quarta-feira, 15 de novembro de 2023

32ª Semana do Tempo Comum - Por que dar graças a Deus?

 O desespero de quem não tem fé

Chegue até vós a minha súplica; inclinai vosso ouvido à minha prece (Sl 87,3).

Os governantes das nações arcam com grandes responsabilidades, pois o poder lhes “foi dado pelo Senhor e a sabedoria, pelo Altíssimo”. Rezemos em favor dos que lideram as multidões, para que procedam com sabedoria e compaixão, segundo a vontade de Deus e o exemplo de Jesus.

Primeira Leitura: Sabedoria 6,1-11

Leitura do livro da Sabedoria1Escutai, ó reis, e compreendei. Instruí-vos, governadores dos confins da terra! 2Prestai atenção, vós que dominais as multidões e vos orgulhais do número de vossos súditos. 3Pois o poder vos foi dado pelo Senhor, e a soberania, pelo Altíssimo. É ele quem examinará as vossas obras e sondará as vossas intenções; 4apesar de estardes ao serviço do seu reino, não julgastes com retidão, nem observastes a Lei, nem procedestes conforme a vontade de Deus. 5Por isso, ele cairá de repente sobre vós, de modo terrível, porque um julgamento implacável será feito sobre os poderosos. 6O pequeno pode ser perdoado por misericórdia, mas os poderosos serão examinados com poder. 7O Senhor de todos não recuará diante de ninguém nem se deixará impressionar pela grandeza, porque o pequeno e o grande, foi ele quem os fez, e a sua providência é a mesma para com todos; 8mas, para os poderosos, o julgamento será severo. 9A vós, pois, governantes, dirigem-se as minhas palavras, para que aprendais a sabedoria e não venhais a tropeçar. 10Os que observam fielmente as coisas santas serão justificados; e os que as aprenderem vão encontrar sua defesa. 11Portanto, desejai ardentemente minhas palavras, amai-as e sereis instruídos. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 81(82)

Levantai-vos, ó Senhor, julgai a terra!

1. Fazei justiça aos indefesos e aos órfãos, / ao pobre e ao humilde absolvei! / Libertai o oprimido, o infeliz, / da mão dos opressores arrancai-os!” – R.

2. Eu disse: “Ó juízes, vós sois deuses, / sois filhos todos vós do Deus altíssimo! / E, contudo, como homens morrereis, / caireis como qualquer dos poderosos!” – R.

Evangelho: Lucas 17,11-19

Aleluia, aleluia, aleluia.

Em tudo dai graças, pois esta é a vontade / de Deus para convosco, em Cristo, o Senhor (1Ts 5,18). – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam a distância 13e gritaram: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”. – Palavra da salvação.

Reflexão
 
Hoje, enquanto caminha a Jerusalém, o Senhor cura a dez leprosos, dos quais só um, samaritano, volta para agradecer-lhe o favor recebido. O episódio se centra, obviamente, na virtude da gratidão e nos permite recordar que um dos principais gestos que devemos ter para com Deus é a ação de graças. Como sabemos, o culto a Deus, para ser completo, tem de englobar quatro tipos de ações, levadas por Cristo à perfeição durante toda a sua vida terrena e, de modo particular, em seu sacrifício no Calvário: (a) a adoração, pela qual reconhecemos a majestade infinita de Deus; (b) a ação de graças, pela qual agradecemos os benefícios que dele recebemos; (c) a intercessão, pela qual pedimos novas graças e auxílios; e (d) a reparação, pela qual buscamos compensar, na medida de nossas possibilidades, os pecados cometidos por nós e pelo nosso próximo. Ao nosso culto a Deus não deve faltar, pois, nenhuma dessas ações: não podemos nem só pedir, porque desvirtuaríamos a finalidade da oração, convertendo-a em um tipo de “sortilégio” para conseguir o que queremos, nem só reparar, porque assim tenderíamos a sobrevalorizar nossas próprias forças e a desacreditar da misericórdia divina. Toda a nossa vida espiritual deve estar permeada, sempre, de um profundo espírito de adoração e de uma constante ação de graças: Deus é imenso, digno de ser adorado e querido, não por aquilo que nos dá, mas por aquilo que Ele mesmo é, infinitamente bom e amável — “Nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças por vossa imensa glória”. Que, a partir de hoje, não falte às nossas orações aquele espírito de gratidão que, como lemos no Evangelho de hoje, tanto alegra o Coração de Cristo. Não sejamos como os pagãos, que querem comerciar com Deus, mas como filhos, que se alegram do Pai que têm e que os ama sem medida.

 

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