sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Liturgia Diária - A figura deste mundo passa.

 Ser servo – Santo Agostinho (354-430) bispo de Hipona (norte de África),  doutor da Igreja Sermão para a ordenação de um bispo, 3, 9 – Diocese de  Blumenau

Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor: eu estava doente e me visitastes. Em verdade vos digo, tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes (Mt 25,34.36.40).

Isabel nasceu na Hungria em 1207 e faleceu na Alemanha em 1231. Foi esposa de Luís 4º e mãe de três filhos. Após a morte do marido, assumiu o ideal de São Francisco, adotando, como estilo de vida, a penitência, a oração e a caridade. Construiu um hospital, prestando preciosos serviços aos doentes, no mais absoluto desapego. Rezemos por todos os irmãos e irmãs que enfrentam a imprevisibilidade da vida com a força da caridade cristã.

Primeira Leitura: Sabedoria 13,1-9

Leitura do livro da Sabedoria 1São insensatos por natureza todos os homens que ignoram a Deus, os que, partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer aquele que é; nem tampouco, pela consideração das obras, chegaram a reconhecer o Artífice. 2Tomaram por deuses, por governadores do mundo, o fogo e o vento, o ar fugidio, o giro das estrelas, a água impetuosa, os luzeiros do dia. 3Se, encantados por sua beleza, tomaram essas criaturas por deuses, reconheçam quanto o seu Senhor está acima delas, pois foi o autor da beleza quem as criou. 4Se ficaram maravilhados com o seu poder e a sua atividade, concluam daí quanto mais poderoso é aquele que as formou: 5de fato, partindo da grandeza e da beleza das criaturas, pode-se chegar a ver, por analogia, aquele que as criou. 6Contudo, estes merecem menor repreensão: talvez se tenham extraviado procurando a Deus e querendo encontrá-lo. 7Com efeito, vivendo entre as obras dele, põem-se a procurá-lo, mas deixam-se seduzir pela aparência, pois é belo aquilo que se vê! 8Mesmo assim, nem a estes se pode perdoar, 9porque, se chegaram a tão vasta ciência, a ponto de investigarem o universo, como é que não encontraram mais facilmente o seu Senhor? – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 18A(19)

Os céus proclamam a glória do Senhor!

1. Os céus proclamam a glória do Senhor, / e o firmamento, a obra de suas mãos; / o dia ao dia transmite esta mensagem, / a noite à noite publica esta notícia. – R.

2. Não são discursos nem frases ou palavras, / nem são vozes que possam ser ouvidas; / seu som ressoa e se espalha em toda a terra, / chega aos confins do universo a sua voz. – R.

Evangelho: Lucas 17,26-37

Aleluia, aleluia, aleluia.

Levantai vossa cabeça e olhai, / pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21,28) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la, e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo, nessa noite, dois estarão numa cama: um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas: uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: ”Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. – Palavra da salvação.

Reflexão
No Evangelho de hoje, Jesus fala-nos do Fim dos Tempos e de como nos devemos encontrar quando enfim chegar a hora do Juízo. Para isto, o Senhor refere-se a dois acontecimentos marcantes do Antigo Testamento: de um lado, o dilúvio, ocorrido nos dias de Noé (cf. Gn 6, 9—8, 22); de outro, a destruição de Sodoma e Gomorra, nos tempos de Ló, cuja mulher convertera-se numa estátua de sal (cf. Gn 19, 1-29). Esses dois episódios nos mostram, em primeiro lugar, a necessidade de nos mantermos sempre alertas e vigilantes, já que não sabemos nem o dia nem a hora em que o Filho do Homem baixará dos céus, rodeado de seus anjos, a fim de premiar os justos e castigar os réprobos. Outro ensinamento contido nesta passagem é a necessidade do desapego do mundo, cuja figura, passageira e instável, não deve seduzir-nos e prender-nos, a ponto de já não esperarmos aquele que há, sim, de voltar para pôr termo à história humana e consumar a renovação de todas as coisas. Como os primeiros cristãos, que esperavam a vinda iminente do Senhor, não podemos perder aquele amor e, por assim dizer, aquela “saudade” com que clamavam: Maranatha! O nosso coração deve, pois, estar apaixonado por Cristo, ansioso por vê-lo face a face, não mais sob o véu da fé, mas, sim, a rosto descoberto. A meditação desse tão grande mistério — a visão direta da sagrada e amorosíssima fase do nosso Redentor — tem de incendiar nossa alma, transportá-la de um tal desejo de contemplar aquele que a redimiu que possamos dizer com S. Paulo: “Desejaria desprender-me”, livre deste corpo e da lei que nos inclina ao pecado, “para estar com Cristo” (Fl 1, 23). Não sigamos o exemplo da mulher de Ló, que, apegada aos falsos amores de sua antiga terra, dissolvida sob fogo e enxofre, tornou-se sal e estátua. Que a Virgem SS. nos conceda, por sua intercessão, a graça de nada antepormos ao amor de Cristo e de nos encontrarmos ornados de graça e santidade quando de sua vinda gloriosa e derradeira.

https://padrepauloricardo.org

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