sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Memória - Santo André Dung-Lac, Presbítero, e companheiros mártires - A alegria do martírio.

 Sombra do Onipotente: junho 2020

A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; para os salvos, como nós, ela é poder de Deus (Gl 6,14; 1Cor 1,18).

André foi pároco e missionário no Vietnã, onde nasceu em 1795. Deu testemunho de Cristo, por meio do martírio, em 1839. A ele se associam, nesta memória, um grupo de outros 116 cristãos, entre leigos, bispos e padres, que, em terras vietnamitas, entre os séculos 18 e 19, pagaram com a vida sua fé. Que a ousadia e o sangue desses mártires fortaleçam os cristãos que ainda hoje são perseguidos.

Primeira Leitura: 1 Macabeus 4,36-37.52-59

Leitura do primeiro livro dos Macabeus36Naqueles dias, Judas e seus irmãos disseram: “Nossos inimigos foram esmagados. Vamos purificar o lugar santo e reconsagrá-lo”. 37Todo o exército então se reuniu e subiu ao monte Sião. 52No vigésimo quinto dia do nono mês, chamado Casleu, do ano cento e quarenta e oito, levantaram-se ao romper da aurora 53e ofereceram um sacrifício, conforme a Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que haviam construído. 54O altar foi novamente consagrado ao som de cânticos, acompanhados de cítaras, harpas e címbalos, na mesma época do ano e no mesmo dia em que os pagãos o haviam profanado. 55Todo o povo prostrou-se com o rosto em terra para adorar e louvar a Deus, que lhes tinha dado um feliz triunfo. 56Durante oito dias, celebraram a dedicação do altar, oferecendo com alegria holocaustos e sacrifícios de comunhão e de louvor. 57Ornaram com coroas de ouro e pequenos escudos a fachada do templo. Reconstruíram as entradas e os alojamentos, nos quais colocaram portas. 58Grande alegria tomou conta do povo, pois fora reparado o ultraje infligido pelos pagãos. 59De comum acordo com os irmãos e toda a assembleia de Israel, Judas determinou que os dias da dedicação do altar fossem celebrados anualmente com alegres festejos, no tempo exato, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 1Cr 29

Queremos celebrar o vosso nome glorioso.

1. Bendito sejais vós, ó Senhor Deus, † Senhor Deus de Israel, o nosso pai, / desde sempre e por toda a eternidade! – R.

2. A vós pertencem a grandeza e o poder, † toda a glória, esplendor e majestade, / pois tudo é vosso: o que há no céu e sobre a terra! – R.

3. A vós, Senhor, também pertence a realeza, † pois sobre a terra, como rei, vos elevais! / Toda glória e riqueza vêm de vós! – R.

4. Sois o Senhor e dominais o universo, † em vossa mão se encontra a força e o poder, / em vossa mão tudo se afirma e tudo cresce! – R.

Evangelho: Lucas 19,45-48

Aleluia, aleluia, aleluia.

Minhas ovelhas escutam minha voz, / eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 45Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. 47Jesus ensinava todos os dias no templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar. – Palavra da salvação.

Reflexão
 

Celebramos hoje a Memória dos mártires vietnamitas Santo André Dung-Lac e seus companheiros. São ao todo 117 mártires, que morreram no que hoje chamamos Vietnã, mas que então eram os territórios de Tonkin Annam e de Conchinchina. No território de Annam, viveu um destes mártires, que era muito querido de Santa Teresinha do Menino Jesus, João Teófanes Venard.

Santa Teresinha guardou a foto de Teófanes Venard nas cortinas de sua cama na enfermaria e se inspirava muito no amor com que este jovem sacerdote de 31 anos entregou a vida a Deus. Ele, ainda pequeno, ouvindo falar de um mártir dali da sua região, seu conterrâneo, invejou-o e disse: “Eu quero ser mártir também”, entrou no seminário, foi ordenado sacerdote e, depois, entrou para as Missões Estrangeiras.

Quando foi enviado para o Oriente, ao receber a bênção de envio, os superiores e as pessoas ali presentes já beijaram os pés daqueles que partiam, venerando estes “mártires por antecipação”, já que era certo que eles iriam morrer mártires — as perseguições eram enormes, eles iam para um território totalmente hostil… Assim, Teófanes Venard, como um grande missionário, um grande presbítero, pregou o Evangelho naquela região, converteu muitas pessoas; ministrava o Batismo, a Eucaristia, inclusive a Crisma, porque tinha delegação do Administrador apostólico; e acompanhava os doentes no seu leito de morte dando a Extrema-Unção.

Fez toda a sua missão de sacerdote, sempre escondido para não ser percebido pelas autoridades. Estava tudo dando muito certo. O seu ministério florescia. No entanto, ele foi traído, exatamente por um cristão. Um mau cristão foi quem entregou o Padre Teófanes Venard às autoridades! Ele foi preso, engaiolado e, nessa sua gaiola de bambu, ele escrevia cartas para o seu pai e para os seus irmãos, dando muitos conselhos.

As cartas de São Teófanes Venard impressionaram muito Santa Teresinha do Menino Jesus. Ela, com seu espírito missionário, admirava esta alma toda entregue a Deus no martírio. Ele escreveu sobre a felicidade de saber que irá morrer por Cristo. Por várias vezes ele escrevia em suas cartas: “Certamente é a minha última”, porque só estava esperando a sentença da execução; e, apesar disso tudo, ele se preocupou também com a salvação das almas de seus irmãos de sangue.

Ele era o segundo de quatro irmãos e escreveu para o seu irmão mais novo orientando-o a não se deixar seduzir pelas coisas do mundo, porque havia algo de mais importante. Ele, que ficou órfão de mãe muito jovem, escreveu ao seu pai dizendo: “Nós estamos aqui neste mundo de passagem, somos flores que serão colhidas por Deus e plantados no Céu”. Ou seja, fez uma analogia com a decapitação que ele iria sofrer; mas destacando que essa flor seria tirada daqui para ser plantada no Céu. Além disso, exortou a sua família, sobretudo as suas irmãs: “Alegrem-se quando vocês receberem a notícia do meu martírio, porque morro feliz. Morro por Cristo”.

Eis a alegria dessa alma, esposa de Cristo, ao saber que iria se encontrar com Aquele a quem amava e a quem veria muito em breve! O sonho da sua vida realizado: o martírio!

Que São Teófanes Venard, Santo André Dung-Lac e seus companheiros, os 117 santos vietnamitas, intercedam por nós, e alcancem-nos a graça de ter um amor tão grande por Jesus ainda aqui na terra.

 

https://padrepauloricardo.org

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