quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.



 Como Jesus morreu e ressuscitou, Deus ressuscitará os que nele morreram. E, como todos morrem em Adão, todos em Cristo terão a vida (1Ts 4,14; 1Cor 15,22).

Somos convidados pela Igreja a rezar pelos nossos falecidos, na firme esperança de que desfrutem da vida eterna, contemplando a face de Deus. Este dia nos lembra da fragilidade de nossa existência, sempre necessitada do amor divino, o qual se derrama no coração dos que creem. Em comunhão com aqueles que já partiram e a quem amamos, celebremos o Senhor da Vida, nossa luz e salvação.

Primeira Leitura: Jó 19,1.23-27

Leitura do livro de Jó – 1Jó to­mou a palavra e disse: 23“Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição 24com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! 25Eu sei que o meu redentor está vi­vo e que, por último, se levantará sobre o pó; 26e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne verei a Deus. 27Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 26(27)

Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver / na terra dos viventes.

1. O Senhor é minha luz e salvação; / de quem eu terei medo? / O Senhor é a proteção da minha vida; / perante quem eu tremerei? – R.

2. Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, / e é só isto que eu desejo: / habitar no santuário do Senhor / por toda a minha vida; / saborear a suavidade do Senhor / e contemplá-lo no seu templo. – R.

3. Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, / atendei por compaixão! / É vossa face que eu procuro.  Não afas­teis em vossa ira o vosso servo, / sois vós o meu auxílio! – R.

4. Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver / na terra dos viventes. / Espera no Senhor e tem coragem, / espera no Senhor! – R.

Segunda Leitura: Romanos 5,5-11

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 5a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer. 8Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores. 9Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele. 10Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida! 11Ainda mais, nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconci­liação. – Palavra do Senhor.

Evangelho: João 6,37-40

Aleluia, aleluia, aleluia.

É esta a vontade de quem me enviou: / que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia (Jo 6,39). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 37“Todos os que o Pai me confia virão a mim, e, quando vie­rem, não os afastarei. 38Pois eu desci do céu não para fazer a minha von­tade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”. – Palavra da salvação.

Reflexão
A Comemoração dos Fiéis Defuntos, festa em que a caridade cristã nos impele a rezar em sufrágio daqueles que nos precederam com o sinal da fé, vem recordar-nos — como crê e sempre creu a Igreja Católica — que só poderão associar-se no céu à assembleia dos santos as almas inteiramente purificadas, ou seja, as que, além de estarem livres de todo pecado mortal, tiverem alcançado na hora da morte aquele grau de amor a Deus sem o qual não é possível ser admitido ao Reino celeste. Noutras palavras, os que morrem em estado de graça, embora não sejam condenados ao inferno, nem por isso vão diretamente para o céu, se à hora de morrer não possuírem aquela pureza de coração sem a qual é impossível ver a Deus. Eis porque a divina Providência instituiu os sofrimentos purificadores do Purgatório, no qual se encontram detidas as almas dos fiéis defuntos que, se bem estejam seguras da própria salvação, têm ainda a necessidade de preparar-se para comparecer, com uma veste sem rugas, à presença do Cordeiro imaculado. Mas o dever de caridade, piedade e justiça pelo qual devemos rezar em favor da liberação dessas almas tão felizes como angustiadas não se deve apenas a essa demora em ver a Deus, mas também aos padecimentos terríveis que elas ali suportam, dos quais o menor, como sugere Santo Tomás de Aquino, é maior do que todos os males da terra (cf. In IV Sent., l. 4, dist. 21, q. 1, a. 1, q. 3). Não lhes neguemos, portanto, toda a sorte de socorro que nos for possível oferecer. A impetração de nossas orações, o mérito de nossas boas obras, a satisfação de nossas penitências, a aplicação dos efeitos propiciatório e impetratório da Santa Missa, tudo isso é meio de lhes aliviar o sofrimento e encurtar a dilação da glória que, por falta de um amor mais puro e perfeito, elas tristemente mereceram. — Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem!

https://padrepauloricardo.org

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