sabedoria diz com clareza: “Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez a imagem de sua própria natureza. Foi por inveja do demônio que a morte entrou no mundo” (Sab 2,22-23). Por isso São Paulo disse que “o salário do pecado é a morte” (Rom 6,23).
Mas Jesus venceu a morte e o demônio, com sua morte e ressurreição, e transformou ,assim, o sofrimento em matéria prima da salvação. E quer que nos unamos a Ele, no sofrimento, para salvar o mundo, as almas. “Completo na minha carne o que falta a paixão de Cristo no seu corpo que é a Igreja” (Col 1,24). Quando unimos o nosso sofrimento ao de Cristo, ele se torna divinizado e salva o mundo. O Padre Tanquerey escreveu um belo livro para explicar isso: “A divinização do Sofrimento”.
E Deus usa o sofrimento para a nossa santificação; leia com atenção o que nos ensina a carta aos hebreus:
“Ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado. Estais esquecidos da palavra de animação que vos é dirigida como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes, quando repreendido por ele; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho (Pr 3,11s). Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige? Mas se permanecêsseis sem a correção que é comum a todos, seríeis bastardos e não filhos legítimos. Aliás, temos na terra nossos pais que nos corrigem e, no entanto, os olhamos com respeito. Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao Pai de nossas almas, o qual nos dará a vida? Os primeiros nos educaram para pouco tempo, segundo a sua própria conveniência, ao passo que este o faz para nosso bem, para nos comunicar sua santidade.’ (Hb 12,4-9)
Deus nos quer santos; e pelo sofrimento nos leva a santidade. É sobre isso que queremos meditar nesta pregação.
São Paulo diz que se “gloriava nas tribulações” (Rom 5,3), porque elas tem um “peso enorme de glória para nós” (2 Cor 4,17).
Não tenhamos medo da Cruz; renunciemos a nós mesmos, tomemos a nossa cruz de cada dia e sigamos Jesus, sem olhar para traz. É perdendo a vida que se a encontra. Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer não dá fruto.
Resumo da Palestra no Acampamento Fortes na Tribulação- Canção Nova
Prof.Felipe Aquino
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