sábado, 4 de novembro de 2023

30ª Semana do Tempo Comum - Os humildes serão exaltados.

 


O Senhor firmou com ele uma aliança de paz, fazendo-o chefe do seu povo e sacerdote para sempre (Eclo 45,30).

Carlos nasceu em 1538 na Itália e lá faleceu em 1584. Arcebispo de Milão, participou ativamente das últimas sessões do Concílio de Trento e muito se empenhou para aplicar as decisões conciliares à vida da Igreja. Ocupou-se seriamente com a formação dos bispos, padres e seminaristas. Praticou com intensidade o auxílio aos pobres e doentes da peste, doando todos os seus recursos para a construção de hospitais e asilos. A seu exemplo, reunamos esforços para a construção de uma Igreja viva e solidária.

Primeira Leitura: Romanos 11,1-2.11-12.25-29

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 1eu pergunto: será que Deus rejeitou o seu povo? De modo algum. Pois também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim… 2Deus não rejeitou o seu povo, que ele desde sempre considerou. 11Eu pergunto: acaso eles tropeçaram para cair? Não, de modo algum. De fato, o passo em falso que eles deram serviu para a salvação dos pagãos, e a salvação dos pagãos, por sua vez, deve servir para despertar ciúme neles. 12Ora, se o passo em falso deles foi riqueza para o mundo e o pequeno número de crentes dentre eles foi riqueza para os pagãos, que riqueza não será a adesão de todos eles ao Evangelho! 25Irmãos, para não serdes presunçosos por causa da vossa sabedoria, é importante que conheçais o mistério, a saber: o endurecimento de uma parte de Israel é para durar até que a totalidade dos pagãos tenha entrado na salvação. 26E então todo o Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o libertador; ele tirará as impiedades do meio de Jacó. 27Essa será a realização da minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”. 28De fato, com relação ao Evangelho, eles são inimigos, para benefício vosso, mas, com relação à escolha divina, eles são amados, por causa dos patriarcas. 29Pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 93(94)

O Senhor não rejeita o seu povo!

1. É feliz, ó Senhor, quem formais  e educais nos caminhos da Lei / para dar-lhe um alívio na angústia. – R.

2. O Senhor não rejeita o seu povo / e não pode esquecer sua herança: / voltarão a juízo as sentenças; / quem é reto andará na justiça. – R.

3. Se o Senhor não me desse uma ajuda, / no silêncio da morte estaria! / Quando eu penso: “Estou quase caindo!”, / vosso amor me sustenta, Senhor! – R.

Evangelho: Lucas 14,1.7-11

Aleluia, aleluia, aleluia.

Tomai meu jugo sobre vós / e aprendei de mim, que sou de coração humilde e manso! (Mt 11,29) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então, contou-lhes uma parábola: 8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. 10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isso vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado”. – Palavra da salvação.

Reflexão
O Evangelho que a Igreja hoje nos propõe contém uma dessas páginas que só o evangelista S. Lucas nos relata. Enquanto se dirigia a Jerusalém pela última vez, o Senhor foi convidado para ceiar na casa de um dos chefes dos fariseus (v. 7). Ali, observando como se disputavam os primeiros lugares à mesa, aproveita-se da ocasião para contar aos presentes mais uma de suas parábolas (v. 8). É importante, diz Ele, procurar sentar-se no lugar mais discreto, para que assim, quando chegar o anfitrião, ele nos chame a ocupar o lugar de honra: Amice, ascende superius, “Amigo, vem mais para cima” (v. 9-10), pois no Reino dos Céus, ao contrário do que sucede nos banquetes da terra, é quem se humilha que será exaltado, enquanto os que se elevam serão humilhados (v. 11). Este ensinamento, porém, não se reduz a uma simples exortação à modéstia, já que se insere no contexto mais amplo da subida de Cristo para a sua páscoa definitiva. Desde Lc 9, com efeito, Jesus caminha rumo à Cidade Santa, onde será humilhado de todas as formas e, por fim, exaltado na cruz à vista de todos: “Sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2, 8-9). O caminho da exaltação de Cristo e, portanto, da de todos nós é a humildade, vivida não como um comportamento fingido e teatral, para que os outros nos julguem humildes, mas com sinceridade de coração, para que o nosso relacionamento com Deus se paute na verdade — na verdade de que só Ele é grande, e de que os tronos do Reino celeste estão reservados não como “privilégios de classe”, mas como dom puro e gratuito. Na vida espiritual só cresce, por assim dizer, quem caminha “para baixo”, quer dizer, quem busca reconhecer em tudo tanto o seu próprio nada como a grandeza majestosa do nosso Bom Deus e Senhor. Quem se humilha, como o fez a Virgem SS., é exaltado, mas quem se exalta, como o fez Lúcifer, é precipitado na própria baixeza. — Que Jesus infunda, pois, em nossos corações a virtude da humildade, a fim de que, humilhados aos olhos do Altíssimo, possamos ser um dia exaltados por Ele e, morta em nós a raiz da soberba, finalmente admitidos às bodas eternas do Cordeiro.

https://padrepauloricardo.org

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