Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media
“Fiquem atentos, vocês, porque este comportamento destrói famílias, amizades, comunidades e até mesmo a sociedade”
“Pode
acontecer que a forte inveja pela bondade ou pelas boas ações de alguém
leve uma pessoa a acusar falsamente outra. Este é o verdadeiro veneno
mortal: a malícia premeditada que destrói a boa fama do outro”.
Diante da Praça São Pedro completamente tomada por fiéis, romanos e
turistas, o Papa Francisco fez a sua reflexão deste domingo (10/06)
comentando o Evangelho de Marcos. Como explicou, a liturgia do dia
apresenta dois tipos de incompreensão que Jesus enfrentou: a dos
escribas e a de seus próprios familiares, uma “advertência para todos
nós”.
“Deus nos liberte desta terrível tentação… e se examinando nossa
consciência, percebermos que esta semente maligna esta germinando dentro
de nós, corramos a confessá-lo no sacramento da Penitência, antes que
cresça e produza efeitos ruins. Isso é incurável”.
“Estes escribas chegaram com uma acusação terrível. Diziam que Jesus
estava possuído por Belzebu e que expulsava os demônios pelo príncipe
dos demônios. Isto queria dizer mais ou menos ‘este homem é um
endiabrado’. De fato, Jesus curava muitos doentes… mas queriam fazer
crer que Ele o fazia com o Espírito de Satanás”.
Jesus não tolerou isso e reagiu com palavras fortes, pois os
escribas, talvez sem se dar conta, estavam caindo no pecado mais grave:
negar e blasfemar o Amor de Deus que existe e atua em Jesus.
“O pecado contra o Espírito Santo é o único pecado imperdoável,
porque parte do fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em
Jesus”.
Acrescentando espontaneamente, o Papa exortou:
“Fiquem atentos, vocês, porque este comportamento destrói famílias, amizades, comunidades e até mesmo a sociedade”.
Em seguida, Francisco evidenciou outra incompreensão sofrida por
Jesus: a de seus familiares, “que estavam preocupados porque a sua nova
vida de itinerante lhes parecia uma loucura e ele não tinha nem tempo
para comer”. Quando o procuram para levá-lo de volta a Nazaré, Jesus
olha para as pessoas que estavam à sua volta e afirma: “Eis minha mãe e
meus irmãos!”. “Aquele que faz a vontade de Deus é irmão, irmã e mãe
para mim”.
“Jesus formou uma nova família, não mais baseada em relações
naturais, mas na fé Nele, em seu amor que nos acolhe e nos une, no
Espírito Santo. Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus são filhos
de Deus e irmãos entre si”, destacou Francisco, segundo quem “aquela
resposta de Jesus não foi uma falta de respeito por sua mãe e seus
parentes; ao contrário. Para Maria, foi o maior reconhecimento, porque
precisamente ela é a perfeita discípula que obedeceu totalmente à
vontade de Deus”.
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